capítulo 10

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- Quando uma pessoa sofre um acidente, sua primeira reação é fechar os olhos. - O médico começou a explicação de uma forma mansa. - Ela provavelmente fez isso no acidente. O cérebro de Carol reteve essa informação, então quando o corpo dela acha que ela está em perigo, ele automaticamente faz seus olhos tremerem daquela forma.

- Mas isso não pode ser tornar perigoso? -
Pricila perguntou temerosa.

- Não, é apenas uma espécie de pequena
sequela. - Ele respondeu. - Afeta sua área
emocional, então é bem provável que quando ela se sinta envergonhada, com medo, raiva, enciumada ou fora de sua zona de conforto, isso aconteça.

- Oh, graças a Deus. - Pricila disse mais
aliviada.

- Às vezes pode ser isso não aconteça, mas
provavelmente vai acontecer com bastante
frequência. - Ele disse. - Não apresenta
nenhum perigo para a saúde, ela só vai
precisar aprender a lidar com isso.

- Certo. Muito, muito obrigada Doutor. De
verdade. Eu nem dormi de preocupação. -
Priscila disse cruzando os braços, afinal estava um pouco frio aquela madrugada.

- Você realmente se preocupa com ela, uh?
- Ele disse sorrindo de forma terna e Pricila
assentiu.

- Sim. Ela é especial. - Pricila respondeu.

- Tudo bem, senhorita. Agora vá descansar,
amanhã vocês terão um longo dia. - Pricila
assentiu e desejou uma boa noite para o
médico antes de entrar e fechar a porta.

- Me conta uma história? - Carol perguntou
bocejando assim que viu a maior e Pricila
assentiu, pegando sua blusa de moletom e a
colocando, pois estava frio. A maior, ao ver
Carol dar leves batidas na cama indicando
que deveria voltar para lá, subiu na cama e
sentiu Carol se aconchegar no calor de seu
corpo.

- Frio? - Pricila perguntou ao ver os pelinhos de seu braço eriçados e Carol assentiu. Na mesma hora Pricila retirou o moletom que havia acabado de vestir e colocou em Carol, voltando a se deitar e sentir Carol se acomodar em seu corpo novamente. - Melhorou?

- Sim. - Carol disse baixinho. Pricila assentiu
e começou a acariciar as costas de Carol,
iniciando outra história.

Em poucos minutos Carol já dormia. Pricila suspirou e se permitiu olhar para ela. A garota era tão linda, tão doce; de forma alguma merecia ter perdido tanto tempo de vida.

A maior dormiu algum tempo depois,
sentindo a respiração quentinha e ritmada de Carol tocar a pele de seu pescoço.

[...]

- Pricila? - A voz de Fernanda fez Pricila abrir os olhos lentamente, apenas para ver o sorriso da mulher. Seus olhos analisaram
o próprio corpo: Estava enganchado ao de
Carol. A menor tinha um perna entre as
de Pricila e seu rosto estava afundado em
seu pescoço. Um braço de Carol abraçava
possessivamente enquanto os de Pricila se
mantinham, um sobre as costas da maior e o outro em sua cintura.

- Bom dia, dona Fernanda. - Ela disse se
espreguiçando. - Que horas são?

- Bom dia, querida. São oito da manhã. - Ela
respondeu gentilmente, enquanto Pricila se
esquivava vagarosamente de Carol para
não acordá-la. - O doutor me disse o que
houve pela noite. Você não deve ter dormido nada.

- Não se preocupe comigo. - Pricila replicou. - O importante é que ela está bem.

- Sim. Ela deu muito trabalho?

- De forma alguma. Carol é um amor. -
Respondeu sinceramente. - Eu vou dar uma
passada em casa apenas para pegar um
informe limpo e comer algo. Uma da tarde
passo aqui para irmos juntas para a fisio, tudo bem?

Em um piscar de olhos - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora