Capítulo 35: Programa de garotas.

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Alfredo estacionou o carro na frente da floricultura, olhando lá pra dentro por alguns segundos antes de se virar pra mim e sorrir. Eu havia acabado de sair do meu treino diário com Gavin, que Alfredo realmente foi assistir como prometido.

—Quando vocês terminarem sua noite de garotas, avise, está bem? Eu vou estar em aula, mas o Pietro vai buscar vocês. —Falou, tocando minha bochecha quando se inclinou e me deu um beijo.

—Tudo bem. Pode deixar, vou devolver Hermione inteira pro seu irmão. —Afirmei, fazendo ele rir e balançar a cabeça.

—Eu sei que você já sabe, mas... não leva ela pra nenhum lugar muito cheio, tá? Ela não fica confortável nesses lugares. —Ele indicou a floricultura. —E sem música alta ou luzes demais.

—Vamos em um shopping, Alfredo, não em uma boate. —Falei, soltando uma risada e apertando as bochechas dele. —Eu não vou levar ela em nenhum lugar que ela não queira. Você está parecendo um pai preocupado com a filha. E a Hermione é bem grandinha já.

—Eu sei. —Ele suspirou  e riu. —Vou deixar você ir. Qualquer coisa avise, okay?

Alfredo me deu um último beijo e me deixou descer do carro. Entrei na floricultura, vendo Hermione montando um buque de flores. Ela sorriu de forma tímida assim que me viu, ficando com as bochechas coradas de uma forma fofa.

—Oi, Grace. Eu já estou terminando aqui. —Indicou o buquê. —Alfredo veio deixar você?

—Sim, ele tinha ido assistir o meu treino de novo. —Abri um sorriso e indiquei a caixa de donuts sobre o balcão. —Presente do Pietro?

—Ah, sim... —Ela sorriu e ficou ainda mais corada. —Ele me manda alguma coisa todos os dias.

Hermione pegou o post-it que estava colado na caixa, com algum recado de Pietro, e caminhou até a parede atrás do balcão, que estava coberta de post-its por cada canto, e o colou lá junto com os outros.

—Todos são recados de Pietro? —Indaguei, me lembrando do quarto que entrei por engano no apartamento deles, que também estava repleto de post-its. Agora eu sabia que era o quarto dela com Pietro.

—A maioria, sim. Outros são só... —Ela deu de ombros, desviando a atenção de mim como se estivesse envergonhada. —Vou pegar minha bolsa lá atrás. Só um minuto.

Hermione sumiu atrás de uma porta, enquanto eu olhava para a parede cheia de papeis. Abri um sorriso e puxei o bloco de post-it que havia sobre o balcão, pegando uma caneta e anotando um recado ali, junto com um coração.

Assim que Hermione passou pela porta, estendi o papel a ela, que o olhou um pouco confusa, antes de segura-lo e abrir o maior sorriso que eu já havia visto ela abrir. Hermione ficou muito vermelha, mas olhou pra mim e sorriu.

—Obrigada, Grace. —Ela sorriu tanto, que deixou a mostra duas covinhas nas bochechas. —Você também é uma garota incrível. Quem sabe um dia a gente não faça parte da mesma família? Alfredo teve muita sorte em conhece-la.

Hermione foi até a parede e colou o post-it que eu havia lhe dado lá. Eu ainda estava pensando no que ela havia acabado de dizer. Hermione estava completamente errada, porque foi eu quem tive muita sorte de conhecer Alfredo. E seria maravilhoso fazer parte dessa família deles.

[...]

Hermione estava olhando para as lojas no shopping e para as pessoas ao nosso redor como se estivesse sido levada para uma realidade alternativa. Mas ela não parecia desconfortável, o que me deixou aliviada. Carreguei ela para todas as lojas que pareciam ter algo que combinasse com ela, ajudando-a a escolher as peças e a provar cada uma delas.

Naquele inverno / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora