Capítulo 47.

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Draco Narrando.

Dor.

Era isso que eu sentia, como se um corte de navalha tivesse sido feito no meu peito, como se todas as camadas da minha pele tivessem se abrindo, ao vê o amor da minha vida, presa, desmaiada, suja e machucada.

-Draco?- disse o meu pai abrindo a porta do meu quarto- Você precisa descer e se alimentar.

Suspiro e me viro para encará-lo a contragosto, minha relação com Lúcio já não era das melhores, depois dos acontecimentos, só havia piorado.

-Não estou com fome.

-Você diz isso há mais de cinco dias! Você quer ficar doente?- disse aumentando o tom de voz.

-O que eu quero é que soltem S/n! Ela não merece estar naquele lugar sujo...

-Ela está tendo o que uma traidora merece!- bateu a mão sobre a mesa.

Fui até o homem tomado pela fúria, minas mãos puxaram o colarinho de sua camisa, Lúcio puxou a varinha de sua cintura e apontou para o meu pescoço.

-Me solta seu moleque imprestável!

-Eu odeio você- esbravejei- Odeio!- soltei o colarinho de sua camisa e passei pelo mesmo, indo em direção ao calabouço que minha família mantinha na mansão há anos.

-Não pode passar daqui.- disse um dos guardas, que foram colocados para vigiar a garota.

-Talvez vocês mudem de ideia.- falo tirando de um dos bolsos, dois sacos com algumas moedas de ouro.

Os homens se entreolharam, estavam tentados a aceitar a proposta.

-Preciso apenas de alguns minutos com ela, não vou demorar, serei rápido.- digo persuadindo ainda mais os homens.

Com bastante insistência eles aceitaram, o porta da cela foi aberta.

Meus olhos marejaram no mesmo instante, uma mistura de vários sentimentos tomaram conta de todo o meu ser.

Caminhei a passos lentos até o corpo da minha garota, ela estava com os olhos fechados, roxa em vários pontos do corpo, cortes, sangue seco, sua boca estava entre aberta e ela puxava o ar com dificuldade.

-Meu amor...- sussurrei para que somente ela escutasse-Eu vou te tirar daqui.

Seus olhos se abriram lentamente, ela parecia se esforçar para fazer aquilo.

-Não- disse com difculdade- Você não pode fazer isso.

-Sim eu posso, não vou te deixar nessas condições.

-Você tem que salvar os bebês, ele irá matá-los.- murmurou a garota.

Fechei os olhos e encostei minha testa na sua, minhas mãos seguraram sua cintura por um breve instante, de seus lábios um gemido de satisfação cortou o ambiente, ela estava por muito tempo pendurada, aquilo era um alívio para ela.

-Eu irei matar um por um por, eu vingarei você.- falo sentindo uma lágrima escorrer dos meus olhos.

Um sorriso fraco foi dado por S/n.

-Sempre sendo o meu herói Malfoy.- disse em tom de provocação.

Mesmo naquelas condições, ela tentava me animar, tentava mostrar que estava aguentando tudo que podia, aquela era a mulher mais forte que eu havia conhecido até então.

-Sempre estarei aqui pra te proteger do perigo.

-Salve os bebês, só isso que te peço, o resto, eu aguentarei.

Sobre Nós // Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora