Capítulo 11: Convite inesperado;

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Rhaena entrou silenciosamente no quarto do duque, enquanto o mesmo estava sendo examinado pelo doutor. Aproveitando a distração das pessoas presentes, se aproximou da cama onde Kayden estava deitado.

— Acredito que o melhor remédio nesse caso, seja uma boa noite de sono — Kardan Royce, dirigiu-se ao mordomo que também estava ali — Recomendaria alguns dias de descanso também, vossa graça.

— Entendo. Obrigado por ter vindo tão tarde, Kardan.

— Não é nada, vossa graça. — O Royce sorriu, pegando sua maleta e capa. — O senhor me ajudou há alguns anos, estou retribuindo o favor da melhor forma que posso.

— Tenha uma viagem segura para casa — Rhaena disse gentil — Pedi para que os empregados preparassem uma carruagem para levá-lo de volta.

— Agradeço a sua bondade, vossa graça.

Ainda sorrindo, observou Elijah se aproximar do médico e indicar a saída e enquanto trocavam palavras, os dois saíram do quarto, deixando somente o casal para trás.

Kayden aproveitou que eles haviam saído para deitar na cama, sob os olhares preocupados da esposa. O Scarth pensou em pedir para que Rhaena os acompanhasse e fosse embora, mas foi surpreendido quando o lado vazio da cama afundou.

Olhou para ela em silêncio, com um semblante confuso. A mulher por outro lado, após se deitar, passou a fitar o teto do quarto, com as mãos cruzadas sobre a barriga.

— Está tarde — Ele disse, com a voz rouca — Volte aos seus aposentos.

— Não — respondeu, revirando os olhos — Temo que piore durante a noite, por isso vou ficar aqui. Com você.

— Rhaena...

— Kayden! — Ela o cortou — Por favor — pediu suplicante, sentando-se no colchão para olhá-lo — Eu só... estou com muito medo que você passe mal durante a madrugada. Me permita ficar, por favor!

O Scarth percebeu ao encarar aquelas íris esverdeadas, que a preocupação dela era genuína, também pôde notar o quanto ela estava assustada. Engoliu o suspiro, constando que não havia saída. Então, cedeu as súplicas dela com um leve aceno de cabeça.

Rhaena mal pode conter a sensação de alívio que a tomou. E com um sorriso satisfeito, deitou-se novamente ao lado dele. Depois de toda correria para levá-lo para casa, a mulher estava tão exausta que mal percebeu o momento que adormeceu.

Diferentemente dela, Kayden ainda ficou um bom tempo acordado. Olhando para as paredes, tentando ao máximo não se movimentar e acordar sua esposa. Os pensamentos vinham e iam, enquanto a noite se estendia.

Num dado ponto, ele virou-se na direção dela e encarou o rosto adormecido, iluminado pela luz da lua, uma vez que as cortinas de seu quarto sempre permaneciam abertas. Não soube o motivo de suas ações, mas aproveitou o momento para tirar os fios loiros que caiam sobre o rosto dela, sentindo-se estranho. Aquela era a primeira vez, em muitos anos, que alguém demonstrava tanta preocupação por sua saúde.

Mas no fim, apesar dos sentimentos conflitantes e confusos, Kayden sentiu uma terrível gratidão por Rhaena estar ali.

— Você disse que estava preocupada, com medo da minha condição piorar — sussurrou, ainda olhando-a ressonar — Ainda assim, está dormindo profundamente.

Enquanto falava, teve que retirar mais uma vez o cacho de cabelo loiro, que insistia em cair sobre o rosto dela.

— Posso ser muitas coisas, mas ingrato não é uma delas... — murmurou, fazendo uma leve carícia na bochecha dela — Obrigado por ter me ajudado antes e por estar aqui comigo... boa noite e bons sonhos, Rhaena.

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