VH
Júlia: Arrumou o que aí? - Falou quando eu cheguei na cozinha.
VH: Hã?
Júlia: Na sua testa. O que aconteceu? - Abri o armário e procurei a caixa de remédios. Peguei um remédio pra minha dor de cabeça que tava forte pra caralho.
VH: Nem sei. Acordei já tava assim. - Menti.
Amanda: A gracinha aí caiu de bêbado de madrugada. - Disse atrás de mim e eu me virei pra ela. - Cortou a cabeça.
Eu não me lembrava de muita coisa que rolou de madrugada. Sei nem como eu cheguei em casa. Eu só lembrava que eu tomei um banho gelado e da Amanda fazendo um curativo na minha testa, depois disso eu acho que apaguei.
Júlia: E você ajudou ele?
Amanda: Ajudei né.
VH: Não fez mais que tua obrigação. - Brinquei com ela e bebi o remédio. Amanda passou por trás de mim e me deu um tapa forte na cabeça. - Filha da puta do caralho!
Amanda: Desculpa, eu juro que esqueci que você deve estar de ressaca. - Abriu um sorriso toda cínica.
Júlia: Lindo esse amor de vocês dois. - Fiz careta e coloquei o copo na pia.
Amanda: Eca. - Fez uma cara feia também. - Deus me livre.
VH: Deus te livre agora né? - Ela me encarou. - Viajada você.
Amanda: Tá querendo dizer o que?
VH: Nada pô. - Dei de ombros.
Amanda: Você se passa. - Ri.
VH: Eu? Tu tem certeza.? - Sorri mais um pouco e cheguei mais perto dela.
Amanda: Se afasta antes que eu te dê outro tapa na cabeça. - Continuei perto dela. - Eu vou te bater, Victor.
Júlia: Cês dois podia parar né? Meio constrangedor ficar sentindo a tensão sexual de vocês.
Amanda: Ah garota, me dá um tempo. - Se afastou de mim e eu ri.
O lance é, quando eu tava no banho, eu vi a Amanda me encarando. Se ela tivesse só me olhando normal até tava de boa, tá ligado? Eu não ligo.
Mas ela me encarou de outro jeito, cheia de desejo. A garota tava literalmente me comendo com o olhar. Então eu vou aproveitar pra gastar com a cara dela.
Um celular começou a tocar do meu lado e eu olhei vendo o nome "Felipe" aparecer na tela. Era o celular da Júlia e ela veio logo pegando ele e sorrindo toda idiota pra tela.
VH: Quem é Felipe?
Júlia: Não te interessa. - Cruzei os braços e encarei ela serinho esperando ela falar
- É um garoto do meu curso.VH: Hum.
Júlia: Dois. - Desbloqueou o celular e saiu indo lá pra sala.
Ficamos só eu e ela ali na cozinha. Ela comia calada em cima da bancada e eu me sentei do lado dela só pra provocar mermo.
VH: Dormiu bem? - Sorri de canto e ela me olhou com tédio.
Amanda: Vai começar?
VH: Vou. - Ela revirou os olhos.
Amanda: O que tu quer? Fala logo e para de me encher.
VH: Eu só perguntei se tu dormiu bem, tu que tá toda neurótica aí.
Amanda: Dormi bem.
VH: Dormiu mermo? - Ela confirmou. - Ah, mas teria dormido melhor comigo. - Gastei com a cara dela e na mesma hora vi o rosto dela ficando todo vermelho. Só não sei se era de raiva ou vergonha.
Amanda: Eu teria pesadelos.
VH: Claro que não, pô. Tu ia estar muito ocupada pra ter. - Sorri malicioso e coloquei os meus braços dos dois lados dela.
Amanda: Olha só, são nove da manhã. Não testa a minha paciência. - Tentou sair mas eu prendi mais ela junto a mim. - Eu vou gritar.
VH: Coé Amanda, vai falar que tu não quer?! - Encarei a boca dela enquanto ela olhava pros meus olhos.
A respiração dela tava acelerada mas ela não disse mais nada e nem tentou sair dali. Fui aproximando meu rosto devagar até nossas bocas se tocarem um pouco.
Ia puxar ela pra mim de uma vez mas escutamos um grito lá da sala e ela se afastou de mim rápido. Fechei os olhos e respirei fundo.
Mirella: Quem foi o filho da puta que quebrou o meu vaso de flor? - Gritou e eu senti minha cabeça voltar a latejar de dor.
Amanda: Foi o Victor, tia! - Gritou do meu lado e eu encarei ela puto. - Vai lá nego. - Deu um sorriso toda debochada pra mim e eu bufei.
Fui até lá na sala aonde a minha mãe tava me chamando puta pra caralho. Só fiquei ali escutando ela me xingar por causa daquele vaso que segundo ela, era "mais caro que a minha vida".
...

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Por Nós [M]
Fanfiction📍Vidigal, Rio de Janeiro "Ela tem um jeito que me faz pensar que, O mundo ainda tem valor E que o amor faz sentido..."