Capítulo XXVIII: Convergência

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Roman

– Aprender a entender, dominar e fortalecer seu poder é o principal objetivo de um bruxo em seus primeiros anos de aprendizado – disse a professora MiMi Santiago – Contudo na vida sempre haverá limites para o que se pode ser concretizado. Seja por suas próprias limitações ou pelas regras da magia, no fim, não se pode realizar tudo com seu próprio poder e por isso magia de convergência pode ser a resposta para solucionar problemas que estejam acima de suas capacidades individuais.

– Magia colaborativa é sempre um caos, professora.

Javier comentou observando o círculo de conjuração abaixo da professora MiMi, como no misterioso teste do professor Garrett, eles estavam no ginásio de aulas práticas e não na sala que normalmente eram realizadas as aulas de Artes Especializadas.

– Magia de convergência é uma arte complicada, senhor Gatti. Requer mais do que só vontade e a junção de poder. É preciso calcular o que se quer conquistar e o que é necessário para isso. Seu poder precisa estar em equilíbrio com aquele que está realizando o feitiço com você e suas categorias também precisam estar sincronizadas.

– Mas se magia de convergência deveria nos ajudar a realizar coisas que não somos capazes sozinhos, porque ficamos presos a realizar magia com pessoas da nossa própria categoria?

Roman perguntou curioso. Participar das aulas havia se tornado prazeroso novamente, agora que seu cérebro podia simplesmente relaxar e absorver as informações de forma calma e clara. Seu círculo não era mais o mesmo, estava mudando e se tornando algo novo. Como tudo na vida, o Círculo de Sangue estava em constante evolução, aprendendo com seus erros e se tornando algo melhor e maior.

– É uma resposta de sim e não, senhor Leonov-Grant. Vai muito além de suas categorias, mas também tem a ver com seus dons. Entretanto o mais importante de tudo é o objetivo que se quer realizar. Quanto mais equilibrado forem as energias envolvidas, mais fácil e poderoso seu feitiço se tornará.

– Como naturalistas e elementais? Nosso provém do mesmo lugar.

Chris comentou.

– Exatamente, senhor Blanche. Um elemental retira poder dos seis elementos que constroem a vida em nosso planeta. Naturalistas tiram poder das energias da natureza. Um poder que espontaneamente age em sincronia. Mas não quer dizer que todo elemental e todo naturalista terá uma afinidade automática. Mas vamos trabalhar com o que funciona. Então por favor, dê um passo à frente. Você também senhor Leonov-Grant, e senhorita Yorke, por favor junte-se a nós no centro do círculo a qual estou parada.

Respondeu a professora se movendo do lugar que estava para perto dos outros alunos que estavam em pé a observando.

Roman, Chris e Kat a substituíram no centro do círculo de conjuração sem saber exatamente o que fazer. Eles haviam tido aulas

O que vocês podem realizar juntos?, Lexa perguntou.

O que você mais odeia, Killian respondeu sorrindo.

Diga-se de passagem, não diminuiu não a lista, Amora completou cínica levando um olhar torto de Lexa com uma fraca risada de Sébastien.

Calem a boca, Lexa sussurrou por fim.

Era esse tipo de conversa boba e despretensiosa que Roman sentia tanta falta.

– E agora professora, o que nós fazemos?

Kat perguntou confusa, amarrando seus longos cabelos enrolados.

– Eu chegarei lá, minha querida – respondeu alegre voltando sua atenção ao restante dos alunos – Presumo que como bons colegas de classe, todos vocês já devam saber como funcionam os dons de seus colegas, mas somente para relembrar eu darei uma rápida aula. O senhor Leonov-Grant é um atmocinetico, o que significava que ele é capaz de controlar o clima a seu redor ao conectar seu espírito as forças da natureza. Especialmente os elementos da água e do ar. O senhor Blanche é o aerocinetico, e por conta disso pode controlar o ar e tudo nele. Um poder muitas vezes mal compreendido entre os seis elementos. Enquanto a senhorita Yorke possuem a capacidade de controlar descargas elétricas de fontes naturais ou não. Agindo com um condutor para esse poder a todo momento. Sendo incapaz de gerar eletricidade própria, diferente do senhor Leonov-Grant que pode dobrar a realidade para também manipular o clima em ambientes aonde ele não poderia existir naturalmente. Como uma nevasca num deserto árido.

Bruxos&Demônios, vol. IV - Perda&TormentaOnde histórias criam vida. Descubra agora