Capítulo 29: A corça branca;

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Os homens estavam se preparando para a caçada, que aconteceria naquela tarde. A duração dela era de aproximadamente duas horas e durante esse tempo, as mulheres ficariam em segurança no acampamento, conversando e comendo bolo.

Esse fato irritou profundamente a duquesa, pois, apesar de não ter nenhuma habilidade com caça, Rhaena ao menos queria acompanhar os homens da sua vida, seu pai, irmão e o marido naquela jornada.

Devido a sua saúde frágil durante a juventude, não conseguia frequentar aqueles eventos e agora que podia, queria vivenciar tudo ao lado das pessoas que tanto amava.

Observando o duque que estava ao seu lado, um suspirou pesado escapou de seus lábios rosados. Kayden estava tão focado em outra tarefa, que mal reparava seu olhar sob ele. A atenção do homem estava focada em sua contagem, verificando quantas flechas tinha em sua aljava. Aparentemente, pelo que pode perceber, ele preferia caçar com arco e flecha, ao invés de espadas e armadilhas.

Ainda muito atenta aos movimentos dele, Rhaena quis pedir para acompanhá-lo, mas, mesmo que seu desejo fosse muito inocente, sabia que o duque negaria. E obviamente, ela entendia que era perigoso! Estavam falando de estar dentro de uma mata fechada, cercado por animais selvagens!

Enquanto refletia sobre o assunto, a Scarth lembrou das palavras que ouvira das outras senhoritas, enquanto caminhava pelo acompanhamento. Elas debatiam a respeito de qual homem, naquela competição, receberiam a sua graça. A princípio, Rhaena não entendeu a preocupação das moças, pois havia pego a informação justo no fim, mas imaginou que era algum costume de presentear os caçadores daquela tarde.

Assim, sem pensar duas vezes, ela soltou o laço, feito com uma fita de cetim na cor lilás que prendia seus cabelos loiros e se aproximou do marido, com passos hesitantes.

Kayden não se surpreendeu com a aproximação dela, na verdade, mesmo que estivesse focado na verificação das flechas que levaria, ainda olhava constantemente para esposa, pois sabia que algo a incomodava. Na verdade, conhecendo-a bem, ele compreendia o motivo de sua atitude inquieta.

— Para desejar sorte e segurança... — Rhaena falou, puxando a mão do marido na direção dela. No pulso dele, amarrou a fita — Todas as damas presenteiam um cavaleiro com uma fita — Contou a ele, um pouco da informação ouvida, enquanto caminhava pelo local.

— Por que eu precisaria de sorte, Rhaena? — Ele indagou, com um sorriso divertido nos lábios.

— Para vencer? — Ela devolveu, meio incerta, com a cabeça inclinada para a direita.

— Você quer que eu vença? — Kayden perguntou sério, olhando-a atentamente.

— Qual outro motivo levaria uma pessoa a participar de uma competição de caça, se não for a vitória? — rebateu, confusa e olhou para o marido com o cenho franzido.

O duque riu baixinho e puxou a esposa para um abraço. Se Rhaena queria que ele vencesse, não poderia fazer diferente.

Voltaria em segurança, trazendo a vitória para ela.

— Cuide-se — Ele pediu, beijando o topo da cabeça dela — Não se aproxime da mata e mantenha seus guardas ao redor. E pela deusa, não tente pegar nenhuma flor que achar bonita! Nessa região, a maior parte delas é venenosa.

— Verdade? — A duquesa perguntou, fascinada e encantada com a informação recém-adquirida.

Kayden balançou a cabeça em completa negação, ao notar o brilho intenso nos olhos esverdeados da esposa, ao receber aquele conhecimento .

— Estou falando sério, Rhaena — Ele pronunciou rigidamente, estreitando os olhos e apertando a têmpora com uma das mãos, como se não aceitasse aquela a situação — Você pode se ferir.

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