capítulo 24

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- Mamãe, eu posso pedir algo de presente de Natal? - Carol perguntou, fazendo sua mãe lhe fitar.

- Querida, não posso comprar mais nada,
já é quase meia noite. - Sua mãe informou
enquanto comia.

- Não, mamãe. Não é nada que precise
comprar.

- Então diga, querida.

- Posso mostrar meu quarto para a Prica?
O James está aqui hoje, ele pode me levar lá
em cima. - Pricila, que limpava o canto de sua boca com o guardanapo olhou surpresa para Carol.

- Eu fiz certo em não comer nada durante
o dia. Isso aqui está uma delícia. - Allan
mencionou, alheio às pessoas na mesa.

- Já terminaram de comer, uhm? Então sim,
querida. Podem ir. - Danda disse, chamando James no momento seguinte. - Pricila, só se certifique de descerem antes da meia noite para abrirmos os presentes.

- Pode deixar comigo. - Ela disse, vendo James adentrar a cozinha e começar a empurrar a cadeira de Carol até a escadaria da sala. A garota se levantou e viu Luccas sussurrar algo que a fez enrubescer:

- Tchuneves. - O rapaz sibilou sem que a mãe  da garota pudesse ver. Ele ergueu seu corpo, simulando uma investida em alguém e logo tremeu os dedos no ar, como se estivesse masturbando uma mulher.

Pricila ignorou a ação estúpida e indecente de seu amigo, até porque sabia que ele estava apenas brincando, e seguiu Carol e James, pedindo licença antes de sair da cozinha. O homem embalou Carol nos braços e a levou escada a cima, a colocando na cadeira de rodas que tinha no piso superior.

- Obrigada, deixa que daqui eu consigo. -
Pricila disse gentilmente, fazendo o homem
assentir e voltar para a sua refeição.

- É na última porta, Prica. - Carol explicou,
apontando para o fim do corredor.

- Sim, senhora. - Pricila brincou, rindo.

- É senhorita, Pri. Eu não sou casada. -
Carol disse e Pricila riu, chegando ao fim do
corredor.

Carol empurrou com a mão a porta branca
e os olhos de Pricila se encantaram com o
que viram. Haviam pequenas fadas de gesso para todos os lados. Sobre sua cama havia, as que se sustentavam por um pequeno fio de Nylon transparente, dando a sensação de que voavam.  O tilintar dos metais pendurados que se esbarravam pelo vento que provinha da janela aberta soou como melodia para Pricila.

A sensação de que havia entrado no mundo
do Peter Pan, no mundo dos sonhos, era bem real.

- O seu quarto é incrível. - Pricila comentou
completamente hipnotizada com tudo.

- Eu gosto muito de fadas. - Ela confessou,
entrelaçando seus dedos com os de Pricila
quando a maior parou ao seu lado. - Você
se parece com elas. - O pescoço de Pricila,
na mesma hora, se virou de encontro com
Carol, surpresa demais ao ouvir aquilo.

- Pareço? - Perguntou, vendo Carol assentir
e puxar seu braço. A maior entendeu o recado e se inclinou, colocando as duas mãos, uma de cada lado, no apoio braça da cadeira de rodas de Carol.

- Sim. - Carol disse, levando sua mão aberta
até o rosto de Pricila e acariciando. - A sua
pele é macia igual a delas parece ser. - Disse
pondo toda a atenção de seus olhos nos traços de Pricila. - E você é fisicamente delicada e meiga igual elas.

- Uau. - Pricila sentiu-se completamente
lisonjeada.

- E sua voz é suave. - Disse suspirando. - E os
seus olhos são cativantes. Você só não tem
asinhas, mas eu acho que você cortou elas
para enganar todo mundo. - Disse franzindo o cenho. - Sabe mais o que eu acho, Prica? Que você é uma fada disfarçada. - Disse acariciando o rosto de Pricila, presa demais à beleza inegável da garota. - E que você apareceu na minha vida e jogou seu pozinho mágico de fada em mim, por isso eu acordei.

- Você acha mesmo isso? - Pricila perguntou
sorrindo, extremamente encantada com as
palavras de Carol.

- Sim. Você é a minha fada. A fada Prica. -
Pricila riu graciosamente. Carol a via de uma maneira tão pura e linda que foi impossível não se sentir transbordando emoção.

- Meu coração é fraco demais para aguentar
tanto elogio de você. - Pricila brincou rindo.

- Prica, me conta uma história de pirata? -
Carol pediu, fazendo dois "O's" com as mãos
e as levando aos próprios olhos, como se fosse um binóculo.

- Acho que não conheço nenhuma assim.
- Pricila disse. - Vem, vou te ajeitar na sua
cama para você ficar mais confortável. - Dito isso, fechou a janela, pois estava muito frio e empurrou a cadeira de rodas até a beira da cama.

Ela levantou Carol nos braços, a
colocado sobre a cama. A menor se arrastou até o cantinho e franziu o cenho.

- Ops. Eu não deveria querer ouvir histórias. - Disse com a expressão repleta de culpa.

- Tem uma onde Pricila é pirata, mas só em
uma parte da história.

- Por quê? - Carol perguntou curiosamente.

- Porque é uma história sobre reencarnações. Se chama "O amor nunca morre" - Explicou, se sentando na cama.

- Deita aqui, Prica. Já falei que gosto de
você pertinho. - Carol disse e Pricila sorriu,
obedecendo-a. Deixou apenas seus pés para
fora da cama e se recostou na cabeceira,
tendo Carol se encostando em seu corpo.

- Melhor assim? - Pricila perguntou e viu
Carol assentir.

- Onde você aprendeu tanto história? - Carol perguntou.

- Eu nunca tive amigos, nunca fui muito
sociável, então passava todo o meu tempo
estudando ou lendo por hobby.

- Oh! - Carol expressou. - Prica, a mamãe
vai brigar comigo. - Carol disse, coçando os
olhos.

- Por quê?

- Porque eu estou com sono. Não vou
aguentar até meia noite. - Disse, bocejando
no momento seguinte. Pricila se esquivou
dela e retirou seus sapatos, fazendo o mesmo consigo.

- Vem aqui. - Pricila chamou assim que se
deitou de vez na cama. Carol não hesitou
em se aconchegar nos braços da garota, afinal ela adorava estar ali.

- Você vai ficar aqui comigo?- Carol
indagou, fechando os olhos ao sentir o
carinho de Pricila em seus cabelos.

- Assim que você dormir eu chamo a sua mãe para vestir roupas mais confortáveis em você. - Pricila disse.

- Dorme comigo hoje? - Carol pediu.

- Não sei se devo. - Pricila disse
verdadeiramente.

- Eu peço para a mamãe como presente
de Natal. - Disse, se forçando a manter-se
acordada.

- Pensei que já tivesse pedido para eu
conhecer o seu quarto. - Pricila disse rindo,
jamais cessando suas carícias.

- Dormi por quatorze anos, Prica. Tenho
mais treze pedidos de Natal. - Carol disse,
fazendo Pricila gargalhar.

- Muito bem pensado. - Ela disse suavemente, depositando um beijo na testa de Carol.

- Você não vai descer para abrir os
seus presentes? - Carol perguntou, se
aconchegando melhor sobre o corpo quente de Pricila.

- Meu melhor presente de Natal é poder
passar um tempinho com você. - Sussurrou,
sentindo Carol suspirar sobre si.

- Boa noite, Prica. - Carol sussurrou,
totalmente dopada de sono. - Feliz Natal para a minha fada. - Pricila sorriu bobamente.

- Boa noite, anjo. - Retribuiu. - E feliz Natal para a minha princesinha.









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Como prometido, último cap de hoje

Até amanhã babys...

Em um piscar de olhos - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora