A xícara de chá repousava na minha frente, o vapor fazia listras espirais enquanto subia, mostrando o quão quente estava.
Na janela, pingos de chuva desciam sem parar, o tempo estava escuro e triste, como os tempos que já haviam chegado.
-Tudo bem minha filha?- minha mãe perguntou sentando ao meu lado.
-Sim - forcei um sorriso- Acho que sim.
-Pensando nele?- me olhou com compaixão.
-Não, na verdade, pensando que falta pouco pro meu bebê nascer, nunca imaginei ser mãe tão nova.
-Quando engravidei de você, pensava o mesmo, não tinha sua idade claro, era mais velha, porém nem sempre alguém está preparada pra gerar uma vida, é assustador não vou mentir, mas é lindo quando você olha pra aquele pacotinho nos seus braços, quando você sabe que ele vai precisar do seu amor e cuidado.
Acarinciei minha barriga e senti um pequeno chute do lado esquerdo.
-Acho que ele gosta da sua voz.- sorri e ela pôs sua mão em cima da minha.
-E eu amo meu netinho.
-Netinho?
-Charlotte acha que é menino e ela acertou quando engravidei de você e acertou a de Narcisa também.
Suspirei contente, só de imaginar que meu filho em poucos meses estaria em meus braços, me aliviava, eu só pedia para que ele não nascesse quando a guerra realmente acontecesse.
-Acho que vou preparar uma sopa pra nóslevantou-se.
-Pode ser de abóbora? Tô desejando a dias.
-Claro meu amor, mais alguma coisa?
-Com damasco.
-Damasco?
-Não sei porque, mas me parece delicioso.
Minha mãe riu e assentiu, indo até a cozinha preparar, a porta foi aberta por minha avó e minha tia que voltavam aflitas.
-O que aconteceu?- questionei me levantando.
-Pegaram Harry, Hermione e Rony, estai na mansão Malfoy.
-Mansão malfoy?- franzi o cenho.
-Sim, soubemos as notícias da vila.
-Por Merlim.- senti uma pontada na barriga e segurei na cadeira.
-Vai nascer?- vovó me segurou- esta muito cedo.
Tentei controlar minha respiração mas era quase impossível com a dor paasando abaixo do meu ventre e atingindo as minhas pernas.
-Está doendo.-reclamei.
A porta da sala foi aberta novamente por Blásio que parecia assustado.
-Pegaram o cicatriz e o casal fogo e água.- Blasio disse rapidamente e me olhou- O que?
-Acho que vai nascer.- falei entredentes apoiada na minha avó.
Com dificuldade fui levada até o quarto e deitada sobre a cama, as contrações ficavam mais fortes, era como se tivessem me ferindo com cortes.
-Ah, por favor, eu não estou aguentando.- falei puxando o ar e encostando na cabeceira.
-Na hora de fazer foi gostoso né.- Blasio tentou fazer graça, encarei respirando fundo, sentindo meu corpo começar a suar - Desculpa, situações de pressão me deixam sem saber como agir.
Olhei para cima apertando os lençóis da cama, minha cabeça parecia girar, no quarto estava minha mãe com alguns panos, enquanto Charlotte entrava com uma bacia de água.
-Vamos meu amor, respirei, não está dilatado o suficiente.- minha mãe informou passando um pano molhado em minha testa.
Me concentrei na minha respiração a medida que as contrações ficavam mais fortes, tentava manter o foco, mas era quase impossível.
Depois de 4 horas, me sentia fraca e as dores só aumentavam.
-Eu não vou conseguir.- murmurei sem forças.
Charlotte pegou em minha barriga e sentiu a posição do bebê.
-Acho que está sentado, não vai conseguir nascer assim.- informou.
Mais uma vez a dor insuportável chegou, não estava aguentando ficar sentada, então levantei e me apoiei nas bases da cama, me virando para a porta.
Sangue escorria pelas minhas pernas.
-Eu tenho que tentar, meu bebê não vai aguentar.- avisei a minha mãe - Não posso mais esperar.
As três mulheres se entre olharam e assentiram, minha mãe, ficou atrás de mim dando apoio a minha cabeça, minha avó se agachou a minha frente e minha tia estava com um pano, esperando a criança.
-No três meu amor.- avisou- 1...2...3, vai.
Coloquei toda a força que ainda existia em mim, mas o bebê se manteve no mesmo lugar.
-Mais uma vez.
Forcei outra e senti o bebê se deslocando aos poucos.
Minha avó me olhou e assentiu novamente, outra vez fiz força.
-Está nascendo meu amor, vamos, só mais uma.
Puxei o ar mais uma vez, minha mãe segurou a minha mão, fechei meus olhos e fiz força pela última vez.
O choro baixinho foi ouvido, minha avó está a sorridente.-É um menino e é lindo.- disse dando meu filho em meus braços.
As lágrimas de felicidades foram difíceis de controlar, ver aquele serzinho tão pequeno, chorando a plenos pulmões, me trouxe uma sensação boa e desconhecida.
(...)
Já estava deitada novamente, limpa e com o meu filho mamando, quando Blaso entrou devagar no quarto, se aproximando da cama e sentando do meu lado.
-Por merlim, ele é lindo.- falou emocionado.
-Sim, ele é perfeito.- concordei segurando sua mãozinha.
-Qual o nome?
-Logan, significa pequeno guerreiro.
-É lindo minha amiga, lindo como ele.
-Obrigada por estar comigo.- segurei sua mão e ele sorriu.
-Você é a irmã que eu não tive e sempre estarei aqui pra você e agora pra esse bebê lindo.
Blasio me abraçou de lado e ficamos ali, observando o fruto do amor entre mim e Draco, que dormia tranquilamente em meus braços.
Votem e comentem.
Beijinhos da autora.
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Sobre Nós // Draco Malfoy
Genel KurguS/N Evans e Draco Malfoy fizeram suas escolhas, um lutaria pelo que acreditava, o outro pelo que talvez o forçaram, nesse jogo o amor sairia machucado. Será que esse sentimento tão profundo e tão forte iria ser deixado de lado? Todos esses question...