A semana passou rápido e nesses dias recebi várias visitas, Kadu e Lôh tiveram aqui. Marina só vive aqui, já que fazemos faculdade juntas fica mais fácil ela aqui comigo.
Cada dia que passava meu nervoso ficava maior por que o dia final do prazo de Lyon estava chegando, no fundo no fundo eu queria estar com ele, eu morria de saudades daquele imbecil mais ao mesmo tempo meu orgulho dizia que ele não merecia a segunda chance.
Droga de sentimento! Não sei o que fazer...
O grande dia chegou e eu resolvi esperar, se realmente ele me ama como diz ele virá me buscar caso contrário eu permaneço aqui mesmo e vida que segue. Lógico que eu estava com o coração na mão, se ele não vier me buscar acho que vou sofrer mais que se fosse traída.
Meu dia segue normal, faculdade, casa, almoço, estudar mais um pouco em casa, série, jantar e nada de Lyon aparecer... Uma hora da manhã e nada dele, duas, três... Dormi por volta das 3:40 depois que peguei meu celular e entrei no whatsapp dele e vi ele online. Acorde as 10 hs da manhã do sábado com aquela sensação de vazio, ele não veio e aí a ficha caiu... Ele não me ama!
Passei o dia no quarto chorando, não tomei café da manhã, não almocei e não lanchei... Mais uma vez a dor da rejeição me dominava, com essa depre toda adivinhem o que aconteceu? Isso mesmo, minha glicemia baixou de mais e acabei desmaiando quando fui tentar ir ao banheiro. Acordei na cama com Marina do meu lado com uma seringa na mão.
— O que aconteceu? Pergunto olhando a cara dela de brava.
— Aconteceu que você pelo jeito não se alimentou o dia todo por que não tem uma panela suja na cozinha e sua glicemia baixou, te achei desmaiada no chão do banheiro com esse corte na testa. Coloco a mão e sinto doer. — Por que não comeu, andou chorando?
— Ele disse que se eu não voltasse ontem ele viria me buscar e não veio Marina. Digo chorando.
— Vi fotos dele com Camila em um baile numa comunidade ontem... Só tô te contando por que acho que você deve esquecer ele de vez Majú, Lyon não é homem pra você, assim como Fael não é pra mim, temos que seguir.
— Mais como consigo tirar ele daqui! Aponto pro coração. — Ficando em outra coisa ou em outra pessoa, como por exemplo Gabriel.
— Gabriel não quer saber de mim Marina, desde o lance do pagode não falo com ele.
— Então se prepara que ele está vindo aqui.
— Ou? Como assim? Vem fazer o que aqui?
— Ué, eu te encontrei caída no chão do banheiro desmaiada e com um corte na testa, queria que eu ligasse pra quem, Lyon?
— Não! Claro que não!
— Então! Se eu ligasse para Kadu ele iria ligar pro Lyon e aí tú já sabe neh? Então resolvi ligar pro Gabriel já que o pai dele tem um hospital.
Não demora muito e o interfone toca, era o porteiro pedindo a autorização para o Gabriel subir.
Ele entra no meu quarto e já vai olhando minha testa, olha pra Marina e começa a fazer algumas perguntas a ela.
— Verificou o nível de glicemia nela após a aplicação da insulina?
— Ainda não! Marina responde e me olha com um olhar de pena.
Ele veio me ajudar mais é visível que está chateado comigo e me sinto mal com isso, seguro minha língua para não falar nada. Ele pega o aparelho que mede e aproxima do dispositivo que fica preso na minha barriga.
— Pode levantar a blusa por favor? Ele pede mais continua sem me encarar.
Depois de verificar ele se levanta e de bater uma foto da minha testa e enviar pra alguém ele enfim olha pra mim.
— Seu nível de açúcar está normal, você sabe que não pode brincar com essa doença neh? Tem que se alimentar direito, sobre sua teste meu pai acha melhor você dá um pulo no hospital, vai precisar levar alguns pontos, se não for vai ficar com uma cicatriz esquisita aí.
— Ok! Obrigado, vou tomar um banho e daqui a pouco eu vou procurar um hospital.
Ele não diz nada e saí do quarto, Marina fica me encarando por um tempo mais logo vai atrás dele, me levanto com cuidado e resmungo por contada dor na cabeça, entro no banheiro e tomo meu banho, essa merda arde quando caí água em cima.
Assim que fico pronta e chego na sala e ele está me esperando.
— Cadê Marina? Pergunto já que não vejo ela.
— Foi embora, disse que tinha um compromisso, vou te levar no hospital.
Como assim ela me deixou assim? Pego meu celular do bolso para enviar uma mensagem pra ela mais vejo o que ela me deixou.
“Desculpa te deixar sozinha, mas vocês precisam conversar, mais tarde tô aí para dormir com você. Te amo e se cuida amiga.”
— Não precisava me esperar eu podia ligar para um Uber, eu ia de qualquer jeito. Digo depôs de guardar o celular no bolso.
— Já estou aqui, não estou? Então não me custa te leva, vamos logo! Ele é rude e a minha vontade de chorar é grande mais não vou fazer isso.
Tomei três pontos na testa e o médico me garantiu uma cicatriz quase que imperceptível, agradeço e sigo para pagar a conta do hospital.
— Quanto ficou? Pergunto a recepcionista do hospital, não vejo Gabriel ele provavelmente foi embora.
— Não ficou nada senhorita Garcia, o senhor Gabriel já deixou tudo certo. Respiro fundo e me preparo para sair do hospital mais assim que abro a porta de saída dou de cara com ele no lado de fora.
— Vamos que vou te levar até em casa.
— Quanto deu tudo lá dentro? Pergunto sem dá importância o fato dele querer me levar em casa.
— Não ficou nada, eu já acertei.
— Olha Gabriel... Ele me interrompe.
— Vamos Maria Júlia!
Esses homens acham que podem mandar na gente, acham que podem tomar decisões por nós, já estou de saco cheio disso, mais não vou arrumar confusão com ele até por que ele está me ajudando mesmo eu não pedindo ajuda.
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Complexo de Israel ( Morro)
RomanceMaria Júlia García é uma menina de 17 anos que está terminando seu ensino médio, menina tão inteligente que já foi aprovada em duas faculdades para cursar medicina, mas não se enganem achando que a vida dela é fácil, nada na vida de Majú é fácil. De...