Capítulo 50

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Calliope a guiou pacientemente até o carro, empurrando-a na cadeira de rodas.

Quando chegaram ao lado de fora, Arizona se encolheu ao sentir o frio encostar em sua pele. Rapidamente a capitã ajudou a movê-la para o assento ao lado do motorista. Cercou-a com um braço, pousando a mão em seu quadril e colocou-a no banco.

Arizona sentia que a qualquer momento iria agir impulsivamente. Como estava sendo difícil ter Calliope tão pertinho do seu corpo, com a mão em sua cintura e boca a alguns centímetros da sua e não poder encostar seus lábios nos dela!

Quando Calliope se posicionou atrás do volante, ela tirou sua blusa e entregou-a para a loira.

— O quê? — perguntou, confusa.

— Está muito frio, vai precisar.

— Eu não vou fazer você sentir frio só para me ver aquecida — recusou.

— Eu não estou sentindo frio, aceite.

— Você diz isso agora — disse a loira — não posso aceitar.

— Arizona... — a capitã ainda tinha a mão erguida, segurando a blusa.

— Callie...

— Por favor — pediu mais uma vez.

Arizona balançou a cabeça em negação.

— Então vamos congelar aqui fora e certamente morrer de hipotermia porque não vou sair enquanto não se agasalhar direito — disse, seriamente.

— Eu já estive perto de morrer várias vezes, não vai ser dessa vez que irei me desesperar — disse a loira, olhando para Callie.

— Céus, Arizona — Calliope revirou os olhos, pousando a blusa sobre o colo — por que sempre tão teimosa?

A loira deu de ombros.

— Não vai aceitar mesmo? — perguntou, virando-se para encará-la.

— Não.

— Então foi um prazer conhecê-la. Em algumas horas irão achar nossos corpos aqui no carro, tem alguém pra quem deseja ligar?

— Quanto drama, Calliope! — disse, sorrindo.

— Você só precisa aceitar, não custa nada, eu não vou sentir frio. Veja — ela levantou a blusa que estava usando e tinha mais por baixo — viu como eu estou protegida? Deixa eu tentar proteger você também.

Arizona não resistiu a carinha que a capitã fez e quando decidiu pegar a pesada blusa de sua mão, seus dedos se demoraram sobre os dela. Ela sorriu agradecida.

— Por que é tão importante pra você que eu vista essa blusa? Sua casa é tão longe assim para corrermos o risco de congelarmos até chegarmos lá? — perguntou, passando cuidadosamente um dos braços pela manga da blusa.

Calliope ligou o carro — Não é tão longe — ela colocou o cinto e olhou para o cinto da loira, que entendeu o aviso — mas meu aquecedor não está tão bom e terei que ser mais cuidadosa por conta de toda a neve acumulando-se sobre as ruas, talvez demore um pouquinho até chegarmos...

A capitã abriu o porta luvas e retirou algumas barras de cereal. Arizona sorriu lembrando-se que Calliope era a pessoa mais precavida que existia na face da terra. Callie se esticou, virando-se para o banco de trás e retirou uma garrafa de água da mochila, passando-a para a loira em seguida.

— Você deve está morrendo de fome — disse, dando partida com o carro, com os olhos concentrados nas ruas.

— Talvez um pouquinho — Arizona abriu uma barra e deu uma mordida. Vez ou outra olhava em direção a Callie, concentradíssima em levá-las são e salvas para a casa. Ela deu outra mordida na barra de cereal, afastou a embalagem mais um pouco e levou a barra até a boca de Callie. A capitã foi pega desprevenida e sorriu com o gesto antes de morder, sem tirar os olhos da pista.

Broken - CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora