Capítulo 102

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Lyon...


Ouvi passos se aproximando da casa e sabia que os policiais estavam preparados para invadirem a casa, então disse que amava ela e gritei pra ela subir, eu queria que ela se assustasse e subisse logo mais também queria que eles soubessem que ela estava comigo, com certeza a imprensa já estava em peso ali fora.

Ela subiu as escadas correndo e chorando e naquele momento peguei meu celular e posicionei em uma mesa fazendo uma live ao vivo para a galera da comunidade, minha prisão ou morte ia ser transmitida ao vivo pra geral vê.

Sabe aquela frase minha?

Vivo serei falado, morto serei lembrado. Nasci pra ser comando e não comandado!”

Então! Eu não ligava pra morte, nunca liguei, até a Majú dizer que estava esperando um filho meu e porra, isso muda tudo aqui dentro de mim. Saber que vou ter um filho com a mulher que eu amo e correr o risco de morrer sem conhecê-lo fodeu meu juízo, então resolvi mudar as coisa.

A transmissão ao vivo é pra tentar intimidar eles a entrarem atirando, fico olhando o celular e em menos de 2 minutos já são mais de 30k de pessoas simultâneas assistindo minha live.

De frente pro celular retiro todas as armas da cintura e coloco em cima na mesa, retiro minha blusa para que vejam que estou desarmado e com as mãos na cabeça começo a falar, tanto para os polícias lá fora quanto para os agora mais de 40k de pessoas assistindo a Live:

— Me chamo Daniel Barreto, meu vulgo é Lyon... Estou desarmado e me entregando, podem entrar! Me ajoelho no chão e sem demorar os policiais invadem casa.

Sou colocado de cara no chão, pisado e chutado, um dos policiais coloca o seu fuzil na minha cabeça e grita:

— Cadê os outro!!!

— Eu estou sozinho aqui com minha mulher... Digo com dificuldade já que o policial está com um de seus pés no meu pescoço apertando.

—Aonde está a vadia! Ele grita mais uma vez enquanto outros policiais reviram a parte de baixo da casa, minha vontade é de socar a cara desse filho da puta por chama-la assim, mais sou obrigado a engolir a ofensa.

— Ela está lá em cima, não machuquem ela, ela está grávida! Digo o mais alto que consigo para que todos do outro lado do celular ouçam.

— Chefe! Um dos policiais chama a atenção do que está com os pés em meu pescoço. — Ele está em uma live ao vivo, mais de 40k de pessoas assistindo simultaneamente. Ele diz como se estivesse alertando ao chefe.

Ele tira o pé do meu pescoço na hora e me levanta, sua cara é de ódio, com certeza se não estivesse gravando ele teria me matado.

— Acabou o show galera! Ele diz desligando o celular. — Pra um bandidinho de merda até que você é esperto. Ele diz me encarando. — Querendo colocar a população contra nós? Ele pergunta doido pra me socar de novo.

Eu simplesmente não respondo, qualquer coisa que eu falasse naquela hora ia piorar a situação da Majú, minha preocupação era não estressar eles para não se vingarem na Majú.

— Olha Xandão, o gato comeu a língua dele! O tal chefe fala para um outro policial.

Nessa hora vejo um policial descendo as escadas com Majú algemada, assim que ela me vê lágrimas escorrem de seus olhos, ela tenta se soltar das garras do policial e vir correndo pra mim, mais o infeliz na deixa.

— Me solta porra!!! Ela grita, tentando se soltar mais uma vez e é nessa hora que ele dá um tapa em seu rosto.

— Fala direito sua vadia, puta de bandido! Tá pensando que está falando com quem? Ele diz logo após o tapa e a calma que eu estava tentando passar pra eles até aquele momento vai pra puta que pariu.

— Se tocar nela de novo eu juro que mato você seu desgraçado! Eu grito me debatendo e acabo levando um soco na costela.

— Não!! Por favor. Ela grita chorando. — Por favor!!!

Quando o policial que segura a Majú se prepara para dar outro tapa nela o telefone do “chefe” , polícia que me segura toca.

Ele ouve o que falam com ele no telefone e é visível seu nervosismo, assim que ele desliga o telefone ele diz:

— Não toca nela de novo! A casa está cheia de câmeras e parece que alguém está transmitindo ao vivo essas imagens também, a repercussão tá grande e o delegado está puto por que ela está grávida e os direitos humanos já estão em cima do caso!

Ramom!! Ele tem acesso as câmeras tanto da minha casa da comunidade e das ruas da comunidade quanto as daqui do sítio. Devo mais uma a ele. Rio internamente.

— Leva ela pra delegacia de mulheres que vou levar esse otário pra minha delegacia! Sua sorte Lyon é que a sua artimanha deu certo por que viemos na missão de te matar!

— Não vai ser desta vez! Rebato com um meio sorriso.

— Não se alegra não otário, você mexeu com os poderosos, sua vida não será fácil na penitenciária.

— Nada na minha vida foi fácil, vou tirar mais essa de letra!

Ele puto sai me puxando pra fora de casa, olho pra Majú que está com o rosto inchado já, pelo tapa e uma raiva me consome, olho para o policial por alguns segundos gravando na memória sua fisionomia e seu sobre nome na farda, eu vou atrás desse filho da puta. Desvio meu olhar para Majú que sussurra pra mim:

— Eu te amo! Eu movimento meus lábios só pra que ela veja:

— Eu também te amo, vai ficar tudo bem!

Sou tirado dali, a parte de fora do sítio já está lotado, repórteres, policiais e até Kadu já se encontra lá. Assim que passo por ele no meio da multidão ele diz:

— Você fez a coisa certa! Ele está falando em relação a eu ter me entregado e não ter trocado tiro com os policiais, certamente estaria morto.

— Tira ela da delegacia! Digo em voz baixa enquanto ando, só para que ele ouça.

Complexo de Israel ( Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora