Na manhã seguinte, quando se dirigiu ao refeitório para tomar o café da manhã, Rhaena encontrou o duque, sentado tomando chá em uma longa mesa retangular, recheada dos mais diversos alimentos e ele conversava com o mordomo. Era o primeiro encontro deles, pois após despertar de seu sono, acordou sozinha no quarto.
— Bom dia, duque. Senhor Coein — Cumprimentou educadamente, tomando o lugar em frente ao do marido, que já tinha um prato de frutas preparado para ela, assim como havia pedido anteriormente.
— Bom dia, madame. — Elijah retribuiu, cordialmente.
— Bom dia. — Kayden respondeu.
— Senhor Coein, as empregadas me disseram que não temos um horário fixo para as refeições — disse, enquanto comia alguns pêssegos cortados em pedaços.
— Está certo, madame... como seguimos a rotina do duque, fazemos de acordo com o tempo dele.
— Ah, sim! — Sorriu. — Mas a partir de hoje, gostaria que o café da manhã fosse servido às nove, o almoço às treze e o jantar às oito, tudo bem?
O mordomo hesitou um pouco, olhando para as costas do seu senhor esperando algum sinal, percebendo isso, ela deu uma risada leve e logo retomou.
— Não precisa se preocupar, tenho certeza que meu marido não se opõe e também, como duquesa, é meu dever tomar conta da casa.
— Sim, madame! — Ouviu a resposta dele com um pouco de satisfação — Passarei agora mesmo essa informação aos cozinheiros! — Ele avisou solene, deixando o cômodo em seguida.
Retomando o desjejum, Rhaena teve tempo de terminar os pêssegos e comer mais alguns morangos, antes que Kayden tomasse a frente e lhe dirigisse a palavra.
— Não queria falar sobre deveres nesse ponto, mas já que você quem tocou nesse assunto, podemos dar continuidade, não é mesmo, senhorita? — Ele pronunciou, em seu rotineiro tom sério, sem tirar os olhos do prato de carne que comia.
— Claro, duque.
— Como dito em meus votos, tudo que é meu será seu. — Ele continuou, deixando os talheres de lado para olhá-la — É comum que os maridos deem um orçamento mensal às suas esposas, mas não sou adepto dessa ideia. Não me importarei mesmo se gastar toda a minha fortuna, afinal, sempre poderei fazer mais dinheiro.
— Eu não seria tão leviana, não se preocupe com isso. — Respondeu, ignorando totalmente o fato de que ele havia dado permissão para gastar todo dinheiro.
— Você também não precisa me avisar caso queira comprar uma dúzia de vestidos ou joias, apenas faça como quiser. Essa casa é sua, meu dinheiro é seu.
— Sim, duque...
— E peço para que não se refira a mim como "duque" — Completou com um leve suspiro. — Somos casados, me chame pelo nome, por marido, esposo, da forma que achar melhor, mas não use meu título.
— Eu posso dizer o mesmo para você, Kayden — respondeu, sorrindo abertamente — Não precisa me chamar por "senhorita", use o meu nome.
— Farei dessa forma, Rhaena.
Aproveitando aquela deixa, lembrou-se de uma conselho dado por sua mãe, dias antes do casamento, avisando-a para administrar o território do duque. No início, ela não tinha muita certeza se poderia fazer isso, mas aproveitou aquele momento de boa vontade da parte dele e concluiu que não teria hora melhor para fazer o pedido.
— Bom, gostaria de administrar Sonen, seu território — falou diretamente.
Ao ouvir o pedido dela, Kayden franziu o cenho e a encarou rigidamente.
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Castelo de Cartas
Historical FictionRhaena Heddle é uma jovem nobre, conhecida por sua beleza e bondade. Por toda sua vida, tinha sido amada e cuidada pela família e quando chega a idade de se casar, seus pais aceitam a proposta de casamento do duque Kayden Scarth, renomado por ser...