capítulo 47

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- Allan, vou conversar com ela lá em cima tudo bem? - Pricila avisou, entrelaçando seus dedos com os de Carol antes de ver seu amigo acenar positivamente com a cabeça. - Vem cá, amor.. - Pricila chamou, subindo as escadas com Carol em seu encalço.

Elas entraram no quarto e Pricila mal teve
tempo de fechar a porta, pois Carol se jogou em seus braços, enterrando a cabeça em seu pescoço.

- Eii, o que houve, vida? - Pricila perguntou,
levando uma mão até o cabelo de Carol e
acariciando.

- Ela não é minha amiga. Você tinha razão. -
Carol disse, apertando ainda mais forte os
braços ao redor de Pricila.

- Por que diz isso? - Pricila indagou.

- Ela me beijou. Prica desculpa. Eu quebrei nossa promessa de dedinho. Eu sou horrível. - Pricila sentiu seu peito se comprimir e sentiu uma mistura de dor e desespero, porém tratou de manter a calma.

- Você... você retribuiu? - Pricila perguntou,
prendendo a respiração. Não sabia que poderia sentir tanto medo de uma resposta até aquele dia, mas precisava perguntar.

- Não. Eu empurrei ela. - Carol disse e Pricila  soltou o ar de seus pulmões. - Por favor, por favor, me desculpa? Eu fui uma boba.

- Você não tem culpa da maldade que há
no coração dos outros, amor. - Pricila disse,
depositando um beijo na testa de Carol. -
Você não descumpriu nossa promessa, teria
descumprido se você tivesse beijado ela de
volta.

- Eu deveria ter te ouvido quando disse que
ela me olhava diferente. - Carol disse e
Pricila puxou ela, sem sair do abraço
dela até a cama, colocando Carol para se
sentar sobre seu colo. - Eu prometo nunca
mais ter amigas para não correr o risco de
quebrar nossa promessa. - Pricila riu e negou com a cabeça.

- Não quero que não tenha amigas. - Pricila
disse. - Eu ficaria muito triste se fizesse isso,
na verdade. - Pricila falou e Carol a abraçou
forte, sentindo Pricila depositar um beijo em sua clavícula.

- Eu fui boba.

- Vou te contar uma história, real dessa vez. - Pricila disse e Carol a fitou esperando para
ouví-la. - Às vezes a gente cresce quebrando
a cara. Eu já quebrei muito a minha e vou
continuar quebrando. Você também. - Pricila disse. - Você é ingênua em muita coisa e ainda tem muita coisa para desenvolver, foram muitos anos em coma. - Pricila removeu o cabelo do rosto de Carol antes de prosseguir. - Essa é a primeira vez que você se magoa com alguém. Sabe essa dorzinha que está fazendo suas florzinhas morrerem?

- Como sabe que está doendo? - Carol
perguntou.

- Porque todos passamos por isso. A gente se
ofende por termos sido idiotas ao ponto de
acreditar em alguém, mas a verdade é que
idiota foi a pessoa que nos magoou.

- Jura?

- Sim. - Pricila disse. - E com o tempo a gente
vai perdendo a ingenuidade e ficamos
mais espertos em algumas coisas, porque
infelizmente é comum na natureza humana errar e, bem, nós nos adaptamos. Sabe a Viih? Ela não vai ser a última pessoa a te magoar, mas cada dorzinha dessa nos ensina algo. Só quero que me prometa algo.

- O quê? - Carol perguntou suspirando.

- Nunca se sinta alguém ruim, alguém boba
por ter dado sua confiança a alguém. Isso
só mostra o quão puro seu coração ainda é.
- Carol esboçou um princípio de sorriso
ao ouvir aquilo. - Nem se acontecer muitas
e muitas vezes. Há corações que mesmo
apanhando preferem acreditar que alguém
nesse mundo pode ser melhor.

- Como você. - Carol disse, encostando sua
testa na de Pricila. - Você é o que os contos
de amor narram, Prica. Você existe aqui na
vida real e é meu amor.

- E você é o meu. - Pricila disse, sentindo os
lábios de Carol esbarrarem sutilmente
sobre os seus.

- Eu te amo muito. - Carol disse.

- Eu também te amo. Agora me conte o que
aconteceu lá. - Pricila pediu e Carol assentiu.

- No primeiro dia ela só me ofereceu vinho
e pela insistência eu acabei aceitando uma
taça. Ela bebeu muito e eu iria voltar andando porque não tinha levado dinheiro e meu celular tinha descarregado. - Carol disse e Pricila assentiu. - O telefone dela estava quebrado, de acordo com ela, então não deu para chamar você ou minha mãe. Ela queria me trazer, mas não deixei porque ela tinha bebido, aí ela pagou meu táxi.

- Hm. - Pricila disse em um murmúrio para
Carol dar continuidade.

- E hoje ela começou a fumar maconha e me ofereceu. Disse que eu ficaria com tesão e você iria gostar disso. Eu fiquei confusa, mas aí lembrei que você disse que gosta de mim do jeitinho que eu sou, então eu vi que não precisava daquilo e disso não.

- Ela aceitou sua decisão?

- Não. Insistiu mais e mais, e eu quis vir
embora, mas ela pediu desculpas e começou a falar dos livros. - Carol disse. - Quando ela já estava bem chapada ela acabou confessando que foi afastada do serviço por ser viciada em bebidas e em drogas.

- Eu não acredito que te deixei com essa
mulher. - Pricila exclamou irritada.

- Aí ela começou a cheirar e eu saí de lá,
dando um tchau e dizendo que tinha que sair com minha mãe. Ela correu atrás de mim e me beijou, eu empurrei ela e liguei para a minha mãe, mas menti que era para a polícia, ela pediu desculpas e entrou.

- E sua mãe te trouxe aqui. - Pricila deduziu e Carol assentiu.

- Sua folga e a idiota aqui foi passar com
outra pessoa. - Carol disse chateada consigo
mesma.

- Ei, o que eu disse sobre não falar assim de
você?

- Mas isso não foi porque ela foi uma idiota. - Carol retrucou. - Foi porque o fato de ela ter sido uma idiota me abriu os olhos, eu também fui, mas com você.

- Já está perdoada e sabe de uma coisa? -
Pricila disse e Carol negou com a cabeça.
- Ainda é minha folga e podemos passar
abraçadinhas assistindo séries. Que tal?

- Deus está me recompensando por todos os
anos que fiquei em coma, juro! - Carol disse, distribuindo beijos por todo rosto de Pricila. - Nunca mais trocarei de passar uma folga com você, por nada nessa vida. - Pricila riu pelo jeito eufórico de Carol e a fitou.

- Acho bom mesmo. - Pricila disse
semicerrando os olhos antes de se inclinar e encaixar seus lábios com os de Carol em um beijo um pouco mais apaixonado.














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Tudo certo no relacionamento das nossas nenéns ❤️  agora essa loira aguada não vai mais atrapalhar em nada!

Em um piscar de olhos - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora