- Ah, só podia ser você. Meu nome é Maiara. Repete comigo Mai- a - raaa.
- Tanto faz. - Ela deu de ombros, parecendo entediada. - Você encontrou um documento que....
- Tá ali naquela mesa. - Indiquei com a cabeça e dei um sorriso sarcástico. - De nada.
Ela me olhou com uma expressão duvidosa.
- De nada?
- Obviamente você precisa do documento é eu o encontrei, então de nada.
Ela sorriu, mas não era nem de longe um sorriso alegre, e causou os braços sobre os seios. Eu poderia apostar que era enchimento que os deixava tão atrativos. Ou talvez essa blusa escura desse a impressão de que eles se escondem sobre o tecido.... Não.
Com certeza era enchimento.
- Ah, entendi. Você quer que eu agradeça por ter trombado comigo e tirado de ordem um contrato que passeia a manhã toda organizando e que você em segundos transformou num caus, e isso? - Ela pergunta debochada.
- Talvez. - A desafiei empinando o nariz. Não é porque ela é alguns centímetros mais alta que eu não poderia lhe dar uma surra. Aquele policial búlgaro era bem grande e mesmo assim consegui quebrar seu nariz em dois ou três lugares diferentes.
Ela devolvel o olhar, e um brilho desafiador surgiu em seus olhos.
- Então agradeço a ajuda preciosa. Não sei o que seria de mim sem ela. - Ela disse com ironia.
- Sabe de uma coisa, camarada? Acho que você é assim não tão legal por que faltou gente para chutar sua bunda no colégio. Se quiser, posso te ajudar com isso. Vai ser bem divertido.
- Sua avó deve estar bem orgulhosa vendo a neta se comportar como uma trombadinha.
Se ela tivesse me dado um tapa na cara teria doido menos.
- Você não sebe de nada sobre mim. - Trinquei os dentes. - Né sobre minha avó.
Ela deu de ombros.
- Não é segredo nenhum que sua avó de deserdou. Agora entendo o por quê.
- CALA A BOCA. - Gritei, atraindo vários olhares.
Com horro notei que lágrimas escapavam de meus olhos, não havia como rete-las. O que aquela mulher arrogante disse liberou algo que estivera rodando minha cabeça desde que eu sobe que vovó tinha decidido me excluir, do testamento. Eu só não queria admitir, nem mesmo para mim. Assim como não queria admitir perante aquela mulher sensível como uma puma, que eu não era uma fracassada irresponsável, no entanto su hostilidade gratuita me obrigava a revidar.
- Quer saber se eu estou feliz com o que minha vó fez? Não, Não estou feliz na verdade, estou com muita raiva dela nesse momento por ter me jogado nesse covil de cobras, cercada de pessoas tão gentis quanto você, a Halsey e a espanador do RH. Mas o fato é que vovó me amava. Eu sei disso, me impedir de assumir seus negócios não tem nada haver com o que ela sentia por mim ou com a forma como levo minha vida. Você. Não. Sabe. - Ela se retraiu um pouco, ligeiramente desconfortável. - Você não viveu com ela os últimos vinte anos da sua vida. Não correu pra cama dela quando sentiu medo, e ela sempre carinhosa, apertou sua mão e disse que ia ficar tudo bem, que não ia sair do seu lado. Ela não te consolou quando seu coração se partiu pela primeira vez, nem em todas as outras. Ela não te deu broncas atrás de broncas, para logo em seguida te abraçar e dizer que só brigava com você para te educar direito. Ela não te abandonou, foi comigo que ela fez tudo isso.
Ela pareceu confusa, e se eu estivesse lendo corretamente sua feições, ela estava arrependida e penalizada.
Argh! Eu havia chego no meu limite.
- Hã... olha... eu não quis dizer... - Ela começa insegura.
- Mas disse, muito obrigado por me lembrar. Será que agora você pode por favor, me deixa em paz? - Falei e saí o mãos rápido que pude.
Graças ao céus, eu já sabia aonde ficavam os banheiros de todos os andares. Tanquei-me em um deles, soluçando e tremendo até que as lágrimas secassem. Volte para a sala da Halsey uma hora depois, resoluta.
- Ah, aí está você! Que ideia foi essa de xerocar sua bunda? E pro que tanta demora? Leve esses papéis para a Keane e depois volte para se explicar.
Peguei minha bolsa.
- Não, Não levo.
- Como assim não leva? - Ela perguntou, colocando as duas mãos na cintura.
- Leva você, vai ser bom caminhar é bom para o coração, acaba com sedentarismo e..... deixa pra lá. - Passei minha bolsa pelo ombro e me dirigi ao RH, deixando Halsey como que presa ao chão, a boca aberta feito um peixe.
- Você está o quê? - Questionou a espanador.
- Pe-din-do de-mi-ssão. Quer que eu soletre?
- Você não pode se demitir! - Ela disse em pânico.
- Posso sim, todo mundo pode. E como você lembrou mais cedo, eu sou igual a todo mundo. Posso me demitir quando bem entender, e no caso estou fazendo isso agorinha.
- O Dr. Saimon me alertou sobre essa possibilidade. Onde está...? - Ela revirou a mesa e me entregou um envelope. - Aqui! Tome.
- O que é isso? - Perguntei desconfiada, encarando o envelope.
- Não faço ideia, mas o Dr. Saimon que era para te entregar caso você quisesse desistir.
Afastei-me um pouco de seu olhar curioso e abri o envelope, era um bilhete. A letra eu conhecia bem, a assinatura era a mesma que tantas vezes eu havia tentado falsificar nos anos de colégio para que ela não visse minhas notas nos boletins ou suspensões.
Maiara, estou espantada que já tenha desistido. Quanto tempo já se passou? Três horas?
Um pouco mais vovó.
Sei que talvez você estaja com raiva, mas acredite só estou pensando no seu bem. Quero que vá para casa agora, respire fundo e volte amanhã. Há uma lutadora em você, nesse últimos anos ela sempre apareceu nos horas mais inadequadas, mas não posso acreditar que tenha desistido agora. Volte amanhã e me deixe orgulhosa.
Vô Mercedes.
Respirei fundo, isso era chantagem emocional. Ela sabia disso.
Fui para casa num misto de saudade e agonia. Comaquele bilhete, senti como se a vovó ainda pudesse olhar por mim. Eu me senti protegida outra vez, como se ela estivesse por perto, velando por mim.
O que não significava que eu botaria os pés naquele antro de lunáticos, não mesmo. De jeito nenhum.

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Procura-se Uma Esposa
FanfictionMaiara sabe curtir a vida, já viajou o mundo é inconsequente, adora uma balada e é louca por sua avo, uma rica empresária, dona de um patrimônio incalculável é sua única família. Após a morte de sua vó, ela vê sua vida ruir com a abertura do testame...