Capítulo 45: Ainda somos amigas?

1.7K 264 48
                                    

Mordi o lábio e olhei a hora, batendo meu pé sem parar no chão enquanto olhava para as portas de vidro do aeroporto, aguardando que meu pai aparecesse. Não sei ao certo onde Greta esta, mas fico feliz por não encontrá-la ali. Não queria encontrá-la de novo depois de ter visto ela indo atrás de Alfredo.

Abri um sorriso quando meu pai apareceu, puxando sua mala com uma expressão cansada e séria. Ele sorriu assim que me viu e eu fui em direção a ele, percebendo que estava com mais saudades do que imaginava. Mal podia esperar para apresentá-lo a Alfredo. Tinha certeza que eles se dariam bem.

—Pai! —Ele me abraçou de volta, enquanto eu sentia que todos os problemas não existiam mais. —Senti sua falta.

—Eu também, querida. Como estão as coisas? Cadê o Gavin? Achei que viria com você. —Afirmou, me fazendo morder o lábio enquanto me afastava dele.

—Ele está com o namorado. —Falei, tombando a cabeça de lado e dando de ombros quando meu pai ergueu as sobrancelhas. —Mas vamos jantar todos juntos hoje. Estou ansiosa pra te apresentar o Alfredo.

—Bom, tenho certeza que é um excelente rapaz pelo que me disse. —Meu pai puxou a mala enquanto saiamos do aeroporto. —Sinto muito por sua irmã e o Ed terem aparecido aqui. Vou conversar com ela e...

—Pai, está tudo bem. —Abri um sorriso pra ele, não deixando que o mesmo prosseguisse. —Não vamos falar sobre isso. Vamos pro hotel, tenho certeza que o senhor está cansado e quer dormir um pouco.

Ele concordou com a cabeça, apesar de parecer tenso e cansado, me seguiu até a saída do aeroporto.

[...]

Olhei pra Hermione, percebendo que ela estava me evitando mais do que o normal. Seus olhos estavam em todos os lugares, menos em mim. Isso me fez suspirar, porque eu sabia que Pietro já havia conversado com ela sobre a mãe e ela sabia que eu havia quebrado minha promessa. Ou quase isso.

—Hermione? —Ela estava pegando algumas taças no armário, mas parou e olhou pra mim. —Sinto muito. Mas eu realmente achei que ele deveria saber.

—Mas eu pedi pra não contar. —Ela comprimiu os lábios. —Agora a relação com a mãe dele acabou de vez.

—Você me disse pra não contar pro Pietro, mas não me disse que não podia contar pro Alfredo. —Afirmei, vendo ela abrir a boca para rebater, mas parar e corar quando percebeu que tinha perdido essa. —A culpa não é sua por a relação deles acabar. Hermione, eu vi como ela falou com você e como ela é. Alfredo já me contou sobre a vida dele também. Sei que ela foi uma mãe de merda para os dois. Se a coisa desandou de vez, a culpa é somente dela por ser uma péssima mãe e não sua. Você é só a namorada dele. Não deveria se preocupar com uma pessoa que te trata mal.

—Eu só não gosto de ficar desejando mal para as pessoas e de atrapalhar. —Ela deu de ombros. —Estou acostumada com isso.

—Mas a culpa não foi sua e você nunca atrapalha. —Olhei para a sala, vendo meu pai sentado no sofá conversando com Alfredo e Pietro. Ele havia gostado muito dos dois e parecia muito feliz por ver que eu havia encontrado alguém legal. —Tenho certeza que Pietro jamais pensaria que você atrapalha a vida dele. Vejo como ele olha pra você. É a coisa mais importante da vida dele. —Olhei pra ela de novo, vendo seus ombros caídos e a testa franzida. —Me desculpa, de verdade.

—Tudo bem.

—Ainda somos amigas? —Indaguei, vendo ela olhar pra mim e corar mais ainda. —Porque eu queria sair pra fazer compras de novo.

—Somos amigas ainda. —Ela riu, com aquelas covinhas aparecendo nas bochechas. —Mas tem que chamar o Gavin.

—Ele iria aparecer lá mesmo sem ser chamado. —Afirmei, soltando uma risada quando Hermione riu mais ainda, parecendo saber que eu estava falando sério.

—Do que minhas garotas estão rindo? —Alfredo veio pra cozinha, olhando pra nós com as sobrancelhas erguidas.

—Nada demais, sr. curioso. —Ele beijou a ponta do meu nariz e me abraçou, com um sorriso muito grande nos lábios, enquanto Hermione se afastava da cozinha.

—Seu pai parece cansado. Já está tarde e ele quer ir embora. Você vai ficar com ele no hotel ou...

—Eu quero dormir aqui. —Afirmei, escondendo meu rosto na curva do meu pescoço. —Sua cama é muito confortável.

—Eu sei... A cama, né? —Ele piscou pra mim, me fazendo olhá-lo de forma inocente. —Vamos levar seu pai pro hotel então. Podemos voltar e assistir um filme juntos antes de dormir.

—Gosto da ideia. —Observei o rosto dele, lembrando de como ele havia dito que me amava mais cedo. Parecia que meu coração ia explodir. Não sai daquele escritório depois daquilo, porque Alfredo não conseguia tirar as mãos de mim e parar de me beijar. E eu nem queria que fizesse isso.

—Você vai voltar pra Nova Iorque com ele? —Indagou, parecendo um pouco receoso. —Sei que vai embora em algum momento, só não quero que seja tão rápido assim. Preciso me preparar para o baque.

Acabei rindo daquilo, porque a expressão dele estava muito fofa naquele momento.

—Não vou embora com ele. Meu pai pretende voltar em dois dias. E... —Dessa vez eu beijei a ponta do nariz dele e sussurrei. —Temos o aniversário do seu irmão. Então você vai ter que dividir sua cama comigo por mais alguns dias.

—Se eu abrir um espaço no meu armário para suas roupas, você ficaria pra sempre? —Indagou, me fazendo soltar uma risada e apertar as bochechas dele. Alfredo deu de ombros. —Não custa tentar, certo?

—Não vamos parar de nós ver. Nem mesmo quando eu for embora. —Afirmei, observando os olhos dele que estavam iluminados.

—É claro que não, cupcake. Você me deu uma chance e eu não vou dispersa-la. —Declarou, abrindo um sorriso com o canto dos lábios. —Já estou pensando no pedido de casamento. Então saiba que você não vai se livrar de mim nunca mais.

Meu coração acelerou e minhas bochechas doeram de tanto que eu estava sorrindo. Não me importei se não estávamos sozinhos e se meu pai estava na sala, segurei o rosto de Alfredo e o beijei, querendo que ele soubesse que eu diria sim a ele para qualquer pedido, em qualquer dia e hora.


Continua...

Naquele inverno / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora