capítulo 18

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Majú...

Pior que quase morrer enforcada é ser rejeitada, agora sim minha vida vai seguir em frente, ele não me quer e hoje deixou isso totalmente claro, suas crises de ciúmes não tem nada a ver com paixão e sim com um sentimento de irmão e carinho e eu sempre confundindo tudo, que burra quê eu sou.

Chego em casa e vou deitar dormir, não me dou ao trabalho nem de tomar um banho ou trocar de roupa, me deitei na cama encolhida e dormi segurando o choro.

Acordo por volta das 10 da manhã e vou direto pro banho, depois de estar apresentável vou para a cozinha e dou de cara com Lorena.

— Chegou que horas? Pergunto abrindo a geladeira e pegando o suco.

— Cheguei 6 da manhã, nem dormi direito preocupada com você já que Lyon não deixou eu subir o morro ontem. Mas quando cheguei em casa hoje e te vi dormindo fiquei mais tranquila, mas nem tanto.

— Por que nem tanto? Eu estou bem, estou viva! Digo sem ânimo.

— O que aconteceu? Você dormiu de biquíni, nem banho tomou.

— Ele fez aquele show todo, para no final me rejeitar novamente.

— E essa marca no pescoço?

— Se não fosse Kadu ligar na hora acho que ele teria me matado, mas deixa isso pra lá, ele já deixou claro que posso seguir minha vida.

— E você acredita? Lorena está assustada.

— Qual opção eu tenho Lorena? Se eu sair do morro Ricardo me mata, se eu ficar pelo menos tenho a chance de viver.

— Precisamos contar tudo pro Kadu ele vai te proteger.

— Não vamos contar nada pro Kadu Lorena, eu já resolvi tudo com o Lyon e assim que ele resolver a situação com Ricardo eu vou embora daqui!

— Como assim, ir embora daqui? Surtou?

— Vamos deixar esse assunto pra lá e vamos falar de vc. Ela me olha com uma sobrancelha levantada.

— Quê que tem eu?

— Você e Kadu estão namorando?

— Não temos rótulo, estamos nos curtindo e vamos vê o que vai dá.

— Ok... Vocês são modernos demais pra mim. Rimos.

*

A semana passou e o grande dia chegou, dia que inicia meu curso de medicina, estou mega ansiosa.

Acordo cedo me arrumo toda e vou tomar meu café da manhã, Lorena está na cozinha me esperando, ela acordou cedo para me desejar boa sorte.

Antes de sair de casa paro de frente para as coisas que Lyon me deu e fico me perguntando se uso ou não uso aquilo tudo, meu orgulho diz para eu não usar, não quero nada que venha dele, mas o meu medo é maior então coloco o smartwatch no pulso, a Taser na bolsa e a faca na lateral do tênis como ele disse , sigo meu caminho.

Da comunidade até a universidade são aproximadamente 40 min de ônibus isso se não tiver engarrafamento na avenida Brasil, chego na facul e já vou me enturmando com a galera.

De cara já fiz amizade com Marina que tem 22 anos e mora no Leblon, lógico que ainda não contei pra ela aonde moro, mas cedo ou tarde terei que contar.

A aula hoje foi legal e conseguiu tirar um pouco da minha ansiedade, agora é hora de voltar pra casa. No portão da faculdade me despeço da galera e quando me preparo para ir pro ponto de ônibus dou de cara com o carro de Lyon do outro lado da rua, respiro fundo e me pergunto internamente o que ele faz aqui?

Complexo de Israel ( Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora