capítulo 16

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Pricila não sabia o que lhe havia levado até
onde estava no momento. Depois da quarta
cerveja ela havia ficado mais solta, rindo
animada enquanto conversava com todos.
Suas constantes mudanças de lugar ao longo do dia se deveram à aproximação de Elana  o tempo inteiro, esbarrando em sua mão propositalmente, acariciando suas coxas, se deitando em seu colo.

Isso definitivamente tirava a paciência de Pricila. Ela não soube quantas cervejas havia tomado ao total, mas se lembra de que houve um momento onde se sentiu cansada. Se despediu de todos e subiu as escadas; um banho rápido foi tomado e ela entrou dentro do seu pijama, se enfiando embaixo das cobertas, porém o sono não vinha.

Constantemente a imagem dos olhos
castanhos aparecia em sua mente, foi então
que, de supetão, se levantou, se trocou, se
agasalhando bem, e saiu. Nem trinta minutos depois ela se via na recepção do hospital, esperando a autorização de Fernanda para poder entrar.

Não era permitido mais de uma pessoa passar a noite, mas a quantidade de dinheiro que Fernanda tinha deixava todo o hospital bastante receptivo aos seus pedidos.

- Desculpe vir a esta hora. - Pricila sussurrou para Fátima, não querendo acordar Carol. - Mas o barulho em casa não me deixou dormir e resolvi vir. Trouxe café. - Ela disse, estendendo o copo de café para a mulher, que aceitou de bom grado.

- Abriu mão de uma cama confortável? -
Fernanda perguntou rindo e Pricila assentiu. - Fique à vontade. Vou aproveitar que veio e ir em casa tomar um banho rápido, se importa?

- Se quiser pode dormir por lá. Eu passo a
noite aqui. - Pricila disse e Fernanda sorriu.

- Minha filha escolheu a voz certa para ouvir quando decidiu abrir os olhos. - Fernanda disse gentilmente, vendo Pricila sorrir de canto. - Então eu vou mesmo. Pela manhã eu venho, tudo bem?

- Certo. Boa noite, Fernanda.

- Boa noite, norinha. - Fernanda disse vendo Pricila corar. - Ops, quis dizer Pricila. - Fernanda  disse rindo. A mulher deixou um beijo na têmpora de Pricila antes de pegar sua bolsa e se retirar do recinto.

- O que foi isso? - Pricila perguntou para si
mesma, rindo e negando com a cabeça.
Sem protestar, a garota simplesmente retirou seus sapatos e subiu na cama, emaranhando entre os braços de Carol e caindo no sono em poucos minutos.

[...]

Algo macio, porém que tinha locomoção
acordou Pricila, fazendo ela abrir um olho,
já que o outro estava impossibilitado de ser aberto.

- Dói? - A voz suave de Carol enquanto um
dedo estava cutucando o olhos fechado de
Pricila fez a menina rir.

- Não, Carol. - Sarah disse, vendo-a colocar a
mão completa em seu rosto.

- Você consegue me ver assim? - Pricila riu e
negou. - E agora? - Perguntou, abrindo uma
fresta em seus dedos, deixando a visão de
Pricila levemente aberta.

- Agora sim, mas ainda estou em dúvida.

- Dúvida de quê? - Carol indagou.

- Se eu estou vendo a Carol ou um anjo. - Pricila disse. - Ah, não, espera! Ambos são
sinônimos. - Disse, vendo Carol apertar seu
nariz.

- Consegue respirar assim? - Carol
perguntou e Pricila mordeu o próprio lábio,
tamanha fofura que Carol transmitia.

- Só pela boca. - Ela disse, vendo Carol tapar
sua boca.

- Consegue falar? - Pricila abriu a boca e
arrastou os dentes pela pele da mão de
Carol, fazendo a menor rir.

- Não conseguia, mas conseguia morder. -
Ela disse, vendo Carol sorrir de forma doce enquanto admirava seus olhos.

Em um piscar de olhos - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora