Pricila tentava segurar o riso enquanto
via Gabriel ficar mais vermelho do que
um tomate. O homem estava visivelmente
irritado, contudo, tentava se manter
imparcial.- Este é um caso de extremo cuidado, senhor. - Insistiu ele. - Eu entendo que a mãe paciente queria isso, mas pelo menos deixe-me acompanhá-la. Aquela garota é um milagre vivo, nem diante de nossos olhos. - O chefe do hospital repuxou o canto de sua boca e olhou para Pricila.
- Você acha que é capaz de fazer isso,
senhorita? - Ele perguntou solenemente.- Não acho que ela ainda seja capaz. Ela
é muito boa, inclusive, é minha melhor
aluna, no entanto, isso é algo que vai além
do capricho de uma mãe. - Gabriel disse.O homem bateu fortemente os punhos na mesa e olhos furiosamente para Gabriel.
- Primeiramente que não é um "capricho",
senhor Froede. Aquela garota ali.. - Disse e
apontou diretamente para Sarah. - De alguma forma desconhecida por todos nós, foi capaz de fazer a garota acordar após quatorze anos. É justo querê-la por perto. - Disse seriamente. - E em segundo lugar, minha pergunta foi para a senhorita Caliari, então quando sua fala não for solicitada, por favor, cala a boca. - Os músculos do maxilar de Rodolfo se
tensionaram antes de ele assentir.- Sim, senhor. - Replicou seriamente. Mesmo ele sendo o chefe de seu
departamento, ainda tinha que acatar o chefe do hospital, sendo assim, foi obrigado a se calar.- E então, senhorita Caliari, acha que
é capaz? - Pricila, que tinha suas mãos
entrelaçadas nas costas, deu um passo a
frente.- Eu poderia muito bem dizer que sim, senhor, afinal é um tratamento o qual eu já fiz, mas nesse caso em especial eu prefiro que o senhor Froede me acompanhe. - O sorriso prepotente do homem se abriu, como se dissesse que estava certo o tempo inteiro.
- Ainda não se sente segura sozinha? - O chefe do hospital perguntou curioso, cruzando os braços.
- Me sinto completamente segura, mas quero o melhor para a paciente e o senhor Froede tem mais experiência.
- Mas a senhora Borges insiste que seja você a fisioterapeuta de Carolyna. Eu a expliquei que a senhorita ainda não se formou, mas a mulher é osso duro de roer. - Ele disse rindo. - O que me sugere, Caliari?
- Bem.. O senhor Froede poderia me
acompanhar e se certificar de que estou
fazendo tudo corretamente. - Ela sugeriu
completamente receosa.- O quê? - Gabriel perguntou perplexo. - Está sugerindo que eu seja seu ajudante?
- Eu adorei a ideia. - O chefe do hospital disse sorrindo. - Explêndido. Pode avisar à senhora Borges para passar em minha sala, senhorita? Quero avisá-la que começarão amanhã. - Pricila assentiu.
- Se o senhor me permitir tentar fazer ela
mudar de ideia.. - Gabriel tentou, mas a
risada do senhor Ruppert lhe interrompeu.- Fique à vontade, mas como sei que aquela
mulher é irredutível já fique preparada,
senhorita Caliari.- Deve estar louca, não é possível. - Gabriel
disse, vendo o homem em sua frente fechar
sua expressão na hora.- Cuidado com o que fala, Froede, aquela
mulher vai além da mãe de uma paciente.
Ela é uma grande amiga. Está neste hospital
desde antes de eu me tornar chefe, então peço encarecidamente que não volte a mencioná-la dessa forma.- Desculpe, senhor.
- Podem se retirar. - O homem disse, ouvindo Pricila preferir um "com licença" antes de se retirar.
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Em um piscar de olhos - Capri
RomanceCarolyna Borges tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para Los Angeles, porém, o destino lhes foi cruel, causando um choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o c...