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Batam a meta para o próx capítulo!Um mês depois...
Mirella
Estava esperando do lado de fora do consultório, quando acabou a consulta com a psicóloga, Júlia saiu da sala com a mesma expressão vazia de sempre. Não tava sendo fácil pra ninguém, mas a cada dia que passava, eu tinha mais certeza de que tudo tava sendo pior pra ela. Eu só queria saber o que se passava na cabeça dela.
Desde o que aconteceu, eu e ela temos feito consultas com psicólogo e psiquiatra, a Júlia precisa bem mais do que eu, mesmo que ainda seja muito, mas muito difícil pra mim, é o dobro pra ela. Eu evito pensar no assunto, mesmo que eu saiba que essa não é a melhor forma de superar, é o que eu tenho preferido. Toda vez que eu tento minimamente pensar, me causa dor física e psicológica. Eu ainda não sei viver sem ele e eu ainda não sei como vou fazer isso.
Mirella: Quer passar em algum lugar pra comer alguma coisa? - Ela balançou a cabeça negando.
Os dias tem sido assim, ela não conversa muito com ninguém, preferimos não forçar tanto ela.
Fomos pra casa e quando chegamos, a Júlia foi direto pro quarto. Fui pra cozinha fazer algo pra ela comer. Recebi uma mensagem do Victor avisando que também ia almoçar em casa então fiz comida para que desse pra nós três.
Victor foi outro que mudou muito do mês passado pra cá, ele não convive mais com a gente. Raramente faz visitas ou manda mensagem, ele basicamente só vive pra comandar esse morro agora. Ele não fala, mas a gente sabe que ele tá fazendo o máximo pra descobrir informações sobre o Barão, já que ninguém sabe se ele tá vivo ou morto. Ele quer matar ele, mas isso tá deixando ele cego.
Já tentei falar isso pra ele, mas ele simplesmente ignora e não me escuta. Essa obsessão dele tá atrapalhando todas as relações, inclusive a dele com a Amanda. Acho que os dois não estão mais juntos desde então.
Quando acabei de fazer a comida e fiz a mesa, o Victor chegou. Ele tava com um fuzil atravessado pelas costas e o mesmo semblante sério. Era inevitável pensar o quanto ele era idêntico ao Matheus quando tinha essa idade.
Mirella: Já falei que não gosto de arma dentro de casa. - Ele me olhou e depois me obedeceu deixando o fuzil na parte de fora.
Subi e chamei a Júlia pra almoçar, ela saiu do quarto e desceu em silêncio e assim ficou o nosso almoço. Em completo silêncio.
Me doia tanto ver os dois assim, mas eu não tinha forças pra fazer isso ser diferente. Os dois são muito fechados, coisa que eles puxaram totalmente do pai deles. Ambos são muito parecidos com o Matheus, tanto as qualidades quanto os defeitos.
VH: Como vocês estão? - Suspirei.
Mirella: Tô bem, e você?
VH: Indo. - Ele olhou pra Júlia. - E tu vai ficar muda até quando, Júlia?
Mirella: Victor Hugo! - Repreendi ele. - Para com isso, agora.
VH: Parar com o que? Só fiz uma pergunta. - Deu de ombros. - Não dá pra ela ficar muda pra sempre.
Mirella: Cada um tem o seu tempo, respeita o dela.
VH: E eu tô desrespeitando o que, mãe? Eu só fiz uma pergunta, euem.
Uma pergunta muito mal intencionada, eu pensei. Mas não falei isso pra não render mais o assunto, o que não adiantou porque ele mesmo continuou.
VH: Só acho que já era tempo dela tá falando alguma coisa pelo menos, ela tá fazendo acompanhamento com psicólogo e psiquiatra. Só nisso já era pra estar ajudando em alguma coisa, melhor do que ela ficar aí se fazendo de muda e sem querer comer e nem ver ninguém.
Abri a boca pra repreender ele de novo, mas escutei a Júlia falar primeiro.
Júlia: Acho que você deveria fazer igual eu, e calar a porra da sua boca também ao invés de ficar falando merda. - Ela se levantou da mesa. - Eu tô vivendo o meu luto, do meu jeito. Minha mãe tá vivendo o dela, do jeito dela. Mas parece que você não. Você foi o único aqui que não derramou uma lágrima pela morte do meu pai. Você é quem nem demonstrou estar de luto hora nenhuma, você é quem deixou eu e minha mãe na mão e sem oferecer um apoio emocional sequer pra gente. Se você quer dar uma de psicopata sem sentimentos pela própria família, o problema é teu. Mas tu fecha a boca pra falar de mim e do meu jeito depois disso. Nem tu e nem ninguém sabe o que eu vi e como eu me senti.
Victor ficou calado, e eu também. Depois de tanto tempo, foi a primeira vez que eu ouvi a voz da minha filha pra falar mais de uma frase. Eu gostei dela ter falado isso, de ter se imposto da forma como deveria se impor. Isso só me mostra como ela é forte.
Júlia não ficou mais com a gente e subiu pro quarto dela. Quando ela saiu, me virei pro Victor.
Mirella: Você precisa aprender a respeitar mais os sentimentos dos outros assim como nós respeitamos o seu. Se você quer vingança pela morte do seu pai, tudo bem. - Suspirou. - Essa é sua forma de viver o seu luto, mas realmente, não cabe a você julgar a nossa forma.
Ele permaneceu calado e quando terminou de comer, foi embora de casa sem se despedir de ninguém. Tentei me segurar mas não aguentei e comecei a chorar ali mesmo, eu tava vendo a minha família ser destruída e não ia conseguir fazer nada impedir isso.
...
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Por Nós [M]
Fanfiction📍Vidigal, Rio de Janeiro "Ela tem um jeito que me faz pensar que, O mundo ainda tem valor E que o amor faz sentido..."