*Capítulo 70*

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RK

RK: Qual foi? A gente não ia tirar eles só daqui uma semana pra preparar tudo?

VH: Sim, mas eu mudei de idéia. - Ele tacou o celular na minha mão e eu vi algumas fotos que mostrava o Barão entrando em uma casa. - Achamos o Barão, ele tá indo pra lugares diferentes quase todo dia pra ninguém achar ele, mas agora ele voltou pro Alemão e eu não sei quanto tempo ele vai ficar lá. É melhor ir agora que já sabemos a localização dele.

RK: Mas porra, VH, os cara tão tudo despreparado, não dá pra começar uma invasão assim.

VH: Tem ninguém despreparado não, RK. Os cara tão treinado e preparados há três meses, eu mandei todo mundo ficar na atividade. Eles já sabem o que tem que fazer e eu deixei claro que isso podia ser a qualquer hora e a hora é agora.

Resolvi não contestar. O cara tava certo. Pela primeira vez em três meses sabíamos aonde o Barão tava, todo mundo tá preparado pra guerra. Agora, é só começar ela.

RK: É o seguinte. - Me levantei. - Além do Barão, a gente tem que achar o filho dele. Meu irmão. Eu não sei aonde ele tá, mas essa era a casa que o Barão morava e pode ser que o moleque esteja lá. Avisa pra ninguém chegar nessa casa já atirando, se o moleque tiver lá ele pode sair ferido.

VH: Jae. Já avisei todo mundo pra ficar na atividade com os morador também, só quero a cabeça do Barão e dos que seguem ele. - Assenti.

RK: Vou ajudar a colocar minha mãe na van e ajudar a Mirella e tua irmã a saírem daqui, depois que eu acabar já vou acionando os cara.

Fui até o quartinho de hospital que tinha na casa e vi a Mirella já ajeitando alguns remédios e outras coisas em uma maleta enorme. Os outros dois médicos que o VH tinha acionado também estavam lá dentro ajeitando o corpo da minha mãe na maca que tinha rodinha.

Em menos de cinco minutos, a van parou em frente a casa e ajudei os caras a subirem com a maca da minha mãe, os dois e a Mirella estavam na parte de trás da van e só tava faltando a Júlia. Entrei de novo pra casa e vi ela descendo as escadas segurando uma mala.

RK: Quer ajuda?

Júlia: Não. - Ela ia passando por mim mas eu segurei o braço dela.

RK: Enquanto tu tiver lá, pensa no que a gente conversou.

Júlia: Eu não tenho mais nada pra pensar, Henrique. Você já deixou muito claro o que quer, e eu não quero isso. Ponto final.

RK: Tu vai preferir jogar tudo nosso no lixo?

Júlia: É a minha vida que tá em jogo aqui, na verdade, são as nossas vidas. Mas você prefere ir pelo caminho mais difícil achando que é a única coisa que pode fazer pra se proteger e eu não concordo com isso. Eu não vou viver mais nisso.

Respirei fundo e soltei o braço dela.

Júlia: Até ontem a gente tinha um plano e pra mim aquilo ia ser meu sonho se realizando. - Ela balançou a cabeça desacreditada. - Eu não consigo entender como você consegue deixar tudo isso pra trás pra viver essa vida medíocre.

RK: Tu me conheceu nessa vida, é a que eu sempre tive. Não vai ser nada diferente pra nós dois.

Júlia: Ao contrário de você, eu quero e planejo muito mais coisas pra mim do que viver em constante perigo. - Ela passou a mão nos dois olhos e eu percebi que ela tava limpando pra não deixar chorar, me senti um lixo vendo isso. - Eu posso te amar o tanto que for, mas eu não vou mais viver assim, não vou.

RK: Se tu me amasse, viveria qualquer vida que seja comigo.

Júlia: Digo o mesmo pra você. Parece que nós dois não nos amamos então. - Ela deu de ombros e saiu da sala sem falar mais nada.

Sentei no sofá de novo e passei as mãos pelo rosto nervoso. Porra, tudo que eu mais quero é ficar com essa mulher mas essa é a minha vida...eu sei que é errada, que é perigosa, mas desse jeito eu ia poder fazer de tudo pra proteger ela, a minha mãe. Eu ia dar tudo pra ela, mas ela não consegue ver isso.

Eu amo essa mulher pra caralho, mas eu não acho justo privar ela de ter a vida que ela quer e que ela merece. Mas eu percebi, em poucas horas que eu não quero uma vida diferente dessa e eu não mereço outra vida ao contrário dela.

...

Por Nós [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora