Gritos de dor ecoavam pelos corredores da mansão Malfoy.
-Vai demorar muito? -Draco perguntou aflito.
-Eles estão fazendo o que podem filho.- Narcisa respondeu.
O bebê estava prestes a nascer e as dúvidas de Malfoy também.
-Ele está nascendo antes da hora... sussurrou.
Mesmo que aquele bebê fosse prematuro, algo estava errado e ele sentia, mas calou-se enquanto Astoria gritava.
Uma moça de meia idade apareceu na sala, com as mãos sujas de sangue, limpando frequentemente em um pano branco.
-Estamos fazendo o possível, mas o bebê estava atravessado. -respondeu receosa.
-O que podem fazer?- Draco adiantou a dizer.
-Temos duas opções, mas nenhuma delas salva os dois.
-O quê?
-Infelizmente o senhor terá que escolher, ou o bebê ou a mãe.
Draco deu três passos para trás, sentiu-se cansado, como ele escolheria aquilo? A vida de um ou de outro.
-Não temos tempo senhor, ou se decide logo, ou os dois morrerão.- insistiu a mulher.
Draco esbarrou em todos e seguiu até o quarto que acontecia o parto, abriu a porta e em volta da cama de lençóis antes brancos, agora ensanguentados, estavam várias mulheres com panos, no meio, estava Astoria, fraca e quase desistindo.
Ele se aproximou e ajoelhou-se ao lado dela.
-Querem que eu tome uma decisão difícil e...
Astoria segurou a mão de Draco e suspirou.
-S-salve o bebê...Por favor.
-E-eu.
-Draco, eu t-te fiz muito mal, eu não vou conseguir sobreviver, então pelo menos, salva uma coisa boa que eu fiz, salva o meu filho.
Draco sentiu sua garganta se fechar, olhou ao redor, aqueles olhos esperando uma resposta, apenas uma.
-Salvem a criança.- ordenou.
As mulheres assentiram e preparam a garota, a puxando para baixo, para que seu corpo estivesse deitado por completo, seu vestido foi rasgado ao meio, uma adaga, que brilhava feito fogo e parecia ser muito afiada, estava nas mãos da parteira principal.
-Quando quiser senhor.- falou encostando a faca no final do ventre.
-D-draco, não deixa o J-jason se aproximar do bebê.- Astoria sussurrou.
-Por que? O que o Jason tem haver com isso?
-E-esse filho é...- fechou os olhos e engoliu seco- É dele.
-Não temos tempo, agora! - falou a moça da direita.
Draco se afastou, estava surpreso, na realidade, não sabia o que sentia, por isso a criança havia nascido muito antes do previsto, por isso aquele casamento a pressas e sob pressão, por isso que ela o enfeitiçou em uma das únicas noites que tiveram.
Ele ouviu o último grito soltado, a adaga já havia feito o corte, o sangue inundou a cama, Astoria foi ficando pálida, seus olhos reviraram quando a senhora enfiou a mão na barriga para puxar uma linda menina, tão pequena, mais que chorava a plenos pulmões.
A pequena garotinha foi levada para Astoria antes que seus olhos se fechassem para sempre.
-Minha princesinha...-sussurrou e o sorriso foi se desfazendo, até que seus olhos já não estivessem com vida.
A bebê que chorava incessantemente foi levada por uma mulher até Draco.
-Quer segurar sua filha?- perguntou.
Draco passou a mão pelos cabelos e olhou para aqueles olhos tão azuis que pareciam duas piscinas, seu rostinho ganhava tons de vermelho pelo choro, ele apenas balançou a cabeça e ela foi colocada em seus braços.
Incrivelmente a bebê parou de chorar, se acalmando nos braços daquele que não era o seu pai, mas que já nutria um sentimento de amor parteno que ele desconhecia.
A porta foi aberta por Narcisa, que analisou tudo rapidamente, ela se aproximou de Draco e uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto.
-Ela é linda filho, a minha netinha.- fungou.
Draco não contaria naquele momento que a filha não era dele, esperaria, precisava agora pensar na segurança dela, já que Astoria pediu para que não deixasse que o seu primo se aproximasse.
-Vamos sair daqui, avisem aos Greengass do falecimento da filha.- pediu Draco.
Assim seguiram pelo corredor, acompanhados de duas moças, que pegaram a pequena e a preparam, Draco se dirigiu até o escritório do pai, onde Snape o aguardava.
-Parabéns pela criança.- disse Snape assim que o loiro cruzou a porta.
-Não é minha.- respondeu já que só haviam os dois ali.
-Como?- questionou confuso.
-Antes de morrer, ela me contou que a bebê era filha de Jason.
-É uma menina?
Draco assentiu.
-Eu esperava isso, não havia como você engravida-la.
-Ninguém, além de nós dois, sabe disso, confio em segredo a você.
-Por que?
-Ela me pediu para que não deixasse que ele se aproximasse da filha, então algo está errado.
Snape andou pela sala, parecia pensativo, como se já tivesse ideia do que poderia ter acontecido.
-Proteja essa criança Draco, conte comigo, vou atrás de informações, acho que sei o que fazer.
Draco assentiu e respirou fundo.
-Você sabe algo sobre S/N?- perguntou receoso.
Snape apertou os olhos, que tipo de pergunta era aquela?
-Não, perdemos a localização dela a meses, mas Voldemort não mede esforços para encontrá-la.
-Você acha que ela está bem?
-Aquela garota tem dons, tem uma grande rede de apoio, mal ela não deve estar.
-Ontem algo estranho acontece, era como se eu tivesse saído do meu corpo e eu sentia um queimor insuportável e eu ouvi ela gritando.
-Você a viu?- se aproximou.
-Não, eu só ouvi.
-Ela não está usando a pulseira....- sussurrou para si, mas Draco ouviu.
-Que pulseira?
-Nada, preciso ir.
Draco atentou-se aquela reação estranha de Snape, talvez, soubesse como encontrá-la, precisava encontrá-la.
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Beijos da Autora.
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Sobre Nós // Draco Malfoy
General FictionS/N Evans e Draco Malfoy fizeram suas escolhas, um lutaria pelo que acreditava, o outro pelo que talvez o forçaram, nesse jogo o amor sairia machucado. Será que esse sentimento tão profundo e tão forte iria ser deixado de lado? Todos esses question...