Capítulo 3

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— Arizona, por favor — Karev implorava, por ligação.

— Porra, Karev — a loira estava sonolenta, coçou os olhos e respirou fundo — Você sabe que horas são?

— Sei, Arizona.

— Eu preciso acordar cedo e imagino que você também precise.

— Eu sei, Arizona, mas escuta — ele suspirou — Preciso de um lugar para morar, podemos dividir o seu apartamento, eu pago em dia, respeitarei suas regras, sua privacidade... Só me diz que me aceita, eu não sei para onde vou.

— Problema é seu, o que aconteceu com todo aquele amor pela Ava?

— Ela é louca, completamente desorientada. Eu não sei onde eu estava com a cabeça...

— Eu te avisei, mas lembro muito bem de você ter me mandado caçar uma mulher para transar e o deixar em paz.

— Arizona — começou, havia um tom de arrependimento em sua voz — Tá, eu sei, eu errei, mas eu estava apaixonado. Quem não faz loucuras quando está assim? Eu não posso continuar morando com essa mulher, ela vai me matar, Arizona — concluiu, completamente frustrado por ter entregue seu apartamento, ter vendido suas coisas e se mudado para a casa de Ava.

— Karev, tudo bem.

— O QUÊ? VOCÊ... VOCÊ DEIXOU?

— Karev, não grite. Pelo amor de Deus, amanhã a gente conversa sobre isso, ok? E sim, deixei. Boa noite — disse, antes de desligar e voltar a dormir.

[...]

Quando a sirene soou e a voz no alto falante anunciou o acidente na estrada envolvendo três carros e cinco vítimas, Arizona sentiu a adrenalina surgir em seu corpo.

Gostava dessa sensação inebriante de agitação, de saber que precisava ser ágil e cautelosa, da sensação de saber que seus movimentos precisavam ser, acima de qualquer coisa, extremamente calculados.

— Estou vendo cadeirinhas em um dos carros — disse a loira, aproximando-se do local.

Arizona era forte para muitas coisas, tanto fisicamente quanto psicologicamente, mas admitia que quando os acidentes envolviam crianças uma parte dela gostaria de estar em qualquer outro lugar, mesmo sabendo que era seu trabalho proteger as pessoas.

As duas crianças, dois gêmeos aparentemente seis anos, estavam conscientes no banco de trás. 

Alguns machucados no rosto e uma delas com um grande sangramento no braço, por conta dos estilhaços do vidro.

— Oi, meu nome é Arizona Robbins e irei tirá-los daqui, certo?

As crianças balançaram a cabeça afirmando, os olhos arregalados revelavam o quão assustados eles estavam.

— Meus filhos, por favor — sussurrou a mãe, no banco da frente, com a voz muito fraca, suas pernas estavam presas e o volante pressionava seu peito.

Arizona foi até ela um instante, verificar a situação.

— Karev! —  chamou pelo seu amigo, que estava a alguns metros dali —  Lacerações no toráx, respiração curta, precisam ser ágeis —  Disse, antes de se voltar para as crianças novamente.

Calliope aproximou-se, depois de dá as orientações ao esquadrão.

—  Droga, está emperrada — a loira deu um chute na porta do carro, arrependendo-se em seguida — Crianças, irei pedir para que virem o rosto para o outro lado e protejam os olhos.

Os meninos obedeceram.

— O que está fazendo? —  perguntou a tenente.

—  Precisamos ser rápidos.

Broken - CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora