É aqui que armamos para matar Enji?

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Todoroki

Ele não conseguiu segurar alguns sorrisos no caminho de casa, enquanto pensava no domingo maravilhoso que teve.

No fim a tarde acabou valendo muito a pena, mesmo com aquele momento perturbador no almoço.

Afinal, Shoto pôde passar horas abraçado com seu anjinho, relaxando, brincando e ocasionalmente trocando beijos quentes. E o mousse que Izuku fez estava simplesmente divino.

Chocolate era sua comida preferida e ele passou um bom tempo provocando Izuku por isso, dizendo que tinha sido estalkeado e quê não se sentia mais seguro se até suas preferências alimentares tinham sido descobertas.

Era muito fácil irritar o anjinho, ele se esquecia da raiva com a mesma facilidade com que ficava irritado, o que só fazia o jogador querer atiça-lo ainda mais, para então, enche-lo de beijos ou falar obscenidades até ele ficar vermelho de vergonha e se lembrar novamente que estava com raiva.

Shoto riu tanto das reações de Izuku que, em alguns momentos, chegou a ficar sem ar.

Mal podia esperar para visitá-lo de novo. Inko dissera, depois de pedir desculpa uma última vez ao se despedir, que adoraria se ele voltasse no próximo fim de semana.

Quando chegou em casa, estava tão distraído por esses pensamentos, que só percebeu a presença de Endeavor quando o ouviu chamando seu nome.

— Shoto. Onde você esteve? — O choque foi tão grande que ele precisou de alguns segundos para se recompor.

O homem enorme de aparência mal humorada estava sentado em uma poltrona na sala de estar. Não tinha se dado ao trabalho de levantar os olhos dos papéis que lia quando falou com o filho, não percebendo, assim, o olhar de desprezo e terror que o jogador exibiu ao falar

— O quê você está fazendo aqui? Pensei que só voltaria na terça. — Shoto tentou manter a voz equilibrada e impessoal.

Endeavor soltou um som de escárnio antes de responder.

— Houve uma mudança de planos. Bem que você queria que eu estivesse longe, não é? Assim você poderia continuar com o quê quer que estivesse fazendo. — Seu pai finalmente parou de encarar os papéis para fitá-lo. E o jogador pôde ver o ódio inflexível, que sempre abitava os olhos mórbidos quando ele queira corrigir o filho. — Você sabe muito bem que precisa me dizer quando pretende de ir a algum lugar, para que eu possa decidir se vale a pena. Você é meu herdeiro, não pode ficar desperdiçando seu tempo como bem entender.

Shoto sentiu o estômago se contorcendo de medo, mais como um reflexo ao olhar do pai e as lembranças quê ele suscitava, do quê real antecipação de perigo. Ele sabia que não iria apanhar. Fazia quatro anos desde que seu pai ousara bater nele.

A última vez que tinha acontecido foi quando ele tinha doze anos. Shoto não era o mesmo de hoje.

Quando era criança seu pai sempre o espancava se estivesse com raiva ou decepcionado. Os machucados eram sempre nos lugares que ninguém poderia ver.

Não que fosse fazer diferença, um homem poderoso com Endeavor nunca precisou responder a ninguém, nem mesmo a justiça. Mas não ficaria bem para a imagem do empresário se fosse muito óbvio para os outros que ele agredia sua prole.

Na época em que as coisas mudaram, já faziam quase cinco anos que sua mãe tinha ido embora. Depois da partida dela as surras tinham piorado significativamente.

Fuyume passava maior parte do tempo em um colégio interno na Itália. Endeavor sempre cuidou para que ela estivesse longe.

Após bater nele o pai agia como se nada tivesse acontecido, como se amasse Shoto, como se fosse o pai perfeito que se orgulha e quer bem ao filho e, durante muito tempo, esse foi o único tipo de afeição que o jogador recebeu.

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