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Júlia
MT: Não adianta nada tu ficar sem comer e sem dormir. Isso não vai fazer o RK se recuperar mais rápido.
Respirei fundo e balancei a cabeça, no fundo eu sabia que meu pai tava certo. Mas eu não conseguia fazer nada disso. Há dois dias quando o RK chegou aqui naquele estado eu fiquei em choque total. Ele não acorda, por causa dos vários remédios que toma, eles fazem ele dormir. Os buracos de tiro pelo corpo dele ainda estavam feios, mas minha mãe tava cuidando de tudo pra melhorar.
Júlia: Eu sei.
MT: Então pronto. Sai desse quarto, desce pra comer e tenta dormir depois.
Júlia: Eu não tô com fome, pai.
MT: Júlia tu tá sem comer direito há dois dias. Tu vai ficar nessa depressão aí, ou vai melhorar pra tentar ajudar o RK também?
Meu pai veio até mim e praticamente arrancou a coberta de cima de mim. Logo, ele já foi pro outro canto do quarto abriu a janela e as cortinas.
MT: Vou te dar dois segundos pra levantar dessa cama, se tu não levantar eu vou te arrastar pelo cabelo e enfiar um prato de comida na sua guela, garota. - Eu ri de leve e me levantei.
Júlia: Você é sempre tão fofo.
MT: Nem banho tu tomou nesses dois dias, tá toda fedorenta aí. - Levantei meus braços e cheirei pra ver se tava fedendo. - Porcona tu.
Júlia: Ih, para de neura. Nem tô fedendo, cheira aqui. - Levantei o braço e fui pra perto dele que saiu rápido pra eu não alcançar.
MT: Sai de perto de mim, sebosa!
Júlia: Eu não estou fedendo!
MT: Tá sim!
Pela primeira vez em dois dias consegui dar uma risada sincera. As gracinhas que meu pai fazia sempre conseguiam arrancar uma risada de mim, mesmo eu estando triste.
Ele saiu do quarto depois de me lançar mais umas cinco ameaças de morte se eu não comesse, dormisse e tomasse banho.
Depois de comer dois pratos de comida, e tomar um banho de quarenta minutos, eu acho que finalmente consegui relaxar um pouco. Minha mãe tinha deixado o quartinho que o RK tava a pouco tempo, então ele já devia tá medicado e dormindo. Tentei me segurar, mas a vontade de ver ele falou mais alto e eu fui lá.
Encontrei o RK imóvel em cima da maca. Ele tava pálido e de olhos fechados. Por sorte, ele conseguia respirar sozinho sem a ajuda de aparelhos. Eu achei que isso nem ia ser possível por conta do tiro que ele levou no peito.
Coloquei a minha mão sobre a dele e fiz um carinho mínimo ali porque não queria incomodar ele. Mas, quando olhei pro rosto dele de novo percebi que ele tava piscando os olhos querendo acordar.
Júlia: Desculpa, eu te acordei? - Falei baixo quando ele abriu os olhos.
RK: Não. Esses remédios ainda não fizeram efeito, nem tava dormindo.
Júlia: Como você tá se sentindo?
RK: Menos pior. - Dei um sorriso de leve. - Como tu tá, princesa?
Júlia: Os tiros fizeram você ficar mais carinhoso? Tá até me chamando de princesa.
RK: Quer que eu te chame de que então, puta?
Júlia: Agora sim, você tá no seu normal.
Ele deu uma risada fraca mas logo parou com uma expressão de dor. Fiquei calada por alguns instantes e ele também, até um momento que ele pareceu se lembrar de alguma coisa.
RK: Tu sabe do Luan?
Júlia: Quem é esse?
RK: Filho da Letícia. Aquele moleque que a gente foi buscar em São Paulo, é meu irmão.
Fiz uma expressão de desentendida porque eu realmente tava. Que história era aquela?
Júlia: Como assim? - Ele respirou fundo.
RK: Só pergunta o MT se ele tem notícias do moleque, por favor. Eu tinha que ter buscado ele mas não deu tempo.
Júlia: Tá bom, eu pergunto.
Não fiz questão de começar um interrogatório logo agora pra ele. Eu ainda queria saber que história era essa, mas não acho que é o momento certo de perguntar isso pro Henrique.
RK: Vem aqui. - Ele puxou minha mão e eu me inclinei até meu rosto estar perto do dele.
RK segurou o meu rosto com firmeza e me puxou pra um beijo lento. Me mantive um pouco distante dele porque tava com medo de encostar ou esbarrar em algum dos ferimentos.
Eu tava com tanta saudade do beijo desse cara que nem me importei com a circunstância que a gente tava. Só aproveitei o momento que eu tava tendo ali com ele.
Júlia: Você vai melhorar rápido. - Afirmei.
RK: Eu sei.
Depois de mais um beijo, eu me afastei dele. Henrique já tava com uma expressão de sono o que significava que os remédios já tinham dado efeito.
Júlia: Vou deixar você descansar agora. - Ele balançou a cabeça.
RK: Não esquece de perguntar o MT.
Balancei a cabeça confirmando, fiquei no quarto com ele por alguns minutos até que ele dormiu. Quando sai daquele quarto, senti uma calma e um alívio no peito que eu não sentia há dois dias.
Era isso que o RK causava em mim sempre que tava por perto, ele me deixava calma de um jeito bom. E, a única vez que eu não senti essa calma foi justamente no dia que vi ele desfalecido na minha frente.
Eu não fazia ideia do tamanho do controle que ele tinha sobre mim e nem sabia se isso era bom ou ruim.
...
Eu devo explicações a vocês por ter sumido durante um mês, então vamos lá; Durante o último mês eu estive literalmente atolada de tarefas escolares pra fazer. Eram muitas coisas pois era fechamento de semestre então eu tinha que dar prioridade as minhas notas. Desde ano passado eu venho enfrentando problemas sérios de saúde e estou fazendo tratamento pra esses problemas.
É por isso que infelizmente, não consegui tempo e nem criatividade pra escrever capítulos. Minha mente sempre tava preocupada com alguma coisa ou ocupada com outra. Me desculpem de verdade, mas, infelizmente a minha vida não se resume só aqui e eu tava tentando dar prioridade aos meus estudos e saúde. Não pretendo ficar tantos dias sem postar capítulos novos, mas caso eu fique, eu peço por favor a compreensão de todos vocês. Vocês são importantes pra mim e eu não vou desistir da história antes de terminar ela, isso é uma promessa! Mas, tem tempos que precisamos dar prioridades a outras coisas também, só espero q vcs entendam <3
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Por Nós [M]
Fanfiction📍Vidigal, Rio de Janeiro "Ela tem um jeito que me faz pensar que, O mundo ainda tem valor E que o amor faz sentido..."