capítulo 8

4.3K 314 123
                                    

Naquele momento estavam diante da
máquina, Carol já se encontrava deitada,
porém chorava alto, temendo ficar sozinha.

- bebe, eu não posso entrar ali com você, mas ficarei aqui fora te vendo. - Pricila disse, vendo Carol negar com a cabeça.

- Você disse que não sairia do meu lado. - A
menina disse chorando e Pricila suspirou. -
Por favor..

- Olha.. - Pricila disse, levando sua mão ao
rosto de Carol e enxugando delicadamente
as lágrimas da região. - Eu não vou sair daqui. Que tal se brincarmos de algo bem legal? - Carol fungou, cessando o choro para prestar mais atenção em Pricila.

- Do quê? - Perguntou ainda soltando soluços involuntários.

- Vamos imaginar que essa é a sua nave
espacial. - Pricila disse. - Você precisa se
deitar aí e ficar quietinha enquanto eu
conto uma história. Combinado? - Carol
pensou um pouco e então assentiu, Pricila
sorriu, se inclinando e deixando um beijo
no rosto da menina. - Por isso que eu gosto
de você, porque sabe se comportar. - Carol
sorriu timidamente e então Pricila olhou
para o médico, acenando a cabeça como
confirmação. No momento seguinte à máquina levou Carol para dentro e Pricila respirou fundo.

- Prica? Tem uma luz na minha cara. -
Carol disse preocupada, mas se sentiu
aliviada quando ouviu a risada de Pricila.

- Essa aí é a luz da sua nave. - Carol ouviu
Pricila dizer e sorriu animada. - Carol.. - Pricila  disse olhando para o médico. - O médico me pediu para contar o que você não me deixou falar lá no quarto.

- pri.. Não! - O tom de voz foi preocupado e o médico assentiu. - Por favor, não diz para ele. É um segredo.

- Okay, princesa. Se acalme, tudo bem? - Pricila  disse assim que o médico deu o sinal. - Pode ficar quietinha um segundo para ele tirar uma foto do seu cérebro?

- E a história? - Pricila sorriu e ignorou o fato de o médico estar ouvindo-a.
- Era uma vez, uma garota que não vivia em nossa galáxia. Ela se chamava Carolyna..

- Igual eu?

- Sim, meu anjo, mas preciso que fique
quietinha sem falar. Pode só me ouvir? -
Pediu com doçura na voz, vendo o médico
assentir em positivo para ela.

- Sim. - Carol disse e então Pricila continuou.

- Ela andava em sua nave pelo espaço em
missão, mas aí uma estrela gigante, chamada Betelgeuse, atrapalhou seu caminho, a jogando em um planeta muito longe do dela. Lá ela encontrou amigos e uma garota muito disposta a ajudá-la..
Carolyna ouvia toda a história atentamente e nem percebeu que seu corpo já estava diante do de Pricila novamente.

- Eu disse que não doeria viu? - Pricila disse, vendo Carol assentir e esticar os braços pedindo um abraço. Pricila se debruçou sobre ela, sem colocar demasiada força sobre seu corpo, e sentiu os braços morenos rodearem seu pescoço.

- Prica, e no final a Carol fica com a Pricila?
- Pricila riu, percebendo o quão ingênua
Carol era.

- Sim, anjo. Elas ficaram juntas. - Disse, se
afastando do abraço.

- Mesmo a Carol sendo de outra planeta e
diferente? - Perguntou vendo o enfermeiro
pegá-la no colo e a colocar na cadeira de
rodas, visto que ela ainda precisava da
fisioterapia para conseguir andar sem
problemas. Seus braços também estavam fracos, porém, estavam muito mais fortes do que as pernas.

- Sim. Mesmo a Carol sendo de outro
planeta. - Ela disse quando começou a
empurrar a cadeira pelos corredores do
hospital, levando Carol de volta para seu
quarto. - A Pricila era concentrada demais
no trabalho dela, nas estrelas, em seus
equipamentos.. - Pricila disse, tendo Carol
totalmente antenada em suas palavras. - Acho que justamente por Carol ser diferente que chamou a atenção dela. Não era qualquer pessoa que a faria ter interesse daquela forma.

- A Carol deve ter ficado muito feliz da
Pricila ter ficado com ela. - Disse, vendo
Carol virar o corpo para trás e lhe fitar.

- Você vai embora? - Pricila franziu o cenho.

- Como?

- Você vai ir embora da minha vida ou vai
fazer igual a Pricila e ficar? - Pricila parou a
cadeira e andou até a frente de Carol, se
ajoelhando na frente dela.

- Eu vou fazer igual a Pricila e ficar. - Ela disse, segurando as mãos da garota. - Porque assim como a Pricila dessa história, eu também tenho a minha Carol para cuidar. - Pricila  não podia explicar a intensidade do sorriso que rasgou o rosto de Carol.

A maior suspirou suspirou bobamente e
lembrou a si mentalmente que Carol era
apenas uma criança em um corpo de adulto, não teriam uma história de amor igual em contos, mas sua vontade de cuidar de Carol não iria embora por isso, pelo contrário, só queria cuidar dela cada vez mais.

- Prica?

- Sim?

- Eu vou crescer. - Carol disse sorrindo.
- Você ainda vai cuidar de mim quando a
minha mente ficar grande? - Pricila riu e
assentiu.

- Vou, meu amor, mas não quero que se
desespere para crescer. Viva um dia de cada vez. - Ela disse e Carol assentiu.

- Posso te contar um segredo? - Carol
perguntou assim que Pricila se levantou e
voltou a empurrar sua cadeira.

- Diz.

- Eu.. - Seu tom de voz preocupou
consideravelmente  Pricila, que voltou a parar e a se abaixar na frente de Carol. A menina estava corada e piscando sem parar.

- Ei, você está bem? - Pricila perguntou, vendo Carol pressionar os olhos fortemente e asentir. - O que queria me dizer?

- Eu quero fazer cocô. - Sussurrou de cabeça
baixa, fazendo Pricila suspirar vendo os olhos voltando ao normal.

- E como eu posso te ajudar? - Pricila
perguntou confusa.

- As minhas pernas não tem muita força.
- Disse sem jeito. - Poderia me colocar lá?
- A maior assentiu, levando Carol até o
banheiro de seu quarto.

- Consegue se segurar sozinha? - Pricila
perguntou, sabendo que Carol não tinha
muita força nos braços ainda.

- Sim. - Carol disse, voltando a piscar muito
rápido. Pricila assentiu e deixou o banheiro
sem jamais olhar para Carol de cintura para baixo.

Agora ela só precisa esperar o doutor chegar para ela finalmente descobrir o porquê de Carol piscar daquele jeito.



_________________________________________________________

Oii galera, como vcs estão??

Estão gostando da história?

Em um piscar de olhos - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora