Capítulo 49: Obrigado por ser o melhor pai.

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Alfredo

Parei ao lado de Pietro, observando ele abrir o presente. Não vou negar que mesmo depois dos meus amigos elogiarem, eu ainda estava com medo da reação do meu irmão. Eu havia gastado uma grana preta naquilo, desejando que ficasse o mais perfeito possível, porque sabia que meu irmão merecia.

Quando os quatro lados da caixa de presente caíram pro lado, a mini versão da padaria apareceu. Observei o sorriso imenso que se abriu nos lábios de Hermione. Ela já sabia o que era, mas não tinha visto pronto ainda. Meu irmão ficou imóvel, apenas observando. Sua mão tocou a madeira onde a padaria estava fixa e a girou, olhando para cada detalhe.

Meu coração disparou dentro do peito de ansiedade, quanto mais ele demorava para exibir qualquer emoção que fosse do presente. Eu não era o único ansioso ali, nossos amigos também estavam olhando fixamente para meu irmão, aguardando que ele dissesse ou transparecesse alguma coisa.

—Isso está... —Ele suspirou, esfregando as mãos na bochecha, enquanto não tirava os olhos do presente. —Está perfeito, Alfredo. Sério, até mais do que perfeito. —Ele se virou pra mim, enquanto meus ombros caiam de alívio. Não havia notado que estava tão tenso até aquele momento. —É incrível. Não sei o que dizer pra expressar o quanto eu amei. Obrigada. De verdade, obrigada.

Ele me puxou para um abraço, enquanto eu via que todos estavam sorrindo ao nosso redor. Passei meus braços ao redor dele e o abracei com a maior força que conseguia, sentindo cada parte de mim feliz por aquele momento. Por vê-lo feliz.

—Eu só queria te dar algo diferente e único. Sei o quanto tudo isso é importante pra você. —Afirmei, sentindo um nó se formar na minha garganta quando nós afastamos. Mas Pietro continuou ali, olhando pra mim, e eu pra ele. —Você não tem que me agradecer por isso. Na verdade sou eu que tem que agradecer aqui. Não sei o que seria da minha vida se eu não tivesse você. Não estou brincando quando digo que você foi o melhor irmão que eu poderia ter tido. Mas você foi muito mais do que isso, né? —Passei a mão pelas bochechas rapidamente, porque não havia notado que algumas lágrimas estavam escorrendo. —Eu te amo e mesmo tendo certeza que você sabe disso, obrigada por ser o melhor pai que eu poderia ter tido.

Ele soltou uma risada, me puxando para outro abraço apertado. Meus olhos se fecharam com força para conter as lágrimas, mas eu relaxei quando percebi que ele também estava chorando.

—Isso foi tão lindinho! —Ian pegou alguns guardanapos e fingiu estar limpando algumas lágrimas, fazendo todo mundo rir. —É sério, foi realmente emocionante. Alfredo se superou.

Pietro sorriu pra mim e nós nos afastamos, voltando para aquela festa de aniversário. Olhei para onde Grace estava, vendo que ela também estava passando as mãos nas bochechas para sacar as lágrimas. Ela não estava olhando pra mim e não percebeu que eu a estava observando. Ela se afastou, indo até a janela e saindo para a escada de incêndio.

Deixei nossos amigos para trás e fui atrás dela, percebendo que ela não parecia bem. Subi as escadas de incêndio com cuidado, já que os degraus estavam cobertos de neve e muito escorregadios. Cheguei até o terraço e observei ele todo iluminado pelas luzes que cobriam as mini árvore e outras plantas que foram plantadas em vasos por ali. Grace estava do outro lado, escorada no parapeito e olhando para a cidade.

—Ei, cupcake. —Me aproximei dela, a abraçando por trás e deixando um beijo no seu ombro. —O que foi?

—Nada, eu só... —Ela riu, se aconchegando nos meus braços, enquanto secava as lágrimas de novo. —Estou feliz por vocês. Sabe, lá dentro, foi muito fofo o que disse pro seu irmão, mesmo que nós dois já tivéssemos conversado sobre isso. Mas é que... —Ela suspirou, se virando pra mim, parecendo triste. —Não vou mentir pra você, fiquei com inveja... porque sua relação com Pietro é perfeita, Alfredo. Vocês dois são incríveis. Enquanto isso, minha irmã... não sei como exemplificar o tipo de relação que temos. Nem antes e muito menos agora.

—Ah, meu amor, vem aqui. —A abracei apertado, sentindo Grace esconder o rosto na curva do meu pescoço. —Sei que não tem nada que eu possa falar que vá mudar isso, mas não gosto de ver você assim. Você não merecia ter passado por isso. Ninguém merece. Mas quer saber? —Puxei o rosto dela, dando um beijo nas suas bochechas molhadas pelas lágrimas. —Pode não ter uma irmã incrível. Mas você tem o Gavin. Tenho inveja da amizade de vocês dois, ela é perfeita. Você tem o seu pai e ele é incrível. Também tenho um pouco de inveja disso, porque eu não tive a oportunidade de conhecer o meu. E você tem a mim, cupcake. Estarei do seu lado sempre que precisar.

—Por que você é tão perfeito? —Ela choramingou em meio as lágrimas, apertando minhas bochechas. —Não acredito que é meu namorado.

Soltei uma risada, achando ela completamente adorável naquele momento. Puxei seu rosto e juntei nossos lábios, sentindo Grace derreter nos meus braços, grudando o corpo no meu e apertando minha nuca. Meu coração martelou dentro do peito e eu sorri contra os lábios dela, não acreditando que ela era minha namorada. Era perfeita demais pra mim.

—Vamos voltar pra festa. —Beijei a ponta do nariz dela, ajudando-a a enxugar o restante das lágrimas. —E se quiser chorar, não fuja pra ficar sozinha. Pode me procurar, vou estar aqui pra beijar suas lágrimas sempre que precisar e jamais vou julgar você por conta delas.

Ela sorriu, ficando na ponta dos pés e me dando outro beijo. Então se afastou e segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Levei Grace de volta para o apartamento, me sentindo a pessoa mais feliz do mundo naquele momento. Porque todas aquelas pessoas lá dentro eram parte da minha família e eu não poderia desejar coisa melhor.



Continua...

Naquele inverno / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora