Capítulo XXX: Quem pode dizer que amou sem ter amado à primeira vista?

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Sébastien

O pobre rapaz perdido em pensamentos experimentava o primeiro dia em semanas aonde seu corpo não parecia querer lutar contra ele, em contrapartida sua mente estava a mil por hora com um único nome se repetindo sem fim. E ele não conseguia parar de pensar. E sendo bem honesto consigo, Sébastien não queria que aquele sentimento desaparecesse, ele só queria entender o que ele realmente significava e o que Lisboa de Albuquerque estava se tornando para dinâmica que existia entre ele, Amora e toda sua vida no geral.

– Bash? BASH!?

Sam gritou acordando Sébastien do seu coma autoinduzido de dúvidas e questionamentos. As aulas já tinham terminado e agora ele só queria tentar entender o que Lisboa havia dito.

– Desculpa, o que foi?

Perguntou se levantando da cama para se sentar nela, vendo a cama de Sam cheia de livros abertos que ele nem tinha visto surgirem da biblioteca.

– Você ao menos ouviu alguma coisa do que eu disse durante a última hora?

Sam perguntou vendo a expressão boba e perdida de Sébastien. Ele mesmo estava tão concentrado em seu plano atual que tinha se desligado do mundo, ao ponto de não perceber que seu melhor amigo estava completamente fora do ar.

– Na verdade não, sinto muito, do que estava falando? E para que são todos esses livros?

Perguntou confuso.

– Eu vou te contar, mas primeiro você vai me dizer porque está assim o dia todo? Tanto você, quanto a Amora parecem estranhos hoje.

Sam acrescentou se voltando na direção dele enquanto se ajeitava na sua cama.

– Eu não sei como dizer isso.

Respondeu ainda mais confuso, mesmo que já tivesse passados mais de vinte quatro horas do ocorrido, nem ele e nem Amora tinham tocado no assunto novamente.

– Pelo amor de tudo que é mais sagrado, só diga.

– Eu acho que estou atraído por outra pessoa.

Respondeu por fim, falando sobre o assunto pela primeira vez, tanto para ele quanto para outra pessoa. Tudo envolto em Lisboa era simplesmente novo, emocionante e assustador.

– Por quem? Quando isso aconteceu? E que você ao menos consegue explicar do que está sentindo?

Sam perguntou deixando seus livros de lado focando totalmente em Sébastien, perplexo e preocupado.

– Pelo Lisboa – respondeu sem rodeios – E eu não sei quando isso aconteceu exatamente. Só sei que estou confuso e acho que Amora sabe disso, mas não tivemos essa conversa, mas eu quero ter. Tudo meio que só se tornou claro nesse final de semana.

– Você está falando do mesmo Lisboa que eu acho que você está falando? O mesmo feérico que estava tentando noivar com a sua namorada alguns meses atrás? A mesma namorada que eu presumo que você ainda tenha interesse em continuar namorando. Isso ignorando o detalhe que é ele um rapaz.

– Sim para todas as perguntas. E eu estou tão confuso quanto você está agora. E não sei bem como explicar todos os detalhes. Eu não percebi de início, acho que me deixei levar sem tomar conta, mas no final de semana ele nos disse que estava interessado em nós dois, e Amora percebeu isso antes de mim até, pois foi ela que o confrontou sobre ele estar dando em cima de mim e obviamente ele não negou. E no princípio eu fiquei sem entender o porquê, o que ele poderia ver em mim se ele poderia ter qualquer um, e isso só me deixou ainda mais confuso, porque eu estava realmente me importando com aquela declaração, e não com o fato que ele também estava interessado na minha namorada, o que deveria ter sido minha primeira reação. Mas no final eu não sei o que pensar sobre tudo isso e nem sequer me ocorreu durante toda minha vida que eu poderia me atrair por um outro cara.

Bruxos&Demônios, vol. IV - Perda&TormentaOnde histórias criam vida. Descubra agora