Capítulo 81

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Lyon...

Minha vontade era largar tudo aqui e invadir aquele hospital só pra ter certeza que ela estava bem, mais não fui! Não fui por que se eu batesse de frente com aquele filho da puta eu ia matar ele com certeza e isso ia prejudicar a Majú e o Kadu.

Mesmo ela querendo me parecer bem, pela postura e pelo dedo do meio que me enviou eu podia vê em seu olhar o quanto ela estava cansada dessa porra toda, seu olhar estava fundo com olheiras, ela estava mais magra e ainda pra piorar tudo a cabeça enfaixada... Ali eu decidi deixá-la em paz, vai doer, eu vou sofrer, mais é o melhor pra ela!

Olho a foto dela pela última vez e resolvo apagar tudo que me lembrava ela, apaguei o número dela, ok que eu sei de cabeça mais mesmo assim apaguei. Apaguei as mensagens, todas as fotos que tiramos juntos, com exceção de uma... A do dia do aniversário dela, ela estava na casa do kadu, não estávamos juntos ainda mais eu amo aquela foto, ela postou no Instagram dela e ela estava de biquíni contra a luz do sol, linda! Salvei em uma pasta secreta.

Subi as escadas de casa com um saco preto nas mãos e fui colocando dentro tudo que era dela, tudo que ela havia deixado aqui quando fugiu, roupas, sapatos, peças íntimas e eu estava igual um pervertido com uma calcinha preta dela minúscula nas mãos cheirando, a calcinha não era minúscula por que era sexy ou indecente, era minúscula por que ela era pequena então tudo dela era minúsculo.

Peguei seus perfumes, acessórios, maquiagens e vou colocando com cuidado dentro do saco. Quando finalizo, estou sentado em minha cama com sua escova de dente me decidindo o que já estava decidido, se é isso mesmo que eu quero?

Pego um papel e resolvo escrever um bilhete e colocar no meio das coisas dela.

“A decisão mais difícil da minha vida até hoje está sendo essa, abrir mão de você! Eu sou tão babaca que não soube dar valor a mulher incrível que eu tive ao lado, mas já era, perdi. Existe amor que não foi feito pra ser vivido e sim sentido e porra dói pra caralho saber que esse talvez seja o nosso caso. Só fica bem tah, e saiba que estarei sempre aqui para o que você precisar minha eterna pirralha.

Te amei, te amo e sempre te amarei...”
                               D.B

Passo um rádio para memeu e peço a ele para pedir um dos meninos para entregar essas coisas no apartamento da Majú, termino a faxina que Kadu havia começado e o xingo por que poderíamos ter contratado alguém para fazer isso mais ele não quis e agora estou sozinho.


**

Minha vida voltou ao normal, a favela está a todo vapor... Estamos próximo das festas de fim de ano e já tenho tudo esquematizado na mente, natal será na casa de Kadu e ano novo estamos organizando uma big festa na quadra.

— Fael, tú já fechou com o DJ ? Estou em minha sala acertando os últimos detalhes com ele das festas.

— Tudo agilizado Lyon, DJ, cantores, bebidas... Tudo no esquema já.

Nesse momento entra samurai na minha sala e eu paro de conversar com Fael para lhe dar mais atenção.

— E aí samurai, os pela saco pagaram o que deviam? Já tem dias que mando meus homens irem cobrar um pessoalzinho daqui do morro mais eles só enrolam pra pagar.

— Chefe... Ele coça a cabeça. — Geral pagou, mais o Vitinho dos bancários pediu mais um prazo.

— Vocês quebraram ele neh? Pergunto levantando uma sobrancelha em sinal de questionamento.

— Pow chefe, matamos não! Achei melhor falar com o senhor primeiro já que Vitinho é irmão da Camila.

— E eu, o que tenho a vê com isso?

— É que eu pensei... Nem deixo terminar, me levanto, coloco minha arma na cintura e já vou logo dando ordem.

— Quero que tú venha comigo e quero que chame os bundões que tú ficou encarregado de treinar, vou ensinar como se faz!

Trepo na minha moto e parto pra casa de Camila, assim que paro a moto Camila já vem pra cima.

— Me procurando? Ela estava no portão provavelmente fazendo fofoca da vida de alguém com as amigas.

— Não! Desde quando venho atrás de você? Hoje quero falar com seu irmão!

Nessa hora ela já muda sua feição, ela sabe que quando vou atrás de alguém é pra dá o fim nele, então Camila se posiciona na minha frente como se fosse conseguir me impedir de sair dali e começa a chorar.

— Por favor Lyon, por favor! Eu só tenho ele de família... Não dou importância ao que ela está dizendo e faço sinal com a cabeça para samurai ir atrás dele. — Lyon me ouve, por tudo que temos...

— Tudo que temos? Rio... — Se orienta Camila, nós não temos nada! Nunca tivemos, nosso lance sempre foi sexo e pra falar a verdade eu já estou enjoado do seu, agora saia da minha frente antes que eu te machuque! Falo encarando ela.

Ela sai da minha frente e já vejo samurai saindo do bloco dela com o viciado na mão.

— Lyon, por favor, eu lhe imploro... Por favor! Ela grita.

Tiro minha Glock da cintura aponto para o viciado que já está de joelhos no meio da rua chorando igual criança, olho para os vapores que foram convocados por samurai e digo:

— Quando eu der uma ordem, cumpram! Hoje eu vim mostrar como se faz pessoalmente, da próxima vez que eu mandar e vocês não cumprirem, no lugar do viciado quem morrerá são vocês!!!

Pow, pow,pow... Dou três tiros na cabeça do otário.

— Nãoooooooo. Camila grita e corre abraçando o irmão já sem vida.

— Deixem ela se despedir do irmão depois providenciem o sepultamento, eu pago!

Dou as costa e saio dali voltando para minha sala, Fael ainda estava lá.

— Que loucura Lyon... Fael me encara.

— Loucura é dever a boca e não pagar! Ele rir sacudindo a cabeça. — Cara, com essa confusão toda tú nem me contou, como anda seu lance com a doida do asfalto? Mudo logo de assunto.

— Aquela porra é maluca, quer exclusividade e se eu disser não, mete o pé na minha bunda...

— E tú deixou ela te por cabresto? Falo rindo.

— Fazer o que Lyon, sou amarradão na mandada. Por enquanto tô na linha. Diz rindo.

Complexo de Israel ( Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora