Júlia
Eu nunca fui uma pessoa ruim. Nunca desejei e nem fiz mal a ninguém, por que eu acho, que tudo o que você faz seja bom ou mal, volta em dobro pra você. Então eu sempre preferi ficar na minha, sem brigar ou causar problema pra ninguém.
Mas eu juro que se eu tivesse uma pedra na minha mão agora, eu jogaria ela na cabeça do Victor Hugo.
VH: Tu não vai e pronto. - Falou pela décima vez e eu revirei os olhos.
Júlia: E desde quando eu preciso da sua autorização pra fazer alguma coisa, garoto?
VH: Desde sempre, criança.
Júlia: Nunca precisei. Você não é meu pai e não manda em mim.
VH: Não interessa, Júlia. Papo já tá dado e tu não vai pra baile nenhum.
Júlia: Ô mãe. - Gritei pra ela que estava lá na cozinha fazendo alguma coisa. - Olha o Victor querendo mandar em mim, de novo.
VH: Ô mãe. - Gritou pra ela também. - Manda essa garota criar vergonha na cara e parar de fogo no cú.
Mirella: Mas vocês tão gritando por que? - Gritou de volta e apareceu ali na sala encarando nós dois de braços cruzados.
Júlia: O Victor tá de palhaçada e não tá querendo me deixar ir pro baile.
VH: Lógico. Tu não tem limite nenhum. Chega no baile, fica bêbada e depois arranja briga com qualquer um de graça.
Júlia: Na minha humilde opinião, você deve cuidar mais da sua vida.
Eu odiava isso, odiava muito. Sempre que eu queria fazer alguma coisa, ou sair pra algum lugar eu nunca podia por que o Victor sempre me enchia o saco. Isso me cansava, por que ele pode fazer tudo que quer e a hora que quer. Mas eu sou sempre tratada e vista como uma criança aqui dentro.
A única que me salvava na maioria das vezes era a minha mãe. Por que se dependesse do Victor, eu virava uma prisioneira nessa casa.
Meu pai tá pouco se fudendo pra o que eu faço, a única regra dele é que eu não volte grávida pra casa.
Mirella: Aí, mas que chatisse hein Victor, meu Deus. - Revirou os olhos.
VH: Chatisse nada, pô. Essa garota tem nem idade pra fazer essas coisas.
Júlia: Como é que é? - Encarei ele puta da vida. - Você na minha idade tava fazendo coisa pior!
VH: Ninguém tá falando de mim aqui.
Júlia: Eu tô. Você não tem moral nenhuma pra falar de mim sendo que faz coisas muito piores. - Ele abriu a boca pra me responder mas a minha mãe falou primeiro.
Mirella: Eu não tô com cabeça pra aguentar vocês dois hoje. Victor para de querer mandar nela. - Dei um sorriso toda vitoriosa pra ele, e ele me olhou todo putinho. Mas parei de sorrir quando minha mãe continuou falando. - E Júlia, você não vai pro baile.
Júlia: Mas mãe, por que? - Falei indignada.
Mirella: Olha teu boletim, aí tu vai saber o motivo. - Falou e me deu as costas.
Me virei pro Victor e ele tava sorrindo por causa do que ela falou, esse filho da puta.
Júlia: Cê tem mais é que se fuder mesmo.
VH: Não adianta ficar puta não.
Tirei o meu chinelo do meu pé e tentei jogar pra acertar nele, mas ele correu e desviou.
Na mesma hora a porta da sala se abriu e meu chinelo caiu na frente da pessoa, que no caso era meu pai.
MT: Boa tarde, né. - Negou com a cabeça e depois pegou o chinelo jogando de volta pra mim.
Júlia: Desculpa, era pra acertar nele. - Apontei pro VH e ele riu.
Resolvi usar meu charme de princesa do papai e fui pedir ele pra eu ir pro baile. Na fé de Deus, ele faz minha mãe mudar de idéia.
Júlia: Como o senhor está hein pai? - Sorri e dei um abraço nele. Ele já me olhou todo desconfiado.
MT: O que tu quer?
Julia: Eu não quero nada não, euem. - Me fiz de sonsa.. - Mas já que você perguntou, agora eu quero uma coisa sim. - Dei outro sorriso falso. - Deixa eu ir no baile hoje?
MT: Vai ué.
Mirella: Ela não vai não. - Apareceu na sala de novo. - Julia não tá fazendo nada nessa casa, só dorme e come o dia inteiro e o boletim dessa garota tá lamentável. Então ela não vai pra lugar nenhum.
MT: Então você não vai. - Disse pra mim e deu de ombros.
Julia: Mas você acabou de deixar.
MT: Sua mãe disse que não.
Julia: E a sua decisão não importa não?
MT: Não. - Sorriu pra mim.
Julia: Mãe? - Choraminguei.
Mirella: Nem vem. Já falei que não. - Disse e depois saiu da sala, meu pai foi atrás dela e ficou só eu e o Victor sozinhos de novo.
Júlia: Aposto que se fosse você eles deixavam. - Bufei e cruzei os braços.
VH: Tu que pensa. - Me respondeu enquanto olhava pro celular. - Vou ver uma meta ali.
Júlia: Vai Victor, some da minha frente. - Ele riu depois veio até mim e me deu um beijo na testa, devolvi com um tapa no braço dele. - Encosta em mim não hein maluco.
VH: Ah garota, aquieta o cú. - Me xingou e eu mostrei dedo pra ele.
Fiquei sozinha ali na sala quando ele saiu, mandei uma mensagem avisando pras meninas que eu não ia poder ir no baile e elas falaram que iam vir aqui daqui a pouco.
Me deitei no sofá e coloquei qualquer coisa pra assistir enquanto esperava elas.
...
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Por Nós [M]
Fanfic📍Vidigal, Rio de Janeiro "Ela tem um jeito que me faz pensar que, O mundo ainda tem valor E que o amor faz sentido..."