Ouço batidas na porta do quarto e peço que entrem.
— Oi, me chamo Lorena e sou amiga do Kadu.
— Oi... Kadu é um exagerado, não precisava te ocupar.
— Precisava sim, seu tombo foi feio!
— Como assim, você viu?
— Quem não viu? Ela fala rindo. — O morro todo viu, até filmaram.
— Meu Deus! Que vergonha...
— Se acostuma por que aqui é assim mesmo, todo mundo sabe de tudo.
Ficamos conversando por um bom tempo e eu adorei a companhia da Lorena ela me convidou para ir ao baile quando eu melhorar, até me mostrou a quadra pela janela do quarto que estou, já que a quadra fica de frente.
Depois de trocarmos telefone ela foi embora, ela fez comida pra mim, me ajudou com o banho já que estou ficando tonta ainda e deu um jeito na casa que estava toda empoeirada. Eu já estava cansada de ficar na cama o tempo todo então resolvi me levantar de vagar e caminhar até a sala, lá tinha uma tv enorme então resolvi liga-la e vê o que estava dando. Depois de assistir umas séries que amo como: New Aminsterdan e chicago Med acabei pegando no sono mais fui despertada por alguém me sacudindo.
— Ei pirralha... Vai para o quarto, aqui não é lugar de dormir não!
Abro meus olhos lentamente e me deparo com olhos cor de mel me encarando, boca vermelha e carnuda em um leve formato de coração e cabelos pretos molhados, pronto! Ricardo me achou e eu morri e vim parar no paraíso... Esse foi meu pensamento até eu entender que ele me chamava “pirralha”!
— Eu tenho nome tah!!! Me levanto rápido do sofá com raiva mais quase caio por causa da tonteira.
— Ei... Calma aí pirralha, você ainda está fraca não pode fazer esforços.
Ele me segura firme e impedindo que eu me espatife no chão, respiro fundo tentando voltar a enxergar já que a tonteira foi tão grande que nesse exato momento estou vendo estrelas.
Percebendo que realmente não estou nada bem, Lyon me pega no colo e me leva até o quarto, respiro e inspiro várias vezes tentando voltar ao normal mas ainda não estou bem.
Lyon vai até a cozinha e volta com um copo de água e estica o braço para que eu pegue.
— Bebe um pouco aí, pra vê se melhora. Aceito de imediato e depois de alguns goles começo a me sentir melhor.
Observando cada movimento dele, vejo ele se sentando em uma poltrona próximo a minha cama, pisco os olhos várias vezes tentando entender do por que dele sentar ali.
— Você vai ficar aí? Pergunto logo.
— Qual o problema? Ele responde olhando para o celular dele.
— Problema que eu vou dormir! Retruco.
— Dorme ué!!!
— Lyon seu nome neh? Ele assente. — Então Lyon, eu sei que a casa é sua e você fica aonde quiser e eu prometo que logo logo eu estarei deixando sua casa, mas eu preciso dormir e sozinha.
— Oh pirralha, você acabou de passar mal e eu não vou deixar você sozinha aqui, se você tiver um piripaque meu irmão vai achar que a porra da culpa foi minha então eu vou ficar aqui até eu achar que você está melhor! Suas palavras saíram rápidas.
Bufo com o discurso dele e acabo me deitando, me cubro por completa e me viro de costa para ele. Não demora muito e acabo pegando no sono.
“Hoje o dia na faculdade foi bem cansativo, estava saindo da sala conversando com Patrícia minha nova amiga da faculdade.
— Precisamos marcar um happy hour com o pessoal aqui da turma. Diz Paty.
— Vamos marcar sim, deixa eu ir se não perco o ônibus.
Dei um beijo nela e parti para o ponto, não demora nem cinco minutos e vejo o meu ônibus no final da rua mas antes que ele se aproximasse de mim um carro todo preto para na minha frente e dois caras encapuzados sai de dentro dele. Eu em um pensamento rápido dou as costas a eles e começo a correr, quanto mais eu corro mais minhas pernas vão ficando fracas e quando olho para trás pra vê se eles ainda estão vindo trombo com alguém a minha frente, que me agarra com força e eu começo a gritar...”
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Complexo de Israel ( Morro)
RomanceMaria Júlia García é uma menina de 17 anos que está terminando seu ensino médio, menina tão inteligente que já foi aprovada em duas faculdades para cursar medicina, mas não se enganem achando que a vida dela é fácil, nada na vida de Majú é fácil. De...