Capítulo 46: Confissão;

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Aland, capital.

Após o pedido de deposição da princesa feito pelo duque, o caos se instaurou gradativamente por toda a capital. Os nobres, que não apoiavam a relação do príncipe com Freya, foram tomando cada vez mais espaço naquela luta e persistiram por meses, enquanto o imperador estudava os caminhos que poderia seguir.

No entanto, apesar do barulho da nobreza, os plebeus também se juntaram à causa. Eles acreditavam que aquela situação não passava de um preconceito contra a futura imperatriz e suas origens humildes. Por essa razão, uma pequena mas considerável parte da população, se organizaram nos portões do palácio para apoiarem a futura imperatriz.

Os dias estavam cada vez mais sombrios e Helius não podia imaginar o que poderia acontecer. Ele temia que o povo pudesse se enfurecer ainda mais, após a tomada da decisão do pai, e que iniciassem uma rebelião contra a monarquia.

Sozinho, o príncipe foi completamente abandonado no escuro, bem no centro de toda a confusão. Sem a presença de Kayden na capital e também, desfrutando da ausência de Claude, Helius se afundou cada vez mais na solidão enquanto lutava com os próprios sentimentos conflitantes.

Ele não era bobo e muito menos ingênuo. Sabia que Freya nutria um sentimento obsessivo por ele e o melhor amigo de infância. Mas a pior parte da situação, não era isso ou entender que havia sido usado e enganado, muito pelo contrário, o mais difícil estava sendo ter que esquecer o amor que nutria por sua esposa.

Antes dela, Helius nunca tinha experimentado algo como "amor". E não era segredo para ninguém, que ele havia se deixado levar cegamente pelo sentimento avassalador que o atingiu naquela época.

No início, tentou se blindar e ignorar completamente os alertas de perigo que soavam em sua cabeça, apenas por amá-la e admirá-la demais, pois Freya nem sempre havia sido violenta daquela forma.

Na realidade, ela era muito doce, gentil e carinhosa. Talvez por isso tenha sido tão fácil, para que ele e Kayden, caíssem nas mentiras dela e se deixassem levar pela paixão que os consumiu.

Mas agora, vendo quem ela realmente era, Helius não podia deixar de se questionar sobre o que era verdadeiro ou falso. E após tantos dias de martírio, o príncipe reuniu coragem e visitou os aposentos da mulher que ainda era sua esposa.

Em frente a porta do quarto dela, ele refletiu sobre quanto tempo ele não visitava aquele cômodo. Imaginou que talvez completassem semanas ou meses, o futuro imperador não sabia responder ao certo. Ali no corredor, Helius se sentiu inseguro pela primeira vez em muitos anos.

Ele não se encontrava com Freya há muito tempo, desde o fatídico ataque dela contra a duquesa Rhaena Scarth. Então, foi compreensível que estivesse nervoso e temeroso com esse reencontro deles.

Então, quando os guardas abriram as portas, Helius não se surpreendeu com o estado caótico do quarto destinado à esposa. Com passos lentos e calmos, o príncipe olhou para cada detalhe com atenção, sentindo um pouco de aflição.

As cortinas estavam rasgadas, vasos quebrados, vestidos espalhados e a pequena mesa estava jogada no chão. Além disso, havia penas usadas nos travesseiros espalhados por todo o piso esbranquiçado. Vendo isso, Helius suspirou pesadamente e encarou a figura diminuta sentada na cama.

Ver o estado vulnerável dela, fez com que o coração dele se apertasse. Um lado seu queria correr na direção dela, desejava tomá-la nos braços e acalentá-la. Entretanto, foi o racional quem falou mais alto e o futuro imperador se manteve longe, somente a olhando em silêncio, enquanto refletia sobre como iniciaria aquele diálogo.

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