Deserdada ?

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   - Cumpridas as formalidades, vamos a leitura do testamento. - Saimon assentiu para si mesmo.

     Dei de ombros,  já fazia ideia do que tinha ali.  Eu era a única herdeira viva, e como vovó era bastante generosa e desconfiava que havia deixado Maze, Carlos e Helena os empregados mais antigos da casa em bons lençóis. Os três trabalhavam para a família desde que eu me conheço por gente. Uma vida de dedicação. Mereciam seja lá o que vovó deixou para eles.

     Saimon pigarreou antes de começar.

    - Eu, Mercedes Pereira me encontro em minhas perfeitas faculdades mentais e emocionais, livre de qualquer coação deliberei fazer esse meu testamento. - Ela iniciou na quela linguagem chatissima de advogado. - No qual expresso minha última vontade, tendo como única descendente viva a senhorita Maiara Carla Henrique Pereira, Brasileira, solteira, curadora de artes, filha de Marcos César Pereira e Almira Henrique. - Blá-blá-blá....

       Minha avó deixará poupanças generosas para seu trio de empregados fiéis, como eu suspeitava, e o restante, ao que parecia seria destinado a mim. Não que isso tivesse importância, eu não ligava para a fortuna. Nunca liguei pra grana. Eu só queria minha avó de volta, trocaria sem pestanejar todos aquele dinheiro por mais um tempo com ela.

       - Contudo, devido a incapacidade da herdeira de cuidar de só mesma, instituo como meu curador de totalidade de meus bens ao Senhor Saimon Cower e como presidente das minhas empresas, a senhora Sharon Rachel Osbourne, até que a herdeira legítima esteja devidamente casada há mais de um ano.

      Saimon fez uma pausa para tomar fôlego.

     - Hã.... Hein? - Resmunguei estupidamente.

    - Não terminei ainda, Maiara. Se puder esperar até que eu conclua, poderei responder a todas as suas perguntas. - E voltando-se para o papel, ele continuou. - Disponho a minha neta  um emprego vitalício em uma das minhas empresas até que ela possa assumir o que é seu por direito. Se a herdeira tentar contestar esse testamento, a doação do patrimônio será anulada, expresso esse testamento particular minha última vontade, requerendo a justiça de meu país que o faça cumprir como este se contém e declara.... - E mais Blá-blá-blá.

        - Que merda de conversar e essa? - Reclamei. - O que todo esses papéis querem dizer?

    Saimon respondeu calmamente.

    - Que até você se casar, não poderar tocar em nada que pertenceu a sua avó.

     - O QUÊ? ISSO E RIDÍCULO! - Maraisa e eu gritamos juntas.

     - Me deixa ver isso. - Pedi arrancando o papel das mãos do homem de estatura alta. Estava mesmo tudo ali, assinado e registrado. - Mas... por que?

      - Sua avó temia que, se toda a fortuna ficasse em suas mão incapazes,  você acabaria numa.....

       - Numa vala como indigente. - Completei de maneira automática. - Ela cansou de me dizer isso.

     - Então, de certo não há nenhuma surpresa, não é? - Ela arqueou uma sobrancelha grossa. - Maiara, a senhora Mercedes sempre se preocupou com você. Esse testamento foi redigido no dia em que você foi presa da Holanda.

    - Há, pelo amor de Deus. Holanda outra vez não.

     - Sim Maiara, Holanda outra vez sim. Aquele incidente deixou sua avó apavorada.  Na e segredo que você sempre fez  o que bem quis, é apesar de fechar os olhos algumas vezes, Mercedes sem soube tudo o que se passava com você. Assim, quando você  telefono de Amsterdã pedindo ajuda, ela compreendeu que seria necessário uma mudança drástica para fazer com que você entendesse os tipos de riscos que você se submeter. Eu tentei argumentar com ela sobre essa cláusula do casamento, mas acredite ela estava irredutível. Você conhece sua avó.

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