O dia já havia começado agitado, muitas aulas, seguidas uma atrás da outra, eu estava super estressada.
-Você precisa comer algo.- Blásio falava ao meu lado.
-O que eu preciso é terminar essa tarefa.
-Posso saber por que você tá sem empenhando tanto pra entrar naquele grupo do professor Horácio?
-Porque eu não tenho nada na vida, preciso ter uma referencia pra quando sair daqui, não quero morrer de fome.
-Ainda falta um tempo até nos formamos.
-Você sabe que esse ano não será como os outros.
-O que você quer dizer com isso?
-Draco não desistiu do plano contra Dumbledore.- falei baixo para que os alunos não escutassem.
-O quê? Como você...
Suspirei e o encarei.
-Você sabe daquela parte minha... Então, desde que fui atacada, ela está adormecida, mas eu ainda a sinto, eu sei que ela está aqui, está se preparando pra tomar meu corpo de novo e eu sinto que não ficarei viva por muito tempo.
Blásio segura o meu rosto com as duas mãos.
-Chega! Não fala isso nunca mais, você me entendeu? Você vai ficar viva garota e vai matar aquele desgraçado, você é S/n Evans porra, você passou por muita merda e não vai ser a porra de um feitiço negro que vai acabar com você.
Uma lágrima escorre dos meus olhos, aquelas palavras de Blásio haviam me tocado profundamente e como eu já estava estressada aquilo foi um gatilho.
-Obrigada Zabini, não sei o que seria de mim sem você.- sorri.
-Nada né gata.- fala brincalhão e me abraça.
-Fala tanto de fura olho, que você tá um belo talarico.- a voz de Adrian ecoa pela biblioteca.
Blásio desfaz o abraço e o olha de cima a baixo, com aquele olhar debochado.
-Se toca Pucey, eu não sou você, ela é como uma irmã pra mim, não posso dizer o mesmo de você.
-O que quer dizer com isso?- Adrian se aproxima fechando o punho.
-Vai dizer que não tá doido pra ficar com a S/n, por que ela foi a única garota da nossa Comunal, que não sentou nessa minhoquinha que você tem no meio das pernas?
Adrian grunhiu e socou o rosto de Blásio, o mesmo foi pro chão e o seu nariz sangrou na mesma hora, Blásio se levantou e socou o mesmo no queixo, os dois começaram a se socar repetidas vezes.
-Parem!- gritei tentando separá-los.
Por sorte Mael e o namorado entraram na biblioteca e separaram os dois, enquanto os alunos que estavam ali, só apreciavam e briga.
-Que merda deu em vocês?- Mael perguntou irritado.
-Ele que começou.- disse Mael.
-O bobinho se doeu porque falei a verdade.- riu.
Não demorou muito para que Filch aparecessem com Snape ao lado, já que ele era o diretor da Sonserina.
-Os dois pra minha sala agora!- disse Snape severamente- E você?- apontou pra mim- Estava envolvida nisso?
Engoli seco, não sabia o que responder, porque aquela briga havia começado por minha causa de alguma forma.
-Não, ela não estava envolvida.- Blásio respondeu por mim, antes que eu falasse algo.
Snape balançou a cabeça e saiu acompanhado dos dois garotos, que com certeza receberiam uma punição nada boa.
Me sentei na cadeira e passei a mão sobre o rosto.
-O que realmente aconteceu aqui?- Mael perguntou se sentando ao meu lado.
-Blásio falou umas coisas e isso deixou ele irritado, não vale a pena falar agora.
Mael me abraçou de lado e assentiu.
-Se precisar conversar estou aqui.- falou e eu sorri em resposta.
Os dois se levantaram e saíram em seguida, voltei a me concentrar nos estudos, já que eu precisava entrar de todo jeito na turma especial do professor Horácio.
Tudo o que havia falado a Blásio a poucos minutos atrás era verdade, essa sensação era real e a cada dia se tornava mais forte, a cada mês que se aproximava do fim do ano, ela havia se tornado mais real.
Meus pesadelos eram constantes, sempre com Draco a varinha apontada para Dumbledore e o mesmo caindo de um lugar alto, mas eu não conseguia distinguir que local era, mas sentia que seria em Hogwarts.
Talvez em alguma torre.
Eu tinha que impedi-lo, não sabia como, mas planejava isso cuidadosamente, não só para salvar Dumbledore, mas para salvar Draco também, ele teria sangue nas mãos e eu não queria, porque eu o amava.
''S/N, VENHA''- minha mente gritou.
Coloquei as mãos sobre as têmporas e massageei.
-Não.- sussurrei.
A voz falava mais alto, falava mais grave, fechei meus olhos somente por alguns segundos.
Senti um vento soprar no meu rosto fortemente, abri meus olhos e meu coração quase saltou pela boca.
Eu estava em pé, na torre de Astronomia, do lado de fora do parapeito, estava segurando apenas na base de ferro.
Minhas pernas bambearam, o vento soprava mais forte, meu corpo bambeou para frente e para trás, olhei para baixo e comecei a ficar zonza.
Tentei me beliscar, talvez estivesse sonhando, mas não, aquilo era real, eu estava a um passo da morte se desejasse.
E por um breve momento aquilo foi convidativo, abri meus olhos e encarei o abismo a minha frente, a morte se tornou uma amiga naquele instante, será que se eu desistisse de tudo, todo aquele sofrimento que eu sentia que estava se aproximando, pararia?
Fechei os olhos novamente, sentindo o vento antes quente, agora frio, por conta das lágrimas que escorriam dos meus olhos e molhavam as minhas bochechas.
Soltei uma de minhas mãos e antes que eu soltasse a outra, duas mãos agarraram minha cintura e me puxaram para dentro.
-Abre os olhos, eu estou aqui.- a voz de Draco era assustada, ele segurava o meu rosto com as duas mãos, que estavam trêmulas.
Fiz como ele pediu e abri lentamente, ele estava examinando o meu rosto.
-Eu não sei o que deu em mim.- falei baixo.
Draco não perguntou nada e apenas me abraçou, correspondi abraçando fortemente, as lágrimas ficaram mais fortes.
-Nunca mais faça isso.- falou acariciando meus cabelos.
-Eu não tive culpa, eu fechei meus olhos e quando abri, estava na beira da torre.
Draco respirou fundo e se sentou comigo no chão, me aconcheguei em seus braços, chorando cada vez mais.
-Você não tem o direito de me deixar, não tem.- Draco falou com a voz trêmula.
Meu coração acelerou, levantei meu rosto, minha mão segurou o rosto de Draco e eu o puxei, colando seus lábios nos meus, Draco levou a sua mão até a minha bochecha, me puxando para mais perto.
Aquele beijo era sem malícia nenhuma, somente paixão, nossos sentimentos estavam confusos e bagunçados, sem direção, mas naquele momento, naquele beijo era como se tivéssemos nos encontrado.
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Beijinhos da Autora.
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Sobre Nós // Draco Malfoy
General FictionS/N Evans e Draco Malfoy fizeram suas escolhas, um lutaria pelo que acreditava, o outro pelo que talvez o forçaram, nesse jogo o amor sairia machucado. Será que esse sentimento tão profundo e tão forte iria ser deixado de lado? Todos esses question...