Capitulo XIX: Equinócio de primavera, parte I: Renovação

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Lexa

O equinócio de primavera estava sobre nós e a comunidade feérica agia num frenesi sincronizado e também amontoado. Eu nunca tinha sentindo tantas fadas ao meu redor como sentia hoje, eram centenas delas todas reunidas pelas dependências do parque privado do clã principal e nós ainda nem mesmo tínhamos chegado ao Altar dos Reinos aonde a maioria iria se concentrar para as festividades.

– Você parece muito quieta, Lexa.

Amora acrescentou me olhando engraçado. Eu sentia seu nervosismo desde seis, mas ela estava fazendo o máximo para disfarçar esse sentimento, não por nos exatamente, mas de quem pudesse perceber isso por seu exterior. Ela queria passar confiança aos demais. Principalmente para as fadas.

– Estou irritada na verdade, eu que deveria estar fazendo nossas roupas.

Respondi vendo todos nós usando robes de cetim brancos esperando nossas roupas chegarem como se fossemos modelos se preparando para uma sessão de fotos.

– São roupas cerimoniais, usadas de geração a geração. Não podemos simplesmente aparecer com vestidos de gala comuns para esse evento.

Sébastien explicou andando pelo enorme quarto que estávamos.

Todas as dependências do casarão pareciam vindas de filmes históricos sobre a realeza, só que ainda mais fantasiosos. Tudo em tons coloridos e claros a se perder de vista. Uma coisa éramos obrigados a dizer, as fadas tinham bom gosto, mesmo quando esse gosto era extremamente exagerado como de costume.

Três batidas na porta ocorreram, uma presença estava parada lá. Talvez fosse comida eu estava começando a ficar faminta. Como não podíamos comer comida das fadas era complicado as vezes.

Amora usou sua telecinese para abrir a porta, uma garota alta com um belíssimo hijab florido ao redor do rosto e dos ombros, com cores vibrantes e flores desenhadas como obras de artes. Seu vestido por outro lado era o oposto. De um rosa claro e comportado. Mesclando ousadia com modéstia. Sua pele tinha uma tonalidade típica do oriente médico e seus olhos escuros eram profundos como horizonte.

– Eu sou Samira Fakhry, e serei a dama cerimonial de vocês hoje.

Respondeu a garota se curvando, deixando a todos nós desconfortáveis. Ela parecia ter a mesma idade de Elyon, mas poderia ser mais velha que Killian.

– Por que esse título me parece mais como serva?

Perguntei fazendo um movimento com a mão para que ela levantasse. Killian, Sam e Roman não disseram nada.

– E título de honra, senhorita. Aqueles que usam as vestimentas sagradas são a alta hierarquia da nossa sociedade. Auxiliá-los é um prazer.

Samira respondeu voltando a fazer referência.

– Posições como essa podem te ajudar na ascensão social na comunidade feérica, não é mesmo?

Killian perguntou sério e Samira respondeu com um acenar de cabeça e eu entendi. Se ela fosse bem em sua função hoje receberia elogios e isso provavelmente lhe concederia algum benefício que eventualmente a levaria onde ela queria alcançar.

– Então a primeira coisa que vamos pedir e que pare de nos chamar de senhores e senhoritas, por favor. Nós só vamos precisar de ajuda e muito.

Amora acrescentou olhando ao redor totalmente confusa sem saber o que esperar do festival do Ostara. Nem Lisboa nem Moira tinham aparecido, nem mesmo Even então estávamos completamente sozinhos.

Bruxos&Demônios, vol. IV - Perda&TormentaOnde histórias criam vida. Descubra agora