capítulo 9

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A noite estava silenciosa e o tempo estava
passando horrivelmente lento, por está razão Pricila andou até as cortinas persianas e as abriu um pouco, olhando através da enorme janela as gotas de chuva caírem lá fora. Já passava das três da manhã e Carol dormia pacificamente aquele horário, enquanto Pricila não conseguira pregar os olhos nem por um minuto sequer Estava preocupada. Terrivelmente preocupada. Tomou um susto quando ouviu seu celular tocar. O nome de Elana marcava na tela,
fazendo Pricila arquear a sobrancelha. O que ela queria com Pricila aquele horário?
Pensou em não atender, porém a curiosidade bateu, fazendo-a caminhar até o banheiro para não acordar Carol.

- Alô? - Pricila atendeu. O ruído através do
telefone demonstrava que Elana deveria
estar em uma festa ou algo parecido.

- Pricila? - A voz fina soou do outro lado da
linha.

- Por que está me ligando a essa hora? Está
tudo bem? - Pricila perguntou.

- Fui até sua casa mais cedo e Vanessa disse que você não passou a noite em casa e que esta noite, pelo jeito, também não passaria.

- E daí? - Pricila perguntou, não entendendo onde Elana queria chegar.

- Está com outra, é isso? - Pricila revirou os
olhos.

- Se eu estiver com alguém isso não lhe diz
respeito, Elana. Nunca tivemos nada, eu já
disse que só quero sua amizade.

- Por que faz isso comigo?- A voz saiu em um choramingo. - Você sabe que eu te amo.

- Você ingeriu bebida alcoólica? - Pricila
perguntou.

- Alguns drinks com o Luccas. - Pricila riu ao ouvir aquilo.

- Olha, vá para sua casa, tome um banho
morno, coma algo saudável e leve, e descanse,.tudo bem? Vai me agradecer por isso.

- Por quê? Acha que eu vou me arrepender
de te dizer que eu te amo? Não vou! Eu posso nunca ter dito antes, mas sei que você sabe disso.

- Prica? - A voz de Carol soou assustada e
rouca, por ter acabado de acordar, fazendo
Pricila colocar a cabeça para fora do banheiro.

- Pensei que tivesse ido embora. - Carol
disse mais aliviada.

- Eu disse que não vou sair do seu lado. -
Pricila disse sorrindo. - Elana, eu preciso
desligar. Faça o que te falei e amanhã eu
prometo não tocar no assunto.

- Quem era? Pricila, você está dormindo com alguém?

- Vamos, não faça isso com você. Amanhã nos vemos na República. Boa noite! - E desligou, colocando o celular em sua bolsa antes de se aproximar de Carol.

- Quem era? - Carol perguntou curiosamente, em um tom inocente. -O seu
namorado?

- Era uma colega. Eu não tenho namorado.
- Pricila explicou, se sentando na cadeira ao
lado da cama.

- Não! Aqui comigo igual a mamãe. - Carol
pediu, indo para o cantinho da cama para dar espaço para Pricila.

- Sua mãe dorme com você aí?

- Não, mas ela sobe aqui para ler histórias.

- Mas eu não vou te contar história agora,
Carol. - Pricila disse e Carol assentiu.

- Eu sei, mas eu gosto do seu cheirinho. - Ela
disse sorrindo sem mostrar os dentes e Pricila  corou levemente, assentindo.

- Tudo bem, então me deito com você. - Pricila  disse, subindo na cama e se deitando. Carol  se acomodou sobre Pricila antes de voltar a falar.

- Por que você não tem namorado?

- Bem, um dia você entenderá. - Pricila disse, começando a carícia nas costas de Carol.

- Não, Prica. A Amanda disse para eu me
enturmar com pessoas da minha idade.
Temos quase a mesma idade. - Carol
insistiu.

- Tudo bem. Eu não gosto de garotos e, bem,
não estava com muito tempo disponível para namorar.

- Por que não gosta de garotos? Eles também puxavam seu cabelo na escola? - Pricila riu ao ouvir aquilo.

- Não. Eu tenho dois melhores amigos da
época da escola. Estudaram comigo desde
o jardim de infância. Eles me defendiam de
qualquer ameaça como essa.

- Então por que não gosta de meninos se eles foram legais com você? - Carol perguntou confusa.

- Eu me expressei mal. Eu gosto de meninos,
mas como amigos, não namorados. - Pricila
voltou a tentar.

- Oh! - Carol disse assimilando a
informação.

- Então no telefone era uma namorada?

- Não, anjo. Era uma colega. - Pricila disse
brandamente, sem jamais cessar as carícias
nas costas de Carol. - Por que não volta a
dormir, uhm? Amanhã terá um dia cansativo.

- Porque quando o dia chega você vai embora. - Carol confessou baixinho, afundando entre o colchão e a pele de Pricila. - E eu não gosto.

- Pois eu tenho uma notícia. - Pricila disse em um sorriso bobo. - Amanhã passarei boa parte do dia com você. - Carol arregalou os olhos e sorriu.

- Jura, Prica? De dedinho e tudo?

- Juro, Carol. De dedinho e tudo. -
Respondeu sorrindo.

- Como estamos por aqui? - O médico de
Carol entrou na sala após deixar duas
batidas rápidas na porta.

- A Pri vai passar mais tempo comigo
amanhã. - Carol disse sorrindo e o médico
sorriu-lhe de volta.

- Isso é incrível, eu aposto. - Ele disse olhando para Pricila. - Então.. Eu fiz questão de fazer o mais rápido possível é o resultado saiu.

- Está tudo bem com ela, doutor? Oh, acho que vou ligar para a dona Fernanda e..

- Calma, Pricila. - Ele disse sorrindo, tocando seu ombro gentilmente.

- Você é amigo da Prica? - Carol perguntou
de repente, fazendo o doutor franzir o cenho.

- Bem, somos colegas. Ainda não tivemos temp..

- Então não toca nela. Ela só gosta de meninos se forem amigos. - Carol disse, fazendo Pricila fechar os olhos e corar fortemente.

- Não se preocupe. Pretendo ser amigo dela.
- O doutor disse gentilmente. - Minha esposa não gostaria de nada além disso.

- Eu sinto muito. - Pricila disse
verdadeiramente embaraçada. - Eu estava
explicando a ela..

- Não se preocupe, eu entendo. - Ele disse
sorrindo e Pricila assentiu. - Pode me
acompanhar até a porta? - Pricila assentiu,
descendo da cama.

- Eu já volto, tudo bem? Daqui de onde você
está conseguirá me ver. Deixarei a porta
aberta. - Pricila informou deixando um beijo na testa de Carol e acompanhando o doutor para fora do quarto.

- Bem, vou explicar da forma mais simples
para que me entenda. - Ele disse, vendo Pricila tencionar.

- Tudo bem, o que ela tem, doutor?

Em um piscar de olhos - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora