Capítulo 75.

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Eu não queria parar, não queria deixá-lo mais uma vez, porém a razão gritou mais alto que os meus sentimentos.

-Chega.- empurrei- Eu não posso.

-S/N, ela morreu, eu estou livre, nós estamos.- sua voz estava arrastada.

Meus olhos semicerraram e uma risada irônica escapou dos meus lábios.

-Chama isso de livre? Malfoy, estamos no meio de uma batalha, a vida de inocentes está em jogo, não posso deixar os meus deveres de lado pra...

Ele engoliu nervoso e se aproximou, eu não conseguia terminar a frase.

-Pra ficar comigo, era isso que você quer dizer?

-Não me leve a mal, eu só, não posso fazer isso.

Suas mãos passaram pelo seu rosto de forma agoniada, ele abriu os braços e olhou pra cima, gritando.

-SERÁ QUE ALGUMA VEZ VOCÊ PENSOU EM MIM?

-Claro que sim.

-Eu sempre fiz tudo por você, tudo que eu podia- apontou pro próprio peito- Quando eu peço uma vez, pra fazer por mim, você nega.

-Você tem que ser compreensivo Draco, pelo menos dessa vez.

-Outra vez? Até quando?- suspirou- Eu não aguento mais isso, isso é uma maldição.

-O quê?- uma ponta de irritação começava a surgir- Fala!

-Amar você! Eu não posso continuar com isso, não posso, isso está me matando aos poucos e agora eu tenho uma filha que precisa de mim.

-Está desistindo de nós?- meu coração estava destruído, se partindo a cada frase.

-Nós?- uma lágrima escorreu dos seus olhos- Sobre nós foi intenso, foi o amor mais lindo que eu senti, mas também o que mais me feriu, eu posso passar o resto da minha vida te querendo, te desejando, te amando, mas não vou atrás, não vou pedir pra você ficar. Eu sei que é impossível, mas eu vou tentar matar esse amor, porque amar você é um das maldições imperdoáveis, a mais letal de todas e pra mim, chega.

Nada escapava dos meus lábios além de soluços baixos, meu olhos eram como duas cachoeiras, Draco se aproximou e tirou do bolso as correntinhas com os pingentes que havia comprado para usarmos no início daquele ano.

Jogou a minha sobre os meus pés e arremessou a sua longe, pegou a vassoura e me lançou um último olhar, antes de voar para longe.

Os trovões se tornaram mais altos, abracei meu próprio corpo, sentindo um vazio inigualável, não conseguia explicar, uma mão tocou meu ombro, me virei assustada e vi Fred, ofegante.

-Atingiram George.- disparou.

Enxuguei minhas lágrimas, ou tentei.

-E-ele está bem?- minha voz saiu baixa.

-Sim, mas perdeu a orelha.

-Sinto muito.

Fred arqueou uma sobrancelha e levantou meu queixo.

-O que aconteceu S/N?

Aquela pergunta me deixou mais fragilizada, abracei seu corpo no impulso e chorei, ele retribuiu o abraço, me apertando contra o seu peito.

-Acabou Fred, acabou e está doendo muito.

(...)

Aos chegarmos na toca, depois de alguns minutos, todos pareciam preocupados, Molly correu até mim, me abraçando.

Sobre Nós // Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora