*Capítulo 9*

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Próx cap vai sair quando cês baterem a meta <3

Amanda

Terminei meu banho e enrolei uma toalha no meu corpo e outra no meu cabelo. Sai do banheiro e vesti qualquer roupa que eu vi pela frente. Fui até o espelho e penteei meu cabelo, resolvi deixar ele secar normal mesmo por que tava com preguiça de ir procurar o secador.

Peguei a minha mochila e joguei os livros e cadernos em cima da minha cama. Ia estudar um pouco já que eu ainda não tava com sono e não estava tão cansada.

Normalmente a minha vida é essa. Eu vou pra faculdade de manhã e de tarde vou pro meu trabalho. Ambos são na pista e não ficam longe um do outro, então da faculdade eu vou direto pro serviço. O único foda é ter que descer o morro pra pegar ônibus todos os dias, as cinco da manhã pra conseguir chegar a tempo na faculdade.

Mas eu sempre consegui lidar com essa vida "corrida". Eu curso psicologia já tem quatro anos e acabei acostumando a fazer isso no cotidiano. Estudar pra mim nunca foi um problema, e eu sempre quis ser independente, sempre corri atrás das minhas coisas e consegui sair da casa dos meus pais bem rápido.

Minha mãe fez um escândalo falando que eu ainda estava muito nova, e que ela não ia conseguir viver sem a "princesa" dela. Falou que, eu ia morar muito longe e assim nós duas íamos nos ver menos.

Ela cismou que eu ia morar muito longe dela, sendo que, a casa dela é na rua de trás.

Enfim, o drama da dona Débora.

Consegui me concentrar nas leituras e terminei as tarefas que tinham bem rápido. Organizei a minha bolsa e coloquei as coisas que eu iria precisar amanhã lá dentro.

Guardei tudo, e deitei. Liguei a TV e coloquei Good Girls pra passar enquanto meu sono não vinha.

Não deu nem vinte minutos e eu comecei a escutar alguém me chamando do lado de fora do portão. Bufei mas me levantei, indo até lá com a pior cara possível.

Amanda: Tem casa não, cacete? - Falei mas ela não me deu atenção, só foi entrando dentro de casa.

Júlia: Nossa, mas você tá linda hoje. - Sorriu toda sonsa pra mim.

Amanda: Cê tá querendo alguma coisa, né?

Júlia: Claro que não. - Jogou a mochila dela em cima do meu sofá.

Amanda: Pra que essa mochila?

Júlia: É que eu disse pros meus pais que eu ia dormir aqui.

Amanda: Mas nem eu tô sabendo disso. - Cruzei os.braços.

Júlia: Então, é que tem um porém. - Arqueei a sobrancelha. - Eu tô querendo sair.

Amanda: Ah nem vem, Júlia. Não vou te ajudar a dar fuga não. - Ela ia começar a falar mas eu interrompi. - E se você insistir eu conto pra Mirella.

Júlia: Pô Amanda, por favor, cara. - Chegou perto de mim fazendo cara de cachorro abandonado. - É só hoje, eu juro.

Amanda: Não vou te ajudar. Se você quiser sair, pede a autorização da sua mãe ou do seu pai primeiro.

Sempre que a Júlia queria sair pra algum lugar, e ela sabia que os pais dela não iriam deixar ela fazia isso. Falava com eles que ia dormir aqui em casa, e quando chegava aqui, me pedia ajuda pra sair escondida.

Eu até ajudava, mas teve uma vez que ela saiu de madrugada e quando ela tava voltando de manhã, teve invasão no morro. Nem sei como ela conseguiu chegar viva aqui em casa, e os pais dela nem desconfiaram. Depois dessa vez eu fiquei com medo e parei de ajudar ela nessas fugas.

Júlia: É só hoje, eu prometo. - Cruzou as mãos me pedindo.

Amanda: Pra onde você vai?

Júlia: O Felipe tá me chamando pra ir em uma festa lá na Barra com ele.

Amanda: Já tá tarde pra você sair, e eu não quero me responsabilizar por isso não, cara.

Júlia: Por favor, é só dessa vez. - Fez beicinho. - Só dessa vez e nunca mais eu saio escondida.

Amanda: Já disse que não. Se você quiser sair, fala com teu pai ou sua mãe.

Júlia: Você sabe que eles não vão deixar, meu pai não gosta que eu saia pra pista.

Amanda: E com razão, né? - Ela suspirou.

Júlia: Eu prometo que não vou fazer besteira e eu vou voltar cedo.

Amanda: Como você vai voltar cedo, se já tá tarde sua burra?

Júlia: São nove da noite ainda.

Amanda: Isso pra adolescente é tarde, vai dormir que amanhã é outro dia. - Ela bufou.

Júlia: E se eu voltar às três? - Encarei ela serinha. - Isso é cedo, pô.

Amanda: No seu mundo.

Júlia: Então eu volto às uma da manhã. - Sorriu sapeca.

Amanda: Olha, eu não quero saber de nada não. Se você se fuder eu vou jogar na tua cara depois.

Júlia: Então eu posso ir?

Amanda: Foda-se. - Ela riu e veio me abraçando.

Júlia: Te amo. - Deu um beijo na minha bochecha e eu revirei os olhos. - Uma hora eu tô aqui.

Amanda: Foda-se.

Júlia: Para de marra. - Abriu a mochila e pegou umas roupas. - Vou me arrumar aqui, ok? Ok.

Nem deu tempo de eu responder por que ela correu pro banheiro pra se arrumar.

Júlia é maluca, sério. Mas eu sei que de qualquer jeito ela ia sair, então do que ia adiantar eu "não deixar"?! Ela iria sair escondida mesmo se estivesse na casa dos pais dela, aqui só serve como desculpa pra isso.

Quero saber de nada também não, se os pais dela me perguntarem eu vou falar a verdade.

...

Por Nós [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora