Capítulo 31: Uma coisa leva a outra.

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Meu coração estava acelerado a ponto de eu pensar que iria explodir dentro do meu peito. Meu estômago estava cheio de borboletas, enquanto minhas mãos agarravam os ombros dele, chegando até sua nuca e o puxando mais pra mim, aprofundando o beijo. Nossos lábios se tocavam com uma sincronia perfeita, enquanto nossos gostos se misturavam e nós dois sentíamos um pouco mais um do outro.

Alfredo estava me abraçando pela cintura, me apertando contra ele e contra a porta fechada atrás de mim. Não paramos de nós beijar quando ficamos sem ar, porque queríamos aproveitar mais daquilo. Mais um do outro. Os lábios dele eram macios, estavam gelados e tinham um gosto de certeza. Aquele beijo parecia a coisa mais certa que eu já fiz em toda minha vida.

Alfredo se afastou, soltando um suspiro de prazer e abrindo um sorriso. Sorri pra ele também, sentindo seus lábios deslizarem pela minha bochecha, subindo até deixar um beijo na minha têmpora. Isso fez meu coração derreter dentro do peito e eu puxar seu rosto para beija-lo de novo. Alfredo sorriu contra minha boca, abrindo os lábios para receber os meus.

E aquela eletricidade entre nós, aquele imã, parecia a coisa mais certa em toda minha vida. Nós nos abraçamos enquanto nós beijávamos. Se eu soubesse que seria assim teria dito ''sim'' a ele desde a primeira vez. Se eu soubesse que existia alguém como o Alfredo, teria vindo para Aspen encontra-lo muito antes.

—Vou te confessar uma coisa. —Falei, assim que nos afastamos. Alfredo tocou meu rosto, acariciando minhas bochechas com o polegar. —Esse não foi nosso primeiro beijo.

—O que? —Ele ergueu as sobrancelhas, rindo. Não consegui deixar de suspirar aos perceber que seus lábios estavam rosados pelo beijos e suas bochechas coradas.

—No carro, quando estávamos dormindo, acordei antes de você e fiquei te observando dormir. —Umedeci os lábios com a língua, envergonhada apesar dos pesares. —Dei um selinho em você.

—Você... —Ele se afastou, parecendo surpreso. —Não acredito nisso, cupcake. Você me beijou e só me conta essa informação maravilhosa agora?

Soltei uma risada, afundando meu rosto no peito dele, enquanto seus braços me envolviam de forma carinhosa. Por algum tempo só ficamos ali, abraçados, sentindo o perfume e o calor um do outro.

—Acho melhor eu voltar pro quarto e deixar você dormir. —Ele segurou meu rosto e me deu um selinho demorado, enquanto eu pensava no que havia dito.

—Você... não quer ficar aqui? —Indaguei, vendo ele erguer as sobrancelhas. —A cama é bem grande, sabe... e você já me viu de roupas íntimas mesmo. Dormir junto não vai ser nada demais.

—Hm... você vai fazer esse sacrifício de dividir a cama comigo? —Ele me puxou em direção a ela. —Já que insiste tanto, não vou conseguir dizer não.

Ele se deitou, arrumando as cobertas quando me deitei também. Alfredo abriu os braços e me aninhou contra o peito dele, beijando minha testa. Não consegui parar de sorrir com aquilo, porque Alfredo estava tomando conta de tudo muito rápido, de um jeito muito bom.

—Ainda está sem sono? —Indagou, com os lábios tocando minha testa. Balancei a cabeça positivamente. Seria mais difícil ainda dormir com ele ali, porque eu queria aproveitar cada segundo com ele. —Grace, posso te fazer uma pergunta hipotética?

—Adoro suas perguntas hipotéticas. —Afirmei, o fazendo rir. —Manda.

—Então, hipoteticamente falando, você ficaria incomodada em saber que antigamente eu me interessava por homens também? —Indagou, me pegando de surpresa. Ergui os olhos para Alfredo, percebendo que ele estava realmente preocupado com a minha resposta.

—Na verdade, sim, porque agora eu sei que a concorrência é bem maior. —Murmurei, fingindo estar realmente chateada. Alfredo soltou uma risada, me puxando para si e me dando um beijo. —Como assim ''antigamente''?

—Ah... —Ele sorriu, olhando pra mim com as sobrancelhas erguidas de uma forma presunçosa. —Antigamente, porque agora eu só me interesso por você.

Alfredo segurou meu rosto e me beijou de novo, enquanto eu sentia meu coração bater cada vez mais rápido por ele. Nunca tinha sido assim. Gostar de alguém nunca foi ficar transbordada de sentimentos. Mas agora era.

—Não acredito que morei em Nova Iorque por um tempo e não esbarrei em você lá. —Ele balançou a cabeça negativamente. —Vou cuidar tão bem de você, Grace. Isso não é uma promessa. Ser o que você merece é o mínimo que posso fazer.

—Você não pode ficar me dizendo essas coisas. Faz meu coração sentir coisas estranhas. —Afirmei, cutucando a bochecha dele. —Por que você morou em Nova Iorque? Pensei que tinha ido pra Harvard.

—Bom, eu fui. —Ele riu, dando de ombros. —Morei em uma casa de estudantes em Cambridge nos primeiros anos da faculdade. Estava em Nova Iorque a três meses porque havia conseguido um estágio em um escritório de advocacia. Foi por isso que desisti, Grace. Porque vi de perto o que eu ia fazer o resto da vida e odiei.

—Sinto muito. Deve ter sido difícil quando você percebeu que não gostava daquilo. —Falei, vendo ele fitar um ponto escuro do quarto, parecendo pensar longe.

—É, mas não me arrependo nem um pouco. Gosto de como estou agora. —Ele sorriu, beijando a ponta do meu nariz. —E se eu não tivesse desistido, não estaria aqui pra conhecer você, srta. Bailey. Acho que só ganhei com essa decisão.

—Ah, é? —Murmurei, vendo ele rir e esconder o rosto nos meus cabelos.

—Sim, você é mais velha, famosa, ganha muitos prêmios. Vamos nos casar e você vai me bancar. —Afirmou, sem conseguir conter a risada. Isso me fez rir também, porque eu já estava acostumada com as coisas que ele dizia.

—Já está pensando em casamento? —Falei, cutucando o peito dele. —Acabamos de nós beijar.

—E já estamos dormindo na mesma cama. —Ele retrucou, se afastando pra olhar pra mim. —Uma coisa leva a outra, cupcake.

—Sei. É claro. —Ironizei, soltando um gritinho de surpresa quando ele mordeu minha bochecha e riu.

Alfredo me encheu de beijos, me aninhando mais entre seus braços. Ficamos conversando até eu pegar no sono, dormindo segura e feliz.


Continua...
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Naquele inverno / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora