capítulo 50

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O barulho das caixas de som junto com a
casa cheia fizeram os olhos castanhos de
Carol cintilarem. Era seu aniversário e ela
voltara de seu curso, mas Pricila pediu para
ela se arrumar, pois faria uma festa em sua
homenagem.

Eram quase nove da noite quando ela chegou no local, alguns rostos conhecidos e sorrisos gentis, sem embargo, o que chamou sua atenção foram os balões por toda parte com fotos dela. Fotos que ela sequer sabia que existia.

Isso foi só no quintal a céu aberto, porque
ao colocar o pé dentro de casa seu coração
disparou: Um enorme cartaz branco com
letras vermelhas dizendo: Carolyna Borges eu te amo, feliz aniversário.

Tinha também mensagens de suas amigas,
de sua mãe ao longo do lugar, mas as de
Sarah eram as mais chamativas, como se ela quisesse demonstrar o quão orgulhosa ela estava de Carol.

- Você pediu uma balada, para a gente poder encher a cara e nos pegarmos no meio da pista de dança. - A voz baixa em seu ouvido fez seu sorriso se abrir involuntariamente. A menor se virou e encontrou Pricila sorrindo
genuinamente, com os olhos brilhantes e com um vestido preto colado. - Feliz aniversário, meu amor.

- Prica, você fez tudo isso? - Carol
perguntou olhando em volta e Pricila sorriu.

- Tem mais uma coisinha. - Pricila disse,
entrelaçando seus dedos nos de sua
namorada e subindo escada acima. Pararam uma ou duas vezes para Juliette receber um "Feliz aniversário." de alguns conhecidos e logo retornaram o caminho.

- Onde estamos indo? - Carol indagou
curiosamente, quase suspirando ao ver o
rebolar de Pricila em sua frente. O perfume
da mais velha invadia seus sentidos,
lembrando-a de que sua namorada era
extremamente cheirosa.

- Para seu quarto.

- Vai me mostrar a marquinha de novo? -
Carol perguntou com a voz carregada de
malícia e Pricila riu, abrindo a porta do quarto da garota e dando espaço para Carol passar.

- Eu adoraria. - Pricila sussurrou, colando seus lábios nos de Carol em um beijo suave. - Mas tenho que te mostrar outra coisa. - Ela
disse ao fechar a porta.

- Não estou entendendo. - Carol disse
quando Pricila não a deixou acender as luzes, com exceção das luzes amarelas do abajur que já estavam acesas.

- Só me dê sua mão e confie em mim. - Pricila  pediu e Carol não hesitou em entrelaçar seus dedos nos de Pricila novamente, vendo a maior abrir as janelas e colocar Carol ali, colando seu corpo atrás do dela.

- Uau! - Carol exclamou assim que seus
olhos se encontraram com a figura da noite
sendo iluminada pela luz do luar. O céu
estava estrelado, lá embaixo as pessoas
dançavam e bebiam.

- Não é nada demais, só que daqui a vista
é melhor. - Pricila sussurrou, acenando
para Luccas que estava lá embaixo ao lado da piscina.

Assim que o garoto viu, ele ergueu o
braço e falou algo no celular. Segundos depois do céu foi invadido por fogos de artifício,.estourando no céu, sobre todos.

- Espero que goste. - Pricila sussurrou e os
olhos castanhos assistiam tudo com tremenda satisfação. Luzes verdes, vermelhas, brancas, azuis, entre outras estouravam lá em cima, fazendo Carol bater palminhas de animação.

- Não acredito que fez isso por mim. - Carol disse, se virando para Pricila, com o peito
repleto de alegria.

- Eu faria qualquer coisa por você. - Pricila
disse suavemente, dando um demorado
selinho em Carol antes de abraçá-la por trás e assistirem a queima de fogos.

- Vinte e um anos, Prica. - Carol disse,
tendo luzes do céu refletindo em seus olhos
castanhos.

- Vinte e uma anos, amor. - Pricila repetiu
sorrindo.

- Argh, eu sou muito ansiosa. - Carol
reclamou e Pricila franziu o cenho em
confusão. - Eu tenho algo para você. Eu sei
que é meu aniversário e eu só iria te dar
quando completássemos um ano de namoro, mas quero te dar agora.

- Agora eu fiquei curiosa. - Pricila disse e
Carol sorriu nervosamente.

- Não é um presente.. - Carol disse, caminhando até a mesinha do lado de sua cama e retirando algo.de dentro da primeira gaveta. Conforme ela ia se aproximando Pricila pôde identificar uma caixa de vidro transparente, com algo marrom dentro. - É só.. Algo que marca nós duas, mas este momento, aqui e agora, também marca, então achei apropriado. - Os olhos verdes focaram na parte exterior, havia um adesivo com uma foto antiga delas no primeiro fim de semana
que Carol foi passar na República com
Pricila. Seus olhos foram mais a fundo, enxergando uma rosa seca, guardada dentro da caixinha. - Foi a rosa que você me deu no hospital. - Carol disse e Pricila abriu a boca surpresa. Ela sentiu as lágrimas umedecerem seus olhos, enquanto uma sensação boa e nostálgica invadia seu peito. - Você pediu para eu cuidar.

- Não acredito que você a guardou, Carol.
- Pricila disse sorrindo comovida. Não podia traduzir em palavras o que sentia:
Era acalentador, borbulhava, iluminava e
explodia. Exatamente como os fogos no céu, porém em seu peito, em seu corpo, em sua alma.

- Vou guardar, exatamente como guardo cada expressão que solta, cada sorriso que dá. - Pricila disse acariciando a pele macia do rosto de Carol.

Sabe do que me lembro? - Carol perguntou
e Pricila negou. A menor a olhou timidamente antes de rir nervosamente. - Sua voz dizendo meu nome antes mesmo de eu abrir os olhos. Era com os e eu estivesse no fundo do mar, morre do afogada, sem ter direção para seguir, mas então você entrou naquele quarto
e eu ouvi sua voz e pensei: Olha, é por ali a
minha salvação. Viva! Você não vai morrer
afogada, Carolyna. - Ela disse se lembrando da sensação de se sentir presa e uma lágrima solitária rolou de seu olho esquerdo. - Mas aí você disse meu nome e eu pensei: É por ali mesmo que devo ir. Preciso seguir essa voz.

- E seguiu. - Pricila disse e Carol assentiu.

- Céus, eu sentia meu corpo inteiro vibrar
quando você dizia meu nome. Era como se
ele quisesse acordar e agradecer por ter
aparecido ali. - Carol disse, sorrindo de
canto. - E você não desistiu de mim ao me
ver morrendo no fundo daquele mar, você
se atreveu a entrar no mar e me salvar e
preciso que saiba, sua voz dizendo meu nome naquele dia vai ecoar na minha mente até meu último suspiro de vida. - Pricila sentiu lágrimas quentes rolando de seus olhos e abraçou fortemente Carol.

- Não me fala essas coisas lindas porque
vai borrar meu lápis de olho. - Pricila disse
e Carol riu, enxugando suavemente as
lágrimas do rosto de sua namorada. - Sabe de uma coisa?

- Hum? - Carol perguntou, sentindo os lábios de Pricila se arrastarem suavemente sobre os seus.

- Eu me apaixonei por você assim que abriu
os olhos. - Pricila sussurrou contra os lábios de Carol. - Você disse "Os seus olhos também são lindos." E piscou e, nossa, se pudesse ver como meu coração acelerou, Carol. Céus...

- Te ganhei tão rápido assim? - Carol
perguntou e Pricila assentiu de olhos
fechados, sentindo a brisa quente de uma
noite de verão.

- Você só precisou piscar os seus olhos. -
Sussurrou e a luminosidade das explosões,
que ainda ocorriam no céu, iluminação
o momento onde seus lábios se tocaram
novamente, marcando o momento exato
onde dois corações batiam acelerados e
descompassados, contudo, ainda assim em
pura sincronia.












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Último capítulo

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