*Capítulo 72*

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RK

Favela toda tava em clima de guerra. Acho que desde que eu entrei nessa vida, nunca vi nada igual. Os cria que são verdadeiros tão com vontade de vingança também, geral tinha consideração com o MT. Não é só nossa favela, Maré, Cdd, Chapadão, Penha, PPG e mais uma pá de morro tá junto com nós. Bagulho tá pra valer.

VH subiu no murinho e eu fui pro lado dele, observei geral. Todos com a cara fechada, só temos porte pesado. Fuzil aqui é igual água, parceiro. Tá nível de exército e eu sei que todo mundo tá no clima de matança.

VH: Bagulho é o seguinte. - VH gritou e todos se calaram prestando atenção no que ele ia começar a falar. - Nosso objetivo vocês já sabem qual é. É pegar aquele filho da puta do Barão. E eu quero ele vivo na minha mão. - Gritou mais alto, todo mundo sentia o quanto ele tava com sede de vingança. -  Se o vacilão chegar na minha mão morto, o responsável por isso vai sofrer todas as cobranças que aguardam por ele. Eu não quero saber de morador morto, caralho. Não quero morte inocente nas nossas costas. Mas todo mundo que interferir ou entrar na nossa frente, é bala! Pouco papo!

Geral só balançava a cabeça concordando, consertei o fuzil nas minhas costas e as pistolas na cintura já imaginando como ia ser. Eu já me meti em muita guerra nesses anos que eu tô no crime, mas nenhuma vai se comparar a essa.

VH: Todos que apoiam o Barão, é pra meter bala. Se a polícia interferir, é pra meter bala. Qualquer coisa que entrar no nosso caminho é poucas idéia, quero geral morto. Pode matar sem dó nessa porra! - Ele respirou e continuou falando. - Nossa fuga já tá toda planejada e o plano já foi repassado pra vocês, a parada tem que ser rápida. Recebemos a informação que o Barão tá na favela, mas não sabemos aonde, então tem que revirar toda aquela merda até achar o filho da puta. Quanto mais a gente demorar, mais a polícia vai tá na nossa cola e, podem ter certeza, na hora que eles invadirem aquela porra pra tentar aliviar a guerra, tudo vai piorar dez vezes mais. Agilidade!

Tomei a frente e falei alto pra todo mundo escutar.

RK: Barão tem um filho. - Peguei a foto no bolso da minha bermuda e levantei mostrando pra todos. - Moleque é meu irmão e tá desaparecido, mas tá na favela. Se encontrarem ele, é pra me avisar na hora e levar ele até mim. Se o moleque tiver um arranhão sequer, o vacilão vai ser cobrado. Quero ele seguro na minha mão.

VH: Essa guerra é em nome do meu pai, que foi morto na covardia por aquele filho da puta. Vocês respeitavam meu pai, e agora vamo vingar o sangue que derramaram dele! - Gritou e ao mesmo tempo todo mundo gritou junto. Alguns deram tiro pro alto.

É isso, começou.

RK: É hoje que a gente mata esse filho da puta. - VH deu um sorriso sinistro e eu não consegui não retribuir.

VH: Essa guerra já é nossa, irmão. - A gente deu um toque e descemos do murinho.

Geral começou a entrar nas vans, alguns iam nos carros e outros seguiam de moto. Eu e VH fomos na linha de frente nas motos. Papo de 15 minutos e já estávamos todos na entrada do Alemão.

RK: Recepção boa. - Falei quando ouvi o primeiro tiro sendo dado em direção a nossa tropa.

VH: Tava esperando receber flor, neguin? - Falou rindo e foi em frente subindo morro.

Começou rápido pra caralho o tiroteio, o barulho tava alto pra porra. Só dava pra ver morador correndo desesperado pelas ruas enquanto a nossa tropa atirava em todos os caras do Barão que estavam na linha de frente. Era só barulho de fuzil, da mesma forma que nosso porte tá pesado, o deles também tava.

Mas eles foram recebidos de surpresa, VH e eu temos bolado esse plano pra não deixar nenhuma linha solta. Até agora, tá tudo conforme planejado. Os caras não esperavam por isso e só tão agindo da forma que acham que devem agir, mas sem planejar nenhum próximo passo e isso é a nossa chance.

A gente só tinha uma chance, e se desse errado, já era pra todo mundo.

Não demorou pra eu ver corpos no chão enquanto ia passando pela favela. Nenhum dos homens que estavam mortos eram um dos nossos, e nenhum era inocente. Essa favela ia ter um banho de sangue hoje.

Eu e VH chegamos no alto do morro, em uma praça aonde o nosso informante disse que o braço direito do Barão tava, ele tava tentando correr pra longe quando viu a gente. Mas eu fui mais rápido, desci da moto e puxei o filho da puta que caiu no chão, apontei o fuzil pra testa dele...

Xxx: Papai! - Ouvi uma menininha chamando com uma voz de choro, olhei pra trás e ela tava ali olhando pra mim como se eu fosse um monstro.

Se ela soubesse que o pai dela é um monstro igual a mim.

ND: Porra mano, a minha filha. - Negou com a cabeça. - Não me mata, não na frente dela.

Eu ri.

RK: Tu acha que pode pedir alguma coisa, filho da puta? - Bati com a ponta do fuzil na cabeça dele.

De canto de olho, vi o VH descer da moto e passar por mim. Ele puxou a menina pelo cabelo e arrastou ela até a frente do pai dela, ele tirou a pistola da cintura e apontou pra cabeça dela.

Repreendi ele com o olhar, mas ele só balançou a cabeça pra mim. A gente não matava inocente, e definitivamente não íamos matar uma criança.

VH: Se tu não me falar aonde o Barão tá, eu mato tua filha com um tiro na cabeça. Aqui. Na tua frente.

ND: Não. - Gritou. - Eu não sei aonde ele tá! Eu te juro, VH. Não faz nada com a minha filha, pelo amor de Deus.

Bati de novo com o fuzil na cabeça dele, usei um pouco mais de força.

RK: Fala logo, caralho. - Gritei. - Tu tá achando que tem otário aqui? Prefere esconder o cara e ter sangue da tua filha nas tuas mãos? Responde porra!

VH destravou a pistola e apertou mais contra a cabeça da menina. O vacilão na minha frente já tava chorando. VH tava com uma expressão tão sinistra no rosto que nem eu tava conseguindo descobrir se ele ia mesmo matar a menina ou não.

VH: Eu vou te dar cinco segundos, ou eu vou estourar a cabeça dela...

ND: Ele tá no galpão! - Gritou. - Ele tá no galpão que antes era o posto de saúde aqui na favela, lá em cima do morro. - Apontou pra cima. - Ele tá lá, ele tá sozinho. - Falou entre o choro. - Pelo amor de Deus, irmão. Me mata, mas não mata a minha filha.

VH soltou a menina bruscamente e jogou ela no colo do pai, não sabia quem chorava mais, se era ela ou ele. 

VH: Eu só não vou te matar, por respeito a sua filha. - Abaixou pra falar bem na cara do homem. - Mas tu merecia muito pior, verme do caralho.

Ele não esperou mais tempo e foi até a moto, subiu em cima dela e  avisou no radinho pra passar a visão pra geral seguir pro tal lugar aonde o Barão tava.

Fiz o mesmo e fomos o mais rápido possível pra aquele lugar.

...

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Por Nós [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora