Complexo de Israel ( Morro)

Capítulo 37

Ela entra dentro da minha casa com cara de brava, braços cruzados, cheia de marra mal sabe ela que isso não tem mais efeito sobre mim, na verdade nunca teve.

— Tô aqui! Ela diz me encarando.

— Tô vendo! Me aproximo dela e cheiro seu pescoço, a safada fica toda mole.

— Não pensa que só por que estou aqui que te perdoei!

— Mais quem disse que preciso do seu perdão? Digo baixo no ouvido dela, fazendo com que ela me olhe rápido e assustada. Arranco o celular dela do bolso de trás da sua calça.

— Que foi? Devolve meu celular! Agora ela aparenta está nervosa.

— Vou devolver gatinha, mas antes preciso vê um negócio aqui.

— Isso é invasão de privacidade Lyon! Me devolve meu celular!

— Você vai sentar naquele sofá, e ficar quietinha enquanto mexo nele... Qual é a senha?

— Nem morta te dou a senha Lyon... Tah maluco?

— Morta não Michele, mais garanto que antes de você morrer você vai me dá essa senha por que eu sei de algumas brincadeirinhas que até homem brabo vira franga! Falo com um sorriso no rosto.

Ela senta no sofá e já com os olhos cheios de lágrimas começa a falar.

— Você vai me matar neh?

— Depende do que vou achar aqui no seu celular.

—  Ele me procurou... Ela começa. Puxo uma cadeira e sento na sua frente.

— Me interessei por esse assunto.

— Ricardo me procurou no dia da festa do kadu na verdade um garoto com cara de viciado me procurou, pediu meu numero de telefone e lógico eu não dei... Ele disse que sabia que eu estava dando para um traficante, que sabia onde eu trabalhava e que se eu não passasse para ele o meu número coisas ruins iriam acontecer comigo.

— E você não pensou em falar comigo?

— Você tinha acabado de me expulsar da sua casa Lyon, tinha me enforcado lembra? Eu estava tão vulnerável que acabei dado. Achei que era um viciado doido por que não me ligou, até uns dias atrás. A voz não era do viciado e sim de um homem mais velho, ele disse que queria conversar comigo pessoalmente sobre você e Majú, fiquei curiosa e como estava com raiva por que depois que te abriguei na minha casa de praia você simplesmente sumiu, eu fui ao tal encontro. Ele falou que era tio da Majú, mostrou foto e tudo dos dois juntos, disse que precisava separar vocês dois... Eu juro!

— Continua!!!

— Ele me instruiu a marcar um encontro íntimo com você, falou que quando me enviasse uma mensagem que eu deveria deixar uma marca em seu pescoço e te tirar de perto do celular...

— Como você sabia que eu não ficaria com o celular no bolso?

— Sua rotina Lyon, você sempre faz a mesma coisa quando estamos juntos... Entra no quarto, coloca a chave do carro, a arma e o celular na mesinha e vem me agarrando igual um predador, só que desta vez você fez quase tudo diferente... Não deixou a chave e a arma na mesa e não veio pra cima de mim, mais por sorte você deixou o celular. E o restante você sabe...

Me levanto da cadeira e dou as costa a ela, fico pensando em o que fazer...

— Eu só queria te separar dela Lyon, por que eu amo você.

Viro de frente pra ela e sem ela esperar agarro no pescoço dela com uma mão só, os olhos dela estão esbugalhados e suas duas mãos estão sobre a minha tentando tira-la de seu pescoço.

— Por conta de um ciúme, você quase matou a mulher que eu amo! Aquele imbecil estava quase estuprando a Majú e se não fosse fael chegar na hora... Não quero nem imaginar!

— Por... Por... Favorrr. Ela tenta falar, seu rosto já está completamente vermelho e cada vez eu aperto mais.

Já estava sentindo seu corpo amolecer em minhas mãos quando ouço meu telefone tocar e ainda com a mão no pescoço dela dou uma olhada de lado e vejo o nome Majú no meu celular. Largo ela na hora e atendo.

Ligação on...

Majú: Fiquei pensando em tudo que você me disse e acho melhor a gente resolver essa história toda logo.

Lyon: Que bom!

Majú: Você pode vir aqui se quiser conversar hoje.

Lyon: Prefiro que você venha aqui em casa, já que vamos conversar preciso que você tome uma decisão.

Majú: Que decisão?

Lyon: Vem que você vai saber aqui. Ela concorda e desliga.

Ligação off...

— Salva pelo gongo! Digo me aproximando dela. — Sua vida vai estar nas mãos da pessoa que você quase matou... Ore, reze sei lá qual é a sua religião para ela ter piedade de você e que ela volte pra mim, caso contrário eu vou ser o responsável de cortar casa membro do seu corpo com você viva e colocá-los em sacos pretos, depois mandar desovar na baia de guanabara!