Pai — Chegaram bem?
Precisam de alguma coisa?
Eu disse aos jornalistas que vocês dois foram viajar, porque precisavam de espaço para treinar longe das câmeras.
Isso vai dar a vocês um pouco de tempo.
Por favor, se precisar de algo, me avise.Grace — Estamos bem.
Obrigada por isso, pai!
Prometo que ligo se precisar de algo.
🤍🤍——————
Número desconhecido — Você me bloqueou?
É sério, Grace, a gente precisa conversar.
Não pode parar de falar comigo desse jeito.
Eu ia pedir você em casamento, tem noção do que é isso?
Vai jogar três anos fora?
Juro, sua irmã não significa nada pra mim.
Foi só uma pedra no caminho.
Amor, por favor, me perdoa!
GRACE??????
Amor, por favor!|Você bloqueou este contato|
——————
Ontem/ 18:45
Greta — Grace????
Grace, me desculpa!!
A culpa foi toda do Edward, eu juro.
Por favor, conversa com o papai.
Faço qualquer coisa por você, irmã, mas fala com o papai.
Ele está com raiva de mim.23:39
Greta — Você foi viajar?????
Tá de brincadeira???
Grace, volta agora e conversa com o papai!!
Você me deve isso.
Ele cortou minha mesada e não está falando comigo!
Grace, pra onde você foi?
??????Hoje/05:55
Greta — Não acredito que você vai continuar me ignorando.
Somos irmãs, merda!
Papai brigou comigo e cortou minha mesada por sua culpa!
Precisa voltar e falar com ele.
GRACE!!!!!!!
???????07:30
Grace — Escolhas e consequências, irmã.
Já ouviu falar na palavra "trabalhar"?
Resolveria a questão da mesada.|Você bloqueou este contato|
Soltei o celular na cama, esfregando minhas mãos no meu rosto, tentando espantar os sentimentos ruins. Acabei de perceber que sou rancorosa, porque bloquear minha irmã está me fazendo sentir muito bem. Não quero 100 mensagens dela. Não quero saber das desculpas ou dela colocando a culpa em mim por seus próprios atos.
Me levantei, deixando Gavin com seu sono pesado. Conhecendo-o bem, sei que ele só vai levantar na hora do almoço, porque dormirmos tarde ontem. Eu também deveria estar dormindo, mas ainda estou em estado de choque para conseguir desligar minha mente por tempo o suficiente.
Me enfiei dentro de roupas quentes, sentindo um cheiro delicioso subir da padaria ali para o apartamento. Minha barriga roncou, me dando a certeza de que eu precisava descer lá e comprar um café da manhã completo. Coloquei minhas botas e desci as escadas, sentindo o vento frio bater contra mim assim que passei pela porta e pisei na neve fofa.
Precisei dar apenas quatro passos para estar na frente das portas da padaria. Ali, o cheiro era ainda melhor. Passei pela porta, subindo o pequeno degrau e encontrando o local praticamente vazio. Eles deveriam ter acabado de abrir pela hora. Havia apenas uma garota de cabelos castanhos volumosos sentada em uma das mesinhas, com um livro aberto. Um rapaz saiu de uma das portas do fundo e deixou um copo fumegante do que parecia chocolate quente na mesa, antes de se abaixar e deixar um beijo na bochecha dela.
—Bom dia! —Ele se virou pra mim, abrindo um sorriso. —Em que posso ajudá-la?
—Ah, bom dia! —Abri um sorriso sem graça, já que tinha sido pega observando os dois. —Meu nome é Grace. Eu e o meu amigo chegamos ontem a noite. Estamos no apartamento aqui de cima.
Apontei para o teto, vendo a expressão dele se iluminar, como se ele soubesse perfeitamente do que eu estava falando.
—Claro, Grace e Gavin, não é? Natan me avisou que vocês iam chegar. —O rapaz caminhou para trás do balcão. —Sou o Pietro, é um prazer. Se precisarem de qualquer coisa, podem me pedir. E também, me avisem caso estivermos incomodando de alguma forma.
—Claro, pode deixar. Gavin deve aparecer aqui mais tarde para conhecer você. —Esfreguei minhas mãos, não conseguindo deixar de notar o quanto o cara era bonito.
—Quer pedir algo? Eu acabei de abrir, então pode demorar uns minutinhos. —Falou, abrindo um sorriso sem graça.
—Tudo bem. Eu espero. Gavin ainda estava desmaiado na cama quando eu saí. —Dei de ombros, vendo ele rir. Pietro sumiu em uma das portas, que eu imaginava ser a cozinha.
Olhei para a padaria ao redor, soltando um suspiro pesado ao sentir meu celular vibrar no bolso. Ignorei as mensagens e caminhei até a porta, querendo observar as ruas cobertas de neve.
—Tá perdida, gracinha? —Olhei para o lado, fazendo uma careta ao ver o homem que caminhava, tropeçando nós próprios pés na rua.
—Pareço perdida? —Gesticulei para a padaria atrás de mim.
—Não precisa ser grossa, eu só queria ajudar. —Ele parou perto de mim, me fazendo dar um passo para trás ao sentir o cheiro de álcool que vinha dele.
Ótimo, um bêbado. Eu devo estar em uma onda de azar.
—Quer dar uma volta? —Indagou, enquanto e pressionava meus lábios, querendo que ele fosse embora logo. —Conheço uns lugares legais na cidade. Minha casa, por exemplo.
—Não, obrigada. —Falei, dando um passo para longe dele e para dentro da padaria de novo.
—Já vai? Fica aqui mais um pouco. A gente acabou de se conhecer, gata. —Murmurou, segurando meu braço, enquanto eu revirava os olhos ao ouvir ele me chamar daquele jeito.
—Me solte! —Mandei, tentando me soltar dele, sentindo ele firmar o aperto e tentar me puxar para si. —Me solte!
—Qual é, só uma voltinha comigo. Não vai arrancar pedaço. Eu não mordo. —Ele veio mais perto e eu senti meu estômago se revirar. —A não ser que você queira.
—Ei, babaca? —Olhei por cima do ombro, ao mesmo tempo que o homem também se virava. —Ela já disse não. Então cai fora!
Olhei para o garoto que não parecia ter mais de 20 anos. Estava todo de preto, usando uma touca na cabeça e segurando a coleira de um labrador, que estava choramingando na perna dele, provavelmente querendo voltar a passear.
Era uma visão um tanto peculiar, já que as roupas pretas davam a ele um tom sério e duro, assim como a expressão irritada ao encarar o homem. Mas ele estava segurando um cachorro enorme que estava choramingando, enquanto suas bochechas estavam rosadas pelo frio, assim como a ponta do nariz. E os olhos. Nossa, eu gostava de observar os olhos das pessoas. E os dele eram lindos, com o tom mais claro de castanho que eu já tinha visto.
Continua...
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Naquele inverno / Vol. 2
Любовные романыGrace Bailey tinha absolutamente tudo que alguém poderia desejar na vida. Um pai amoroso que a enchia de presentes, uma carreira em ascensão como patinadora, o amor incondicional do namorado e um melhor amigo que a apoiava até mesmo nas ideias mais...