Pietro estava escorado do lado de fora do carro esperando por nós quando saímos do shopping e fomos para o estacionamento. O semblante de Hermione se iluminou ao vê-lo ali e ela logo foi até ele, recebendo um sorriso enorme do namorado.
—Ei, tudo bem? —Ele a abraçou, beijando o topo da cabeça de Hermione quando ela escondeu o rosto no peito dele, parecendo tímida.
Olhei para Gavin, que parecia alheio a qualquer coisa, já que ele não havia presenciado aquele encontro desagradável e eu também não havia contato pra ele, porque não queria tocar no assunto na frente de Hermione. Voltei a olhar para os dois, observando o quando Pietro era carinhoso com ela, como se ela fosse a coisa mais importante da sua vida. Não consigo entender como alguém como ele e como Alfredo, foram ter uma mãe como aquela.
—Esses aqui são dela. —Gavin entregou as sacolas que eram de Hermione para Alfredo, sorrindo como se as compras fossem dele.
—Obrigada. Eu me diverti bastante. —Hermione afirmou, abrindo um sorriso pequeno que deixava claro que ela não estava sendo totalmente sincera. Ela estava se divertindo, antes de encontrar a mãe do namorado.
—Vocês vem com a gente? —Pietro indagou, colocando as compras no banco de trás. —Alfredo disse que vocês vão jantar lá em casa.
—Eu vim com o carro do Ian. —Gavin ergueu as chaves. —Vamos passar no apartamento e depois vamos pra sua casa.
Gavin me abraçou de lado enquanto obsedávamos o carro ir embora, ao mesmo tempo que íamos até onde o carro de Ian estava. Não consegui deixar de pensar em o quanto aquela tarde estava sendo incrível e em um piscar de olhos simplesmente virou nada.
Definitivamente, agora eu entendo porque Alfredo disse que não ama a própria mãe. Ele e Pietro mereciam mais. Assim como Hermione não merecia ter ouvido aquilo.
[...]
Abri a porta do apartamento, encontrando Alfredo escorado no batente da porta com uma expressão tranquila e um pouco cansada também. Ele abriu um sorriso assim que seus olhos encontraram os meus, inclinando o rosto pra frente e me dando um beijo.
—Boa noite, cupcake. —Murmurou, me fazendo rir.
—Não precisava vir me buscar. Gavin só ia até o apartamento do Ian e nós já íamos pra sua casa. —Falei, vendo ele balançar a cabeça negativamente e me abraçar pela cintura.
—Eu gosto de vir buscar você. Me dá alguns minutos a mais na sua presença. —Afirmou, fazendo meu coração disparar dentro do peito quando me abraçou, deixando um beijo demorado na minha têmpora. —Você está com uma carinha estranha.
—Você parece cansado. —Falei, já que ele estava falando sobre a minha aparência.
—Eu estou cansado. O dia foi... sei lá. —Ele deu de ombros, se afastando pra olhar pro meu rosto. —Como foi no shopping? Pensei que a Hermione ia chegar animada em casa. Mas estava tão silenciosa quando normalmente.
Mordi o lábio, sentindo meu coração se apertar só com a menção daquilo. Sabia muito bem porque Hermione não estava feliz. Olhei para Alfredo com os ombros encolhidos, pensando no que Hermione me pediu. Não contar para o Pietro, mas ela não citou o Alfredo. E sinceramente, não quero começar algo com Alfredo escondendo algo dele, até porque eu conheci a mãe dele.
—A gente encontrou sua mãe no shopping, Alfredo. —Falei, vendo ele fechar os olhos com força, se afastando de mim para se escorar no batente da porta, esfregando a testa como se soubesse que algo havia acontecido. Alfredo suspirou, com os ombros tensos antes de abrir os olhos e me encarar.
—Ela fez merda, não é? —Indagou retoricamente, sabendo que a resposta seria sim. —Grace, eu a odeio. Eu a odeio tanto que você nem faz ideia. Não preciso saber o que ela fez ou disse pra saber que vou querer mata-la por isso.
—Hermione pediu pra eu não contar pro Pietro. Mas... acho que não posso não contar pra você. —Afirmei, percebendo que Alfredo parecia muito mais cansado agora do que antes.
—Ela te tratou mal? —Indagou, e eu balancei a cabeça negativamente. —Não sei se fico feliz com isso ou ofendido por ela ser assim com a Hermione. —Alfredo segurou minha mão, indicando com a cabeça que fossemos para o carro. —Vamos, Pietro já deve estar com o jantar pronto.
—Você vai contar pra ele? —Indaguei, sabendo que Hermione ficaria chateada comigo por isso.
—Não vamos pensar na minha mãe agora, Grace. —Pediu, enquanto eu fechava a porta do apartamento e o seguia para fora do prédio, até o carro. —Só quero terminar a noite jantando com as pessoas que eu gosto, ao lado da minha garota.
Abri um sorriso, abraçando Alfredo quando ele abriu a porta do carro pra mim. Ele soltou uma risada e se virou pra mim, segurando meu rosto entre as mãos e juntando nossos lábios. Esqueci completamente de toda situação ruim de antes, sentindo apenas a sensação reconfortante de ficar com ele.
—Com licença. —Alfredo se afastou de mim e nós dois nos viramos para a garota que parecia ter uns 15 anos, que estava se aproximando de nós dois junto com uma mulher mais velha que provavelmente era sua mãe. —Será que eu... poderia tirar uma foto? Eu sou uma grande fã sua.
—Ah... —Soltei uma risada, vendo Alfredo sorrir e piscar pra mim. —É claro.
A garota soltou um gritinho animado e entregou o celular pra mãe, vindo para o meu lado. Alfredo fez menção de se afastar, mas a garota olhou pra ele um pouco envergonhada.
—Eu queria a foto com os dois. —Murmurou, fazendo Alfredo erguer as sobrancelhas, um pouco surpreso.
—Eu não sou o parceiro dela. —Alfredo afirmou, abrindo um sorriso pra garota. Ela se derreteu com aquele sorriso, ficando ainda mais corada.
—Eu sei. Você é o namorado. —A garota veio para o meio de nós dois, sem perceber o que havia feito com Alfredo ao dizer aquela frase. Ele abriu um sorriso enorme e me olhou todo presunçoso, como se tivesse acabado de ganhar na loteria.
Olhei para a mãe da garota que estava com o celular virado na nossa direção, enquanto eu e Alfredo abraçávamos a menina de lado e sorriamos pra foto. Eu já havia feito aquilo milhares de vezes. Com Gavin e sozinha. Eu odiava os jornalistas, mas amava a maioria dos fãs.
—Obrigada. —A garota se virou pra mim com um sorriso enorme. —Eu faço patinação artística também. Espero ser como você um dia.
—Tenho certeza que consegue ser muito melhor que eu. —Sorri pra ela, vendo o quanto ela estava feliz ao pegar o celular e observar a foto. Ela olhou pra mim e depois para Alfredo.
—Você fez uma escolha muito boa. Ele é muito mais bonito que o outro.
Soltei uma risada, vendo a garota se afastar com a mãe. Me virei para Alfredo, que estava escorado no carro com os braços cruzados e o queixo erguido.
—Viu só, cupcake, eu estou famoso. —Afirmou, me fazendo rir e balançar a cabeça negativamente. —E eu concordo com ela, você fez uma excelente escolha ficando comigo. Sou o sinônimo de perfeição.
—Seu metido. —Exclamei, o empurrando e entrando no carro enquanto ouvia ele gargalhar.
Continua...
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Naquele inverno / Vol. 2
RomanceGrace Bailey tinha absolutamente tudo que alguém poderia desejar na vida. Um pai amoroso que a enchia de presentes, uma carreira em ascensão como patinadora, o amor incondicional do namorado e um melhor amigo que a apoiava até mesmo nas ideias mais...