- Isa, aconteceu uma catástrofe! – chorei ao telefone.
- Ah, não! O que foi? Você esta bem? Claro que não está bem, que pergunta imbecil! Você esta ferida? O que aconteceu? Fala, criatura! – cuspiu ela, sem parar para respirar.
- Me apaixonei por minha esposa! – gemi
- Ah, isso... – ele exclamou, pouco surpresa - Onde você está?
- Em casa. Acho que a Marilia foi correr. Ainda não vi ela hoje.
- Estou indo pra aí – ela desligou
Enquanto a Isa não chegava, preparei um queijo frio, eu não aguentava mais queijo quente, a única refeição que era capaz de preparar sozinha e um cappuccino daqueles de sachê, com gosto de meia suja. Repassei na cabeça a noite interior, do momento que fui para a cama após Marilia e eu brindarmos á sua não promoção até o instante que sonhei com vovó. Marilia aceitara muito bem, o que me fazia pensar que talvez ela reagisse da mesma maneira se soubesse o real motivo de Jeferson ter ficado com a vaga da Comex. Mas, então uma vozinha irritante gritava em minha cabeça: Ah, tá! Até parece!, de modo que deixei tudo como estava.
Isa apareceu com sacolas cheias de chocolate, sorvete e uma revista de moda ainda no plástico.
- Eu sei, são muitas calorias. Mas achei que fosse uma emergência – explicou derrubando tudo sobre a mesa de centro da sala e me abraçando com ternura.
- E é uma emergência – resmunguei em seu ombro – Como fui deixar isso acontecer, Mara? Como pude ser tão burra? Me apaixonar pela Marilia? Isso é ridículo! Vai além do ridículo. Vão ter que inventar uma palavra nova pra definir alguém tão estupida quanto eu.
Ela se afastou, mas manteve os dedos fincados em meu ombro.
- Você ama a Marilia, tipo ama mesmo, ou só acha que ama? – perguntou
- Mara!
- Tô falando sério, Maih. Muita gente acha que ama alguém, mas não ama de verdade. É apenas carinho, ou ás vezes só tesão mesmo. Me conta o que você sente por ela. De verdade dessa vez – apenas uma sobrancelha se arqueou.
Suspirei, me jogando no sofá. Ela se sentou ao meu lado e me entregou uma barra de chocolate.
- Eu não sei o que sinto. É como se eu sentisse tudo ao mesmo tempo. – abri a embalagem e dei uma dentada – Eu quero tocar a Marilia, quero que ela me toque, adoro ouvir o que ela tem a dizer, amo a forma como os olhos dela quase se fecham quando sorri. Adoro como ela formula as frases, toda séria, mas dá pra ver uma pontinha de escárnio ali. Ela é tão gentil e me defende quando acha que eu preciso...
- Pensei que você detestava ser protegida – ela pegou um pedaço do chocolate e mastigou.
- E detesto! Mas com ela é diferente. Eu me sinto... Indefesa perto dela, e adoro isso. Ela acaba com todas as barreiras que crio.
- Humm... Me responde uma coisa – ela lambeu os dedos sujos de chocolate – O que mais te irrita na Marilia?
Suspirei.
- Quase tudo.
- Mas você acabou de dizer que adora um monte de coisas nela.
Afundei a cabeça no encosto do sofá.
- Uau! – ela sorriu enormemente, com um brilho extasiado nos olhos – Isso é mais sério do que eu pensava. O que você vai fazer agora?
- Como assim, o que eu vou fazer? – levantei a cabeça
- Vai contar pra ela?
- Tá maluca? De jeito nenhum! Vou arrumar uma forma de me desapaixonar, isso sim. Eu não posso amar minha esposa. Além de ser ridículo, vai complicar tudo quando o nosso acordo acabar e ela sair da minha vida.
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Procura-se Uma Esposa
FanficMaiara sabe curtir a vida, já viajou o mundo é inconsequente, adora uma balada e é louca por sua avo, uma rica empresária, dona de um patrimônio incalculável é sua única família. Após a morte de sua vó, ela vê sua vida ruir com a abertura do testame...