Capítulo 34.

6.3K 558 213
                                    

O dia já havia começado agitado, muitas aulas, seguidas uma atrás da outra, eu estava super estressada.

-Você precisa comer algo.- Blásio falava ao meu lado.

-O que eu preciso é terminar essa tarefa.

-Posso saber por que você tá sem empenhando tanto pra entrar naquele grupo do professor Horácio?

-Porque eu não tenho nada na vida, preciso ter uma referencia pra quando sair daqui, não quero morrer de fome.

-Ainda falta um tempo até nos formamos.

-Você sabe que esse ano não será como os outros.

-O que você quer dizer com isso?

-Draco não desistiu do plano contra Dumbledore.- falei baixo para que os alunos não escutassem.

-O quê? Como você...

Suspirei e o encarei.

-Você sabe daquela parte minha... Então, desde que fui atacada, ela está adormecida, mas eu ainda a sinto, eu sei que ela está aqui, está se preparando pra tomar meu corpo de novo e eu sinto que não ficarei viva por muito tempo.

Blásio segura o meu rosto com as duas mãos.

-Chega! Não fala isso nunca mais, você me entendeu? Você vai ficar viva garota e vai matar aquele desgraçado, você é S/n Evans porra, você passou por muita merda e não vai ser a porra de um feitiço negro que vai acabar com você.

Uma lágrima escorre dos meus olhos, aquelas palavras de Blásio haviam me tocado profundamente e como eu já estava estressada aquilo foi um gatilho.

-Obrigada Zabini, não sei o que seria de mim sem você.- sorri.

-Nada né gata.- fala brincalhão e me abraça.

-Fala tanto de fura olho, que você tá um belo talarico.- a voz de Adrian ecoa pela biblioteca.

Blásio desfaz o abraço e o olha de cima a baixo, com aquele olhar debochado.

-Se toca Pucey, eu não sou você, ela é como uma irmã pra mim, não posso dizer o mesmo de você.

-O que quer dizer com isso?- Adrian se aproxima fechando o punho.

-Vai dizer que não tá doido pra ficar com a S/n, por que ela foi a única garota da nossa Comunal,  que não sentou nessa minhoquinha que você tem no meio das pernas?

Adrian grunhiu e socou o rosto de Blásio, o mesmo foi pro chão e o seu nariz sangrou na mesma hora, Blásio se levantou e socou o mesmo no queixo, os dois começaram a se socar repetidas vezes.

-Parem!- gritei tentando separá-los.

Por sorte Mael e o namorado entraram na biblioteca e separaram os dois, enquanto os alunos que estavam ali, só apreciavam e briga.

-Que merda deu em vocês?- Mael perguntou irritado.

-Ele que começou.- disse Mael.

-O bobinho se doeu porque falei a verdade.- riu.

Não demorou muito para que Filch aparecessem com Snape ao lado, já que ele era o diretor da Sonserina.

-Os dois pra minha sala agora!- disse Snape severamente- E você?- apontou pra mim- Estava envolvida nisso?

Engoli seco, não sabia o que responder, porque aquela briga havia começado por minha causa de alguma forma.

-Não, ela não estava envolvida.- Blásio respondeu por mim, antes que eu falasse algo.

Snape balançou a cabeça e saiu acompanhado dos dois garotos, que com certeza receberiam uma punição nada boa.

Me sentei na cadeira e passei a mão sobre o rosto.

-O que realmente aconteceu aqui?- Mael perguntou se sentando ao meu lado.

-Blásio falou umas coisas e isso deixou ele irritado, não vale a pena falar agora.

Mael me abraçou de lado e assentiu.

-Se precisar conversar estou aqui.- falou e eu sorri em resposta.

Os dois se levantaram e saíram em seguida, voltei a me concentrar nos estudos, já que eu precisava entrar de todo jeito na turma especial do professor Horácio.

Tudo o que havia falado a Blásio a poucos minutos atrás era verdade, essa sensação era real e a cada dia se tornava mais forte, a cada mês que se aproximava do fim do ano, ela havia se tornado mais real.

Meus pesadelos eram constantes, sempre com Draco a varinha apontada para Dumbledore e o mesmo caindo de um lugar alto, mas eu não conseguia distinguir que local era, mas sentia que seria em Hogwarts.

Talvez em alguma torre.

Eu tinha que impedi-lo, não sabia como, mas planejava isso cuidadosamente, não só para salvar Dumbledore, mas para salvar Draco também, ele teria sangue nas mãos e eu não queria, porque eu o amava.

''S/N, VENHA''- minha mente gritou.

Coloquei as mãos sobre as têmporas e massageei.

-Não.- sussurrei.

A voz falava mais alto, falava mais grave, fechei meus olhos somente por alguns segundos.

Senti um vento soprar no meu rosto fortemente, abri meus olhos e meu coração quase saltou pela boca.

Eu estava em pé, na torre de Astronomia, do lado de fora do parapeito, estava segurando apenas na base de ferro.

Minhas pernas bambearam, o vento soprava mais forte, meu corpo bambeou para frente e para trás, olhei para baixo e comecei a ficar zonza.

Tentei me beliscar, talvez estivesse sonhando, mas não, aquilo era real, eu estava a um passo da morte se desejasse.

E por um breve momento aquilo foi convidativo, abri meus olhos e encarei o abismo a minha frente, a morte se tornou uma amiga naquele instante, será que se eu desistisse de tudo, todo aquele sofrimento que eu sentia que estava se aproximando, pararia?

Fechei os olhos novamente, sentindo o vento antes quente, agora frio, por conta das lágrimas que escorriam dos meus olhos e molhavam as minhas bochechas.

Soltei uma de minhas mãos e antes que eu soltasse a outra, duas mãos agarraram minha cintura e me puxaram para dentro.

-Abre os olhos, eu estou aqui.- a voz de Draco era assustada, ele segurava o meu rosto com as duas mãos, que estavam trêmulas.

Fiz como ele pediu e abri lentamente, ele estava examinando o meu rosto.

-Eu não sei o que deu em mim.- falei baixo.

Draco não perguntou nada e apenas me abraçou, correspondi abraçando fortemente, as lágrimas ficaram mais fortes.

-Nunca mais faça isso.- falou acariciando meus cabelos.

-Eu não tive culpa, eu fechei meus olhos e quando abri, estava na beira da torre.

Draco respirou fundo e se sentou comigo no chão, me aconcheguei em seus braços, chorando cada vez mais.

-Você não tem o direito de me deixar, não tem.- Draco falou com a voz trêmula.

Meu coração acelerou, levantei meu rosto, minha mão segurou o rosto de Draco e eu o puxei, colando seus lábios nos meus, Draco levou a sua mão até a minha bochecha, me puxando para mais perto.

Aquele beijo era sem malícia nenhuma, somente paixão, nossos sentimentos estavam confusos e bagunçados, sem direção, mas naquele momento, naquele beijo era como se tivéssemos nos encontrado.


VOTEM E COMENTEM.

Beijinhos da Autora.







Sobre Nós // Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora