capítulo 49

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O sol forte do verão já dava suas caras e
exatamente por tal acontecimento que Pricila estava estirada em sua toalha de banho, enquanto tomava sol. Ela usava seus óculos de sol e um biquíni vermelho. Seus olhos estavam fechados enquanto ela desfrutava da sensação de um domingo tranquilo.

Sua namorada estava na água, brincando
de guerra de água com sua mais nova
amiga Ingrid. Haviam ido juntas à praia e
combinaram com o restante dos amigos de
Pricila, que logo estariam ali. Carol havia começado a frequentar diversos cursos. Ela estava determinada a realmente começar a escrever livros e não abandonaria
seu sonho. Ingrid frequentava as aulas de
um desses cursos e assim se conheceram.
A garota era linda, sexy, educada e lésbica.
Tinha todos os requisitos para Pricila poder se remoer de ciúmes.

Mas não acontecia isso. Pelo contrário, ela confiava na garota. Ela era respeitosa e jamais faltou com respeito a Carol ou sequer a olhou de forma diferente.
Pricila estava bem com isso e por isso não se preocupava em sua namorada estar usando um biquíni preto sexy e estar se divertindo com outra.

- Amor. - Carol chamou, se jogando molhada em cima de Pricila. A menor arfava por ter corrido desde a água até a areia, que é onde Pricila estava.

- Oi. - Pricila disse, se sentando.

- Ingrid disse que mandou uma cópia dos
dois primeiros capítulos que escrevi para
uma editora e eles querem que eu mande o
material completo em três meses. - Carol disse e Pricila sorriu animada.

- Acha que consegue? - Pricila perguntou
e Carol assentiu, se ajeitando no colo de
Pricila.

- Estou tão orgulhosa. - Pricila disse abraçando o corpo molhado sobre si. - Me deixa ler? Não acredito que deixou Ingrid ler. - Pricila disse rindo.

- Sou prioridade no mundo literário, Pricila.
Aceite. - A garota disse rindo, se jogando na
areia.

- É sobre um casal que se conhece na prisão. - Carol disse. - Mas as cenas de amor eu faço todas pensando em você. - Carol disse e Pricila sorriu.

- Quero ler. - Pricila disse, deixando um bico dengoso invadir seu rosto.

- Vou deixar só porque sou muito, muito
boazinha, está bem? - Carol perguntou e
Pricila sorriu assentindo.

- Está mais do que bem. - Pricila disse,
sentindo Carol lhe dar um selinho.

- Mas então, Ingrid, você viu só que minha
namorada está ficando com marquinha do
biquíni? - Carol perguntou e a outra olhou.

- Vi, mas sinceramente aquela garota gostosa se aproximando chama mais a minha atenção. - Ela disse, tendo a atenção presa em alguém.

- Boa sorte. - Pricila disse baixinho ao ver
de quem se tratava. - Ela está conosco e se
chama Elana.

- E aí, doida. - Luccas disse se jogando na areia. - Cadê as brejas?

- O Allan vai buscar, não vai? - Pricila pediu
piscando os olhinhos e o garoto suspirou.

- Só se me disser quem que é essa loira linda do seu lado. - Ele disse sorrindo e Pricila riu.

- Desiste, ela não gosta de garotos. - Pricila
avisou e Allan negou com a cabeça.

- Puta merda, eu só conheço mulher casada
ou lésbica. Vou virar mulher. - Allan disse
indignado. - Mesmo assim é um prazer, moça. - Ele disse a ela. - Vou comprar as cervejas. Vanessa e Clara, vêm comigo porque só tenho duas mãos.

- Vamos lá, fracote. Não presta para fazer
nada sozinho mesmo. - Vanessa disse batendo na bunda do garoto.

- Estou adorando essa marquinha. - Carol sussurrou no ouvido de Pricila e a maior
mordeu o lábio inferior.

- Em casa eu tiro o biquíni para você ver ela
melhor. - Pricila sussurrou de volta e Carol suspirou.

- Acabou a praia. É hora de irmos. - Carol
disse e Pricila riu alto.

- Não, senhorita. Saiba esperar. - Pricila disse e Carol assentiu desanimada.

Pricila de repente estranhou o fato de Elana estar conversando animadamente com Ingrid, que acabara de conhecer, enquanto Luccas estava sentando ai lado de Pricila quieto.

- Não estavam ficando? - Pricila sussurrou para seu amigo.

- Não mais. Vou me juntar com o Allan e nós vamos virar mulher. Vou sair esfregando meus futuros peitos nas caras de todo mundo e vou dar mais que chuchu na cerca.

- Vocês têm sérios problemas. - Carol disse
e ele assentiu sorrindo, se deitando na toalha que havia estendido após retirar a camisa.

- Ei, princesa.. - Pricila chamou, ganhando a
atenção de Carol para si. - Seu aniversário é
em poucos dias.

- Sim. Vou ter idade para ir para as baladas
com você e beber enquanto a gente se pega
no meio da pista de dança. - Carol disse
enlaçando seus braços pelo pescoço de Pricila.

- Você anda lendo muitos livros. - Pricila disse e Carol assentiu. - O que quer ganhar de presente?

- Pode ser um ursinho chamado totó que seja considerado nosso filho? Ah não, espere! Já tenho esse. - Carol brincou e logo sorriu. - Eu não preciso de nada, Prica. Eu já tenho você na minha vida, o curso que eu quero, meu livro tem grandes chances de ser publicado..

- Mas não tem nada que queira? - Pricila
perguntou e Carol pensou um pouco.

- Na verdade tem.

- O quê?

- Você na minha vida até ficarmos bem
velhinhas. - Carol disse e Pricila fitou como o reflexo do Sol atingia os olhos castanhos.

- Pois eu também quero isso e se depender de mim vai ser assim mesmo.

- E dois ou três filhos para eu poder contar
histórias igual você fez comigo.

- Oh, vai roubar minhas histórias? - Pricila
perguntou fingindo aborrecimento.

- Não, vou criar as nossas. - A maior suspirou e abraçou a cintura de sua namorada, apoiando a queixo um pouco acima de seu busto.

- Amor você me ensinou tantas coisas,
sabia? - Pricila perguntou e Carol a olhou
compenetradamente. - Aprendi a me
conhecer; descobri que, apesar de desastrada, consigo lidar com situações que exigem equilíbrio emocional; Aprendi a ser mais paciente; percebi que ter memória ruim me serviu para confundir os quartos e entrar no vinte e três. - Pricila disse rindo ao se lembrar daquilo.

- Engraçado que você é ruim de memória, mas nunca esqueceu o número do quarto que eu estava. - Carol disse brincalhona e Pricila  sorriu abertamente.

- A gente nunca esquece o número do bilhete premiado que tem como recompensa o amor da nossa vida. - Carol sentiu milhares de flores crescerem em seu interior ao ouvir aquilo.

- Tem razão. - Carol respondeu. - Eu nunca
esqueci da sua voz ecoando na minha cabeça quando eu sequer havia acordado ainda. Talvez os quatorze anos em coma, de alguma forma, foram meu bilhete premiado, porque me fizeram chegar até você. - Carol disse e Pricila sentiu seu coração bater loucamente em seu peito. - Aliás, te trouxeram até mim.

- E o que vento nos trouxe ninguém mais
leva de volta. - Pricila disse e Carol sorriu,
sentindo o vento da maresia esvoaçar seus
cabelos, mas não importa a bagunça que
estivesse por fora, por dentro tudo estava
intacto. Era como se o interior de sua alma
fosse um museu, completamente dedicado à Pricila Bruno Caliari.














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Penúltimo capítulo

Gente tentei postar o cap várias vezes ontem e não foi, mas agora consegui

Em um piscar de olhos - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora