A campainha tocou naquele dia frio, fazendo Carol empurrar a cadeira de rodas até a porta e abrir a mesma. Uma semana depois que havia deixado o hospital fizeram seus braços já conseguirem empurrar seu próprio peso, porém ainda era difícil e extremamente desgastante para a garota.
- Encomenda para a princesinha mais linda
do mundo. - Pricila disse, erguendo duas
caixas de pizza e abrindo um sorriso imenso.A semana havia sido corrida e, apesar de ela ter visto Carol durante todos os dias, nunca teve tempo de realmente aproveitar um tempo com ela.
- Entra. - Carol disse, vendo Pricila
chacoalhar a neve de seu corpo e entrar na
casa quentinha. A maior retirou suas roupas grossas e as pendurou no cabideiro que se localizava perto da porta.- Posso levar isso até a cozinha? - Pricila
perguntou e Carol assentiu, vendo a garota
se locomover até lá. - Sua mãe me ligou e
vim assim que pude. - Informou assim que
voltou com dois copos cheios de refrigerante e os colocou no porta copos sobre a mesa de centro.- Ela teve que fazer algo importante, mas não sei o quê. - Carol disse, dando de ombros. - Você sabia que as mitocôndrias sempre virão da sua mãe? - Carol perguntou de supetão. - Se você fosse garoto, sinto muito, você nunca
passaria suas mitocôndrias para ninguém,mas você é uma menina, então você passará suas mitocôndrias para seus filhos. - Disse sorrindo, fazendo Pricila franzir o cenho.- Sabia, mas isso não é muito avançado para estar aprendendo? - Pricila perguntou e Carol assentiu.
- A professora deixou o livro de ciências do
ano inteiro aqui. - Ela falou. - E eu não tenho nada para fazer, então eu li ele todinho. - Pricila arregalou os olhos surpresa.- Você realmente gosta de ler, uhm? -
Perguntou, indo até a cozinha apenas para
pegar uma das caixas de pizza.- Eu amo. - Ela disse animada. - A mamãe
disse que compraria um celular para mim,
mas eu não tenho com quem falar. Não
estudei em uma escola, então não tenho
amigos.- Heyy, e quanto a mim? - Pricila perguntou,
vendo Juliette sorrir.- Eu poderia conversar com você pelo
telefone? - Ela perguntou, vendo Pricila lhe
colocar no sofá ao seu lado.- Claro.
- Quando eu quisesse? - Indagou, vendo Pricila lhe servir.
- Quando você quisesse. - Respondeu.
- Acho que eu vou falar para a mamãe comprar um para mim. - Ela disse, vendo
Pricila sorrir e assentir. - Era para eu ler só
uma página do livro e fazer os exercícios, mas eu gostei e li tudo. Aí pulei para o de história e agora estou no de geografia. Não gostei de geografia. - Carol disse em uma careta e Pricila riu.- Você é um prodígio. - Pricila disse, mordendo um pedaço de pizza no momento seguinte.
- Eu terminei quatro filmes de romance
ontem e um de comédia. - Carol disse. - Eu
sinto que tenho tanto para recuperar. Eu
sinto que tenho tanto para aprender. - Disse
suspirando. - Prica, eu li por uma hora o
dicionário ontem.- Meu amor, ninguém lê o dicionário assim. É chato. - Pricila disse rindo, limpando o canto da boca com a língua.
- E para que serve então? - Carol perguntou
confusa.- Você geralmente usa quando vai ler
algum livro mais formal, para descobrir os
significados das palavras que não entendeu. - Explicou. - Ou aleatoriamente procurar por alguma palavra sozinha, porém hoje em dia a maioria das pessoas usam o Google.
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Em um piscar de olhos - Capri
RomanceCarolyna Borges tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para Los Angeles, porém, o destino lhes foi cruel, causando um choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o c...