Naquele momento Pricila havia colocado
Carol deitada, com ambas as pernas
em cima da bola suíça. Em movimentos
circulares, ela girava as pernas de Carol
sobre a bola, ensinando-a como deveria fazer posteriormente.- Me diga se algo te incomodar, tudo bem?
- Pricila pediu e Carol assentiu, fascinada
em sentir seu corpo se movendo daquele
jeito.Era uma brincadeira engraçada. Seus
olhos alternavam entre suas pernas e Pricila, que tinha uma expressão suavizada, porém concentrada em seu rosto.Carol suspirou, Pricila ficava muito bonita com aquela roupa que costumava usar no hospital. Seus olhos não deixavam de notar a tira preta do maiô de Pricila, levemente à mostra, o que a lembrava que elas logo entrariam na piscina.
Pricila sorriu para ela e sua mente vagou para algo que ela precisava compartilhar urgentemente com Pricila, era algo crucial.
- A professora me ensinou um montão de
coisas e ainda me deixou escrever de caneta. Pode acreditar? - Carol disse, animada demais por aquele simples fato, tendo em vista que quando tinha seus seis anos escrevia apenas de lápis.- Isso é realmente incrível. - Pricila disse
rindo, segurando com cuidado um pouco
abaixo do joelho da garota para continuar a
girar seu corpo.- Tive aula esta manhã também. - Carol
disse. - E dessa vez foi três pessoas da idade
da mamãe. - Pricila franziu o cenho e fitou
Danda.- Eles estão se alfabetizando só agora e achei que seria legal ela se enturmar com pessoas mais velha. - Explicou, vendo Pricila assentir.
- A senhora Ruldoff disse para eu ver séries
adolescentes. - Carol disse sorrindo.- Incrível, mas vamos lá. Acha que pode
fazer isso sozinha? - Pricila perguntou, vendo Carol fazer uma careta.- Assistir séries? - Ela perguntou confusa,
ouvindo uma doce risada sair dos lábios de
Pricila.- Não, Carol. Me referia aos movimentos. -
Explicou com um sorriso.- Não sei. Se você está fazendo já me faz sentir dor imagina se eu fizer sozinha?
- Você está com dor? Por que não me disse? - Pricila perguntou confusa. - Aonde dói?
- Minha barriga. - Carol disse, levando uma
mão até a beira de sua camisa e subindo-a. -
Bem aqui. - Colocou a mão sobre seu ventre, fazendo Pricila franzir o cenho.- Essa dor começou quando? - Pricila indagou.
- Quando você começou a mexer assim. -
Explicou, paralisando no mesmo momento.
Ela ficou alguns segundos paradas, sem dizer nada ou sequer se mover, até que seus cílios começaram o tão famoso show, tocando-se tão rápido quanto podiam. - Mamãe! - Disse alto.- Sim? - Danda perguntou, surpresa pelo tom desesperado na voz de sua filha.
- Eu... Eu.. - Sua respiração começou a se
acelerar e então a garota caiu no choro,
fazendo ambas lhe fitarem preocupadas.- O que houve, querida? - Danda perguntou,
agachando ao lado da filha.- Eu não queria. Eu juro! - Disse ainda
chorando. O que deu nela? Ela estava bem até alguns segundos, pensou Fernanda.- Carol, seja lá o que tenha acontecido, está
tudo bem. - Pricila disse brandamente, vendo Carol negar freneticamente a cabeça. - O que houve?- Eu.. - Um pequeno soluço foi sufocado.
- Acho que eu fiz xixi na roupa. - Fernanda arregalou ante à declaração e automaticamente seus olhos desceram para
região, porém estava seco.- Querida, você não fez xixi. Está seca. - Ela
informou, vendo Carol voltar a soluçar
e enxugar uma lágrima antes de erguer a
cabeça e ver por si própria.- Mas eu senti. - Ela afirmou, não convencida do que via.
Suas mãos foram para o cós do short de lycra, subindo-o junto com sua calcinha, apenas para arregalar os olhos e começar um choro compulsivo.
- Filha, o que...
- Eu vou morrer, mamãe. - Carol disse
chorando ainda mais, fazendo uma força
extra para remover as pernas de cima da
bola. - Me ajuda! - Pediu, sentindo a mulher
lhe abraçar e trazer seu corpo para seu colo.- Eu acho que tenho uma ideia do que esteja
acontecendo aqui. - Pricila disse um pouco
consternada.- Tem sangue. - Carol disse entre os soluços,
fazendo Fernanda cair em si. Um pequeno
sorriso divertido apareceu nos lábios de
Pricila antes de ela se levantar e ir até sua
bolsa.- Tome. - Ela disse assim que voltou,
entregando um absorvente para Danda. -
Está perto de vir para mim e por isso ando
prevenida.- Filha, você não está morrendo, meu amor.
- Danda disse, porém foi em vão, o choro
continuava.- Carol, acontecendo com todas as mulheres
ficam grandinhas. - Pricila disse se sentando ao seu lado e acariciando suas costas. - Vai acontecer comigo em alguns dias também. É algo que vem todos os meses. - Explicou, vendo Carol se virar para ela, focando sua atenção em seus olhos.- Todos... os meses? - Perguntou soltando
um soluço involuntariamente. Seus olhos
avermelhados fizeram Pricila sentir urgência em acalmar a garota.- Sim. - Pricila disse, segurando sua mão e
levando até seus lábios, depositando um beijo sobre a pele.- Então eu não vou morrer? - Carol
perguntou, vendo a outra mão de Pricila
enxugar suas lágrimas.- Todos nós iremos morrer um dia, mas não
por isso. - Pricila disse sorrindo, vendo o olhar assustado de Carol se transformar em confuso.- E o que eu faço agora? - Indagou.
- Eu dei um pacotinho para a sua mãe e ela
te ensinará como usar. - Explicou. - Tem
chuveiros no banheiro esquerdo.- Mas e a dor? É normal? - Perguntou.
- Se chamam cólicas e algumas de nós,
infelizmente, sofremos com isso. - Disse
fazendo uma careta. - Vá com sua mãe tomar um banho e vestir a roupa que usaria depois da piscina. Eu vou até a outra ala do hospital pegar um remédio para sua dor e você vai ficar bem, tudo bem?- Prica, depois você vai fazer carinho na
minha barriga para passar? - Perguntou em
uma careta de dor e Pricila assentiu.- Faço, anjinho. - Disse, envolvendo seus
braços ao redor da garota e ajudando Fernanda a colocá-la na cadeira. - Nos vemos em alguns minutos.- Não demora? Dói muito. - Pediu, sentindo os lábios macios de Pricila tocarem a pele de seu rosto.
- Eu vou tão rápido que você nem vai
perceber que eu fui. - Disse, sentindo Carol entrelaçar seus dedos por alguns segundos.- Tudo bem. - Disse, soltando os dedos de
Pricila quando sua mãe começou a empurrar a cadeira para longe da garota. - Já estou percebendo, Prica. - Ela gritou de longe, fazendo Pricila gargalhar graciosamente antes de correr em busca do remédio que prometera à Carol.___________________________________________________________
Voltei babys, o que estão achando da história??
Até daqui a pouco...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Em um piscar de olhos - Capri
RomanceCarolyna Borges tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para Los Angeles, porém, o destino lhes foi cruel, causando um choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o c...