Castelo de Cartas

Capítulo 48: O fim de todo o caos;

Aquela manhã era uma das mais importantes para Rhaena, pois significava que finalmente, Freya seria deposta e enviada para longe, bem longe, conforme a decisão do imperador.

Como Claude havia decidido, o casamento de Freya com Helius seria anulado, prosseguindo com o término ao enviar da princesa para uma cidade isolada, nas terras nortenhas do império. Pelo que a duquesa tinha ouvido do marido, a pequena vila se localizava no meio de duas montanhas, o que dificultava o acesso de ida e vinda. Lá, Freya prestaria serviços ao templo da deusa Eisha, em troca de um lar. Além disso, receberia uma pequena ajuda financeira, por um determinado tempo.

Apesar da decisão do imperador parecer um tanto quanto misericordiosa, Rhaena entendeu facilmente a sua mensagem, sem precisar se esforçar muito. No final, mesmo que Claude não dissesse as palavras exatas, seu significado continuava sendo o mesmo: aquela mulher estava sendo completamente banida e isolada.

Além disso, outra informação obtida com o marido, dizia que Freya viveria sob constante vigilância dos guardas do templo. Sabendo deste fato, Rhaena se sentiu completamente aliviada e feliz, afinal de contas, era uma ótima informação.

Em virtude daquele momento histórico, vestiu-se com seu melhor vestido e colocou suas mais belas jóias, aquelas que foram feitas sob encomenda a pedido de seu marido, somente para mostrar a sua melhor versão para Freya, quando aquela mulher partisse.

Talvez fosse um ato de infantilidade da sua parte; talvez estivesse exibindo um rancor que se negava a sentir, mas a duquesa estava firme em sua decisão. Queria mostrar para Freya que no fim, mesmo após todos os seus esforços, Rhaena era a única vitoriosa naquela história.

— Você realmente não precisa estar presente — Kayden reforçou a ideia, olhando com preocupação na direção da esposa.

O duque não queria que Rhaena se esforçasse mais do que o necessário, principalmente agora, que as queixas sobre as dores e incômodos estavam se tornando cada vez mais frequentes. Preocupado pelo estado cansado que a esposa vinha tendo, além do clima péssimo que estava lá fora, definindo o início de um inverno que seria rigoroso, o Scarth sentiu como se não pudesse descansar nem por um minuto.

— Está começando a nevar, Rhaena... — Se adiantou, colocando as mãos nos ombros dela, massageando com delicadeza — Talvez seja melhor que você permaneça em casa, meu amor.

— Estou completamente bem! Além de muito aquecida, Kayden — Rhaena frustrou os planos dele com uma olhada firme. Percebendo que aquela era uma batalha perdida, o duque apenas se conformou com a ideia e aceitou em silêncio.

— Você consegue acabar com toda a minha paz, Rhaena — Kayden reclamou inutilmente, enquanto a puxava para um abraço apertado. Ele sabia que ela não gostava de seu lado superprotetor, mas era difícil não sentir vontade de protegê-la contra tudo e todos.

Principalmente porque ele amava aquela mulher com todas as suas forças, na verdade, chegou a um ponto em que se sentia completamente dependente dela e de seu amor avassalador.

— Eu preciso estar lá, você sabe disso...

— Sim, eu sei, mas não quero admitir. Queria que você permanecesse aqui em casa, deitada em nossa cama, descansando e recebendo o melhor tratamento possível! E não tendo que ficar em pé, em meio a neve e vento gelado — Kayden tentou dizer sutilmente, mas era possível notar seu tom irritadiço há metros de distância.

Internamente, sentiu aquela raiva crescente que nutria contra Freya tomar espaço em sua mente. Mesmo no fim, aquela maldita continuava lhe causando problemas.

— Não se preocupe, sabemos que não será um evento muito longo — Rhaena pronunciou solene, sorrindo levemente — Vamos lá, quanto mais rápido chegarmos, mais rápido voltamos.