A BALADA

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POV MAIARA

A balada não foi das melhores naquela noite. Não compensou todo o trabalho que tive para sair as escondidas da minha vó, que me proibirá mais uma vez de sair durante a semana. Cheguei em casa mais cedo do que o costume, por volta da quatro da manhã, louca para cair na cama.

Nuvens pesadas cobriam a lua, deixando a casa muito sombria, sempre achei a mansão meio assustadora ao cair da noite, mas vovó tinha boas recordações daquele lugar.

Para não atrair a atenção, subi sorrateiramente com meus saltos na mão, mas para chegar ao meu quarto tenho que passar pelo quarto da vovó, prendi a respiração, tentando fazer o mínimo de barulho possível ao passar pela porta. Meu esforço foi inútil.

= Maiara? - Chamou vovó com sua voz baixa, porém firme.

Suspirei pesadamente soltando os ombros antes de abrir a porta e adentrar o cômodo. Vovó estava sentada em sua cama com um livro nas mão, e o rosto desapontado.

= Você achou mesmo que eu não notaria sua escapadinha? Não acha que é um pouco para estar indo para a cama?

= Tecnicamente é cedo, já que está amanhecendo....

= Maiara não insulte minha inteligência, onde você estava?

= Com a Isa. Era aniversário dela. - Maraisa e minha melhor amiga desde..... bom, desde que eu me lembrava. Nos nos conhecemos no maternal, quando ela me salvou de um monstro no porquinho. Nunca mais nos separamos, somos inseparáveis.

= Claro ela está com quantos anos agora? Cento e três? Porque nós últimos dois meses você foi a pelo menos oito festas de aniversário da sua melhor amiga.

= Eu disse aniversário? Eu quis dizer despedida de solteira.

Vovó suspirou.

= Maiara eu sou velha o bastante para saber quando estão querendo me enganar. - Ela fechou o livro com um movimento brusco e tirou seus óculos de leitura. - Eu não entendo, sempre dei de tudo para você, nunca lhe faltou nada. Acho que o problema foi exatamente esse, não é? Acabei mimado você demais. Você é uma mulher adulta há algum tempo, tem vinte e quatro anos, mas ainda age como adolescente irresponsável. Quando vai criar juízo filha?

= Vovó eu....

= Isso não é hora de voltar pra casa, ainda mais numa terça-feira. Já se deu conta que você passa todas as noites e madrugadas na rua, só Deus sabe fazendo o quê?

= Eu não estava fazendo nada de errado. Eu nunca faço nada de errado. - Me defendi.

Seus olhos castanhos, exatamente da cor dos meus, se estreitaram, as rugas ao redor tomaram tudo mais ameaçador.

= Precisei enviar três advogados a Amsterdã para livrar você da cadeia. - AMSTERDÃ, MAIARA. - Ela frosol, o rosto duro. - Onde tudo é permitido! Evidentemente, você teve que encontrar uma forma de mudar isso.

= Foi um mal entendido, eu já expliquei! - Ninguém nunca me deixaria esquecer aquela história? Caramba! Uma garota não poderia cometer um errinho de nada?

= Brasil, Itália. - Ela começou a apontar meus erros. - Aquela noite que você foi parar no hospital por comer muito queijo em Roma... tudo não passou de um mal entendido?

= A prisão no Brasil eu já expliquei, foi abuso de poder. A da Itália.... - Suspirei, tentando lembrar o que havia me levado a participar daquela passeata. Na época, protestar nua com outra oitocentas pessoas e depois comer muiti naquele restaurante pareceu tão bacana.... Ok, não tenho desculpa para essa. Eu me excedi um pouco na formatura da Isa, o que é normal para aguem da minha idade.

Procura-se Uma EsposaOnde histórias criam vida. Descubra agora